Influência da intervenção com exercícios de coordenação, equilibrio e força no perfil de sintomas e motor de escolares com transtorno do espectro do autismo
Por Letícia B. Silva (Autor), VITOR GABRIEL FELISMINO DA SILVA PATRIOTA (Autor), Carla M. C. Oliveira (Autor), Eladja Dos Santos Lima (Autor), Chrystiane V. A. Toscano (Autor), Rebeca Baldi Da Silva (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Engajar crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em programas com exercício tem demonstrado influência positiva na comunicação, interação social e redução dos padrões de comportamentos repetitivos, assim como, tem reduzidos comorbidades como déficit motor. O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta 1% da população mundial. Estudos retrospectivos e prospectivos demonstram graves interferências coordenativas para o controle postural, marcha e pobre tônus muscular na população. Objetivo: Identificar possíveis influências dos exercícios de coordenação, equilíbrio e força no perfil de sintomas do transtorno e perfil motor de escolares com TEA. Métodos: Participaram do estudo 7 meninos e 5 meninas, média de idade e desvio padrão 4,5±1,1, escolares de uma instituição de ensino pública de educação infantil da cidade de Maceió-AL. Apresentar diagnóstico fechado para TEA foi critério de seleção. Na etapa 1, pré-intervenção, foi realizada aplicação dos instrumentos Childhood Autism Rating Scale (CARS) e Escala de Avaliação de Traços Autisticos (ATA) para conhecer o perfil de sintomas, assim como, foi utilizado o Inventário Portage Operacionalizado (IPO) para caracterizar o perfil motor. Na etapa 2 foram realizadas vinte sessões de intervenção com exercícios de força, equilíbrio e coordenação; com intensidade leve a moderada; duas sessões semanais com duração de 60 minutos cada uma. Na etapa 3, finalizadas as sessões de intervenções, as crianças foram submetidas aos mesmos instrumentos da etapa 1. A análise dos dados foi realizada por estatística descritiva de frequência absoluta e relativa, considerando variações de pontos percentuais entre os períodos pré e pós intervenção. Resultados: O instrumento de caracterização CARS demonstrou classificação de nível de intensidade severa para 91% dos participantes pré e pós intervenção. A média e desvio padrão do grupo para CARS foi de 41,6±7,9 pré e 38±2,9 pós e para Escala ATA foi de 33±6,8 pré e 31,7±1,9 pós. O IPO demonstrou que os escolares apresentaram para tarefas de perfil motor manipulativas resultados de 50,1% pré e 82,7% pós; tarefas estabilizadoras 53,8% pré e 84,9% pós e tarefas de mobilidade 55% pré e 85% pós. Também foi registrado não aderência as sessões de avaliação do IPO de 33,5% dos escolares para os momentos de pré e pós intervenção mesmo com ajustes procedimentais realizados. Conclusão: Exercícios de equilíbrio, força e coordenação influenciam positivamente o desempenho de escolares com TEA em tarefas motoras manipulativas, estabilizadoras e de mobilidade. Instrumentos como CARS e ATA parecem não demonstrar influência no perfil do transtorno após engajamento de crianças com TEA em intervenção com exercício.