Resumo

O propósito do presente estudo foi verificar o efeito de diferentes informações sobre o tempo de teste a se realizar sobre variáveis fisiológicas específicas. Participaram da amostra 10 ciclistas homens (1,76 ± 0,04 metros, 78,48 ± 10,40 kg e 32,5 ± 6,02 anos), submetidos a teste incremental (início de 100W e acréscimo de 20W.min-1) para determinação da potencia pico (PP) (369,84 ± 37,77 W) e consumo máximo de oxigênio (VO2máx) (51,90 ± 10,37 ml/kg/min). Além disso, realizaram outros quatro protocolos intermitentes (4 min a 50% da PP intervalados por 1 min a 100% da PP), em dias distintos, separados por no mínimo 48 horas. O primeiro protocolo (P1) teve duração 40 minutos, durante o qual os voluntários foram informados sobre o tempo e distância percorridos apenas ao final do mesmo, ou seja, realizaram a tarefa sem nenhum conhecimento sobre ela. O segundo protocolo (P2) teve as mesmas características que P1, porém os voluntários já o conheciam e puderam acompanhar todas as informações coletadas durante o protocolo. No terceiro protocolo (P3) os voluntários foram informados que deveriam fazer o mesmo que em P1 e P2, todavia o protocolo foi encerrado ao vigésimo minuto sem nenhum aviso prévio. No quarto protocolo (P4) repetiram os 20 minutos de esforços intervalados, recebendo as informações corretas sobre a duração do teste e foram fortemente avisados que a duração do protocolo não seria alterada. Todos os testes foram realizados em ciclossimulador. A atividade eletromiográfica (EMG) dos músculos Reto Femoral (RF) e Vasto Lateral (VL) e o consumo de oxigênio (VO2) foram coletados durante todos os protocolos intermitentes. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05). Os resultados demonstraram que a EMG (root mean square - RMS) do RF foi menor em P1 quando comparado: a P3 nos minutos 9, 10, 14, 15, 19 e 20; a P4 nos minutos 9, 14, 19 e 20; e em relação ao tempo. A freqüência mediana (FM) desse músculo não apresentou nenhuma diferença entre protocolos nem em relação ao tempo. O VL apresentou RMS maior em P1 comparado a P2 apenas no minuto 40. Em contrapartida a FM do VL em P2 foi maior que os outros protocolos (P1, P3 e P4) no minuto 5, no minuto 10 (P1 e P3), no minuto 15 (P3), e ainda mostrou aumento em relação ao tempo em P1 e P4. O VO2 foi significantemente maior em P4 quando comparado: a P2 nos minutos 5, 10 e 20; a P1 nos minutos 10 e 20. Adicionalmente P3 foi maior que P2 no minuto 20, e em todos os protocolos houve aumento significante em relação ao tempo. A partir dos resultados é possível concluir que as informações recebidas pelos voluntários interferem na EMG e no VO2 de forma diferente com a variação da carga. 

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