Influência de atletas paralímpicos na percepção sobre a deficiência por parte de crianças com deficiência e de seus familiares
Por Jackeline Colere (Autor), Yasmin Vicente Vieira (Autor), Doralice Lange de Souza (Autor).
Resumo
: As pessoas com deficiência (PCD) tendem a ser estigmatizadas e, em muitos casos, acabam internalizando estes estigmas. De acordo com alguns estudiosos da teoria do contato dentro de determinadas condições, este pode influenciar na redução de preconceitos. Objetivo: Verificar a percepção de crianças com deficiência (CCD) e de seus familiares sobre a deficiência e se o contato com materiais que mostram atletas paralímpicos em ação no contexto esportivo pode alterar positivamente esta percepção. Método: Realizamos 12 entrevistas semiestruturadas com 12 CCD e 13 familiares, residentes na região metropolitana de Curitiba – PR. A entrevista foi dividida em dois momentos: o anterior e o após o contato com os materiais. Nos dois momentos, os participantes deveriam falar cinco palavras de forma objetiva sobre o que lhes vêm à mente quando ouvem a expressão “pessoa com deficiência” e, logo após, foram entrevistados. Resultados: Antes do contato apenas uma CCD citou palavras com conotação positiva. As demais citaram termos que remetem à dificuldades das PCD. Os familiares disseram 39 palavras, das quais apenas sete possuem conotação positiva. Após o contato todos citaram palavras com sentido positivo, relacionadas às potencialidades das PCD. Nas entrevistas, antes do contato alguns entrevistados demonstraram perceber as PCD a partir de suas limitações e outros não acreditavam que as PCD são capazes de praticar esportes. Após o contato, todos reconheceram as capacidades esportivas das PCD. Conclusões: O contato indireto com os materiais midiáticos melhorou a percepção dos entrevistados em relação à deficiência. Este estudo sugere que materiais midiáticos que demonstram as potencialidades e capacidades das PCD podem servir como apoio para o fomento de uma percepção mais positiva a em relação à deficiência. Ele sugere também que algumas barreiras precisam ser enfrentadas para que as potencialidades das PCD possam de fato ser desenvolvidas.