Influência da Ciética do Vo2 na Tolerância Ao Exercício em Nado Atado em Intensidade Correspondente Ao Vo2max
Por A. R. Simionato (Autor), L. O. C. Siqueira (Autor), M. A. C. Espada (Autor), A. N. Barreto (Autor).
Resumo
No nado-livre, o tempo limite do exercício em intensidade correspondente ao consumo máximo de oxigênio (iVO2) mantém uma relação inversamente proporcional à magnitude desta. Outros estudos também apontam o consumo máximo absoluto de oxigênio (VO2max) e o componente lento (CL) como fatores influentes. Em nado-atado essas relações ainda não foram descritas, apesar de ser considerado um ambiente que favorece um controle mais refinado da intensidade do exercício. O objetivo deste estudo foi analisar a tolerância ao exercício em iVO2max no nado-atado, para analisar se os parâmetros influentes são os mesmos já demonstrados em nado-livre, considerando o potencial do ambiente atado em aplicar e controlar de forma mais precisa o estímulo metabólico. Onze homens (18,0 ± 4,0 anos, 180,2 ± 6,8 cm de estatura, e 71, 8 ± 9,5 kg de peso corporal) realizaram um teste progressivo atado (TPA) para acessar VO2max e iVO2max. No TPA, as cargas progrediram entre 30 a 70% da força máxima atada (Fmax), em estágios de 5% a cada minuto. A Fmax foi avaliada com uma célula de carga de 500kgf, em nado crawl de esforço máximo por 30s. A tolerância foi analisada em duas transições repouso-exercício de fase constante a 100% VO2max. O VO2 foi analisado respiração-a-respiração (CPET K4b2, conectado a um snorkel específico - new Aquatrainer®), em seguida alinhado ao tempo, excluído os resíduos, interpolado segunda-a-segundo e feita a média para fornecer um único conjunto e dados. A descrição matemática da cinética do VO2 durante as transições foi baseada em uma equação exponencial de primeira ordem, com tempo de retardo da resposta (TD). O método dos resíduos foi aplicado para discriminar a resposta primária do VO2 de sua reposta tardia e lenta (SC). O tempo de tolerância foi 330,4 ± 61,1s, atingindo 100,4 ± 5,0% VO2max. Os coeficientes de Pearson para as correlações entre iVO2max e VO2max foram -0,68 (p < 0,01) e -0,59 (p < 0,05). Também foi observada correlação entre tolerância e a resposta primária da cinética do VO2 (-0,71; p < 0,01), mas não com o CL (0,07; p > 0,05). Isto é, quanto maior a aptidão aeróbia, maior será a intensidade do esforço a ser sustentada, e também será maior a amplitude do VO2 requerida para atender à demanda energética muscular, o que coletivamente restringem o tempo de desempenho. Provavelmente, a intolerância ocorreria pela incapacidade em ajustar a oferta oxidativa continuamente (SC), seja pela pequena margem de incrementos possíveis, quando a amplitude da resposta primária é elevada, e/ou pela influência do acúmulo de metabólitos sobre e eficiência contrátil das fibras musculares, com a crescente demanda sobre as reservas anaeróbias de energia.