Resumo

Introdução: A densidade mineral óssea (DMO) está diretamente relacionada com o acúmulo do tecido ósseo adquirido durante toda a vida, sendo a adolescência uma fase muito importante para se otimizar este acúmulo, na busca de se garantir uma saúde óssea adequada, principalmente em mulheres. A atividade física, principalmente por meio da prática esportiva, é um dos principais fatores que conseguem induzir aumento no acúmulo ósseo. Objetivo: Verificar a influência da prática sistematizada do handebol, durante um período de oito meses, sobre a DMO em adolescentes de 12 a 17 anos do sexo feminino. Métodos: este trabalho foi redigido de acordo com o modelo alternativo, previsto nas normas acadêmicas da FCM/Unicamp, e por isso, dois artigos foram elaborados: artigo (1): revisão sistemática da literatura utilizando as orientações do PRISMA sobre a geometria óssea e a prática de atividade física e/ou esportes de crianças e adolescentes saudáveis, e artigo (2): estudo original, no qual foi utilizado a absorciometria por dupla emissão de raio-X (DXA) para avaliar o conteúdo mineral ósseo (CMO) e a DMO de adolescentes jogadoras de handebol, do sexo feminino, entre 12 e 17 anos, em vários sítios ósseos, em dois momentos, início da temporada (M1) e final do período competitivo (M2), após oito meses. Também foram coletados os dados antropométricos, ingestão de cálcio e variáveis maturacionais (PVC, Tanner, Menarca). Resultados: Capítulo 1: 23 artigos foram incluídos na revisão, demonstrando que atividades esportivas mais intensas exercem efeito positivo nos parâmetros geométricos, enquanto que esportes sem sobrecarga corporal e atividades isoladas de saltos não apresentam os mesmos benefícios na geometria óssea de crianças e adolescentes praticantes de atividade física e/ou esportes. Capítulo 2: as jogadoras de handebol apresentaram valores significativamente superiores nos parâmetros do CMO e DMO de corpo inteiro, TBLH, colo do fêmur (CF), triângulo de Wards (TW) e coluna lombar (L1-L4) quando comparadas ao grupo controle, tanto no M1 quanto no M2, tanto nos valores absolutos quanto nos respectivos escores-Z. Após o período de oito meses, as jogadoras de handebol apresentaram incremento nos valores absolutos de DMO e CMO do corpo total, TBLH e coluna lombar, mas não tiveram diferença nos valores de CF e TW. Nos valores de escore-Z, foram observadas diferenças estatísticas para corpo total e TBLH. Conclusões: A literatura demonstra que esportes com sobrecarga corporal e atividades físico-esportivas mais intensas e frequentes exercem efeito positivo tanto na densidade mineral óssea quanto em sua geometria, e o handebol, que é um esporte com características de rápidas mudanças de direção, saltos, exigência de força de contração muscular de membros superiores e inferiores parece exercer influência positiva na estrutura óssea de atletas adolescentes, resultando em incremento do tecido ósseo além do esperado para o crescimento e maturação nesse período, sendo uma importante ferramenta para aumento da aquisição do conteúdo ósseo nas fases de desenvolvimento do pico de massa óssea

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