Resumo

Introdução: A eletroestimulação pode gerar aumentos de força máxima como também melhora na resistência muscular, podendo ser utilizado como um método complementar ao treinamento de força. Um maior recrutamento das unidades motoras na associação da eletroestimulação e treinamento de força parece ser o principal motivo para promover aumentos da capacidade muscular. Uma das vantagens da eletroestimulação é a ativação predominante das fibras de contração rápida no início do esforço, já que em contrações voluntárias sem eletroestimulação temos a ativação predominante das fibras de contração lenta. Entretanto, os resultados do efeito agudo da eletroestimulação durante o esforço muscular ainda são inconclusivos. Entender como a eletroestimulação interfere nas adaptações musculares durante o exercício resistido é importante para um melhor ajuste da prescrição de exercícios desta modalidade. Assim sendo, torna-se necessário investigar, em praticantes de treinamento de força, as adaptações musculares durante o exercício resistido associado à eletroestimulação. Objetivo: Avaliar a influência da eletroestimulação associada à contração voluntária na duração do esforço durante o exercício resistido e verificar se existe melhora da capacidade de resistência muscular quando utilizado o incremento da eletroestimulação em mulheres praticantes de treinamento de força. Material e Métodos: A amostra foi constituída por dez indivíduos, do sexo feminino, com idades entre 20 e 32 anos, praticantes de treinamento de força. Foram realizados testes até a exaustão para a extensão unilateral do joelho com a perna dominante na cadeira extensora nas condições SEM e COM eletroestimulação com 70% de 1RM, utilizando um equipamento de Corrente-Russa denominado Endophasys(KLD Biosistemas). A velocidade de execução foi controlada em quatro segundos por repetição, sendo dois segundos para a fase concêntrica e dois segundos para a fase excêntrica da contração muscular. A partir dos dados obtidos de número de repetições e duração do esforço, foram realizados testes estatísticos (teste de Wilcoxon) para constatar diferenças significantes entre os testes SEM e COM eletroestimulação. Os dados foram analisados no Programa Microsoft Excel, versão 2010 do Microsoft Office para Windows. Resultados: Apesar de não ter sido constatada diferença significativa (p=0,070) entre as condições SEM (8,8 repetições) e COM (10 repetições) eletroestimulação para o número de repetições realizadas, foi encontrada uma diferença significativa (p=0,001) para uma maior duração do esforço quando utilizado a eletroestimulação (Figura 1). Além disso, foi encontrada uma forte correlação positiva entre o número de repetições e a duração do esforço tanto na condição SEM eletroestimulação (Pearson = 0,969), quanto COM eletroestimulação (Pearson = 0,996). Conclusão: Mulheres praticantes de treinamento de força são capazes de realizar uma série de exercício resistido com maior duração quando utilizam o incremento da eletroestimulação.

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