Resumo

Pacientes com Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), apresentam piores respostas cardiovasculares ao teste de esforço quando comparado a seus pares sem AOS. No entanto, se a severidade da AOS influência nessas respostas, ainda não está claro. OBJETIVO: Verificar a influência da severidade da apneia obstrutiva do sono no débito cardíaco (DC) e duplo produto (DP) durante a realização do teste ergométrico. MÉTODOS: Nesse estudo transversal, 55 pacientes com o diagnostico prévio de AOS foram divididos em dois grupos de acordo com o índice de apneia-hipopneia (IAH), apneia leve-moderado [ALM (IAH <30 eventos/hora)] e apneia grave [AG (IAH ≥30 eventos/hora)]. A AOS foi avaliada através da polissonografia completa. Além disso, as respostas cardiovasculares ao teste de esforço foram avaliadas através de teste ergométrico máximo na esteira (TE), com monitorização por eletrocardiograma e presença de uma profissional médico. O DC foi calculado de acordo com a seguinte formula: DC = volume sistólico x frequência cardíaca; enquanto o DP = frequência cardíaca x pressão arterial sistólica (PAS). DC, DP e PAS, foram verificados a cada estágio durante o TE. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade. As comparações entre os grupos foram feitas através do teste t para amostra independentes. Todas as análises foram realizadas no pacote estatístico para as ciências sociais (SPSS). Foi considerado p<0,05 como estatisticamente significante RESULTADOS: Participaram dezenove pacientes no grupo ALM e 36 no grupo AG. Os pacientes foram de meia idade (ALM média = 57,7 ± 8,8; AG média = 53,6 ± 9,90, obesos (ALM média = 33,2 ± 6,1 kg/m2 ; AG = 33,9 ± 5,8 kg/m2 ), e apresentam IAH de 18,3 ± 6,2 eventos/hora no grupo ALM e IAH de 55,9 ± 20,5 eventos/hora no grupo AG. O grupo AG apresentou maiores valores do debito cardíaco (17,1 ± 3,9 ml/min x 14,3 ± 4,2 ml/min do grupo ALM; p=0,01), e maior duplo produto (31357,2 ± 7205,3 mmHg.bpm x 25860 ± 5855,7 mmHg.bpm do grupo ALM; p = 0,006).. Não foram observadas diferenças na PAS (ALM média = 195 ± 29 mmHg; AG média = 205 ± 31 mmHg; p< 0,32) e diastólica (ALM = 102 ± 18 mmHg; AG = 100 ± 18 mmHg; p = 0,188) entre os grupos. CONCLUSÃO: Em indivíduos com AOS grave, há um aumento do débito cardíaco e do duplo produto quando comparado à indivíduos com AOS de grau leve a moderado. Além disso, a gravidade da AOS parece não influenciar as respostas de pressão arterial em teste de esforço.

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