Resumo

A participação em provas de corridas de rua tem aumentado significativamente nos últimos anos. Em paralelo com o crescimento dessas corridas, ocorre também o aumento da procura de recursos ergogênicos. A utilização da fototerapia empregando diodos emissores de luz (LED) e roupas confeccionadas com fibras impregnadas com infravermelho que emitem nanopartículas (biocerâmica), apresentam-se como potenciais recursos ergogênicos que poderiam melhorar a função contrátil muscular, otimizar o desempenho e a recuperação pós-exercício. O objetivo deste estudo foi analisar o efeito do uso da LED terapia e de roupas de biocerâmica no desempenho e na estratégia de corrida da performance de 10 km. Dez corredores recreacionais (27,9 ± 4,2 anos) realizaram três performances de 10 km (em pista oficial de atletismo) sob diferentes condições de intervenção: roupas com biocerâmica (CER), vestuário placebo (PLA) e LED terapia (frequência 0-1500Hz, potência óptica 300 mW, densidade de energia 0,15 mW/cm2 a cada 10s, Bios Therapy II, Bios Equipamentos Médicos®) usando vestes placebo (LED). A aplicação do LED ou de seu respectivo placebo foi realizada previamente a todas as performances de corrida de 10 km. A aplicação foi realizada em contato direto com a musculatura de membros inferiores. Foi mantido intervalo de 72 horas a sete dias para a realização dos testes e os participantes deveriam usar as roupas atribuídas para cada condição por uma hora antes do início da performance. Durante a performance foi registrado o tempo decorrido para o cálculo da velocidade média (VM) da prova a cada volta (400 m). A VM foi calculada também em três fases distintas da prova: (1) inicial (primeiro 400 m), (2) intermediária (400-9600 m) e (3) final (último 400 m). As variáveis foram comparadas pela ANOVA dois fatores de medidas repetidas, seguida pelo post hoc LSD para comparações múltiplas, adotando-se nível de significância de P < 0,05. Em relação à VM nos 10 km, encontramos diferença significante para a condição CER, que foi maior que na condição PLA (CER = 11,8 ± 1,0 km"h-1 vs PLA = 11,4 ± 1,2 km"h-1; P = 0,034). Na primeira e terceira fases da performance não houve diferença entre as condições, apenas na segunda fase em que a VM da condição CER foi significantemente maior do que a condição PLA (11,7 ± 1,0 km"h-1 vs 11,3 ± 1,2 km"h-1; P = 0,034). Para as condições LED e PLA os participantes adotaram a estratégia em "U" durante a performance, enquanto que na condição CER a estratégia adotada foi a "negativa". Concluímos que houve efeito do uso da roupa de biocerâmica sobre o desempenho e a estratégia de corrida da performance de 10 km em corredores recreacionais, mas não da aplicação do LED. Sugere-se a utilização da roupa de cerâmica como recurso para melhora do desempenho, pois além dos resultados positivos sobre a performance, ela também apresenta menor custo em relação à aplicação do LED.

Acessar