Influência do Cronótipo nos Resultados do Treinamento Resistido em Adolescentes do Sexo Feminino com Excesso de Peso
Por Elias dos Santos Batista (Autor), Bruno Laerte Lopes Ribeiro (Autor), Júlio Duarte de Oliveira Júnior (Autor), Arnaldo Luis Mortatti (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
INTRODUÇÃO: No Brasil, ao longo dos 34 anos decorridos de 1974-1975 a 2008-2009, observou-se um aumento contínuo da prevalência do excesso de peso entre adolescentes, com um aumento em quase três vezes entre as adolescentes do gênero feminino (de 7.6% para 19.4%). Para a mudança deste cenário, muitos estudos têm buscado aplicação de métodos, tais como o treinamento de força que tem sido adotado como uma forma segura e eficaz em programas para redução de peso e aumento de força muscular nessa população, por sua influência nas adaptações metabólicas induzidas pela quebra e estabilização da homeostase. A homeostase tem como função manter a estabilidade de mecanismos fisiológicos e metabólicos do organismo, onde juntamente com os ritmos circadianos desempenham um papel de regulação das funções orgânicas. A importância de conhecer a interferência dos ritmos circadianos na performance física e o momento em que o organismo apresenta um maior rendimento podem ser estratégias a serem adquiridas para maximização de resultados, assim desenvolvendo treinos em horários adequados, possibilitando uma maior qualidade na resposta as cargas de treino. OBJETIVO: Analisar a influência do cronótipo no desempenho de treino resistido para o emagrecimento em adolescentes do sexo feminino. MÉTODOS: O estudo foi realizado com 21 adolescentes do sexo feminino, com idade 16 ±0.7 anos, 68.8 ±8.9 kg, insuficientemente ativas, as quais foram submetidas a medições antropométricas para definição de porcentagem de gordura pré e pós intervenção, ao questionário de perfil cronobiológico Puberty and Phase Preference, de Carskadon, Vieira e Acebo (1993), em seguida foram distribuídas em 2 grupos (G1 = composto por indivíduos que treinavam no horário de acordo com o cronótipo e G2 = composto por indivíduos que treinavam no horário contrário ao cronótipo). Os treinamentos foram organizados em um dos 2 horários determinados 8:00 ou 17:00 com sessão de treino padronizada, cálculo de percentual de 60% de RM estimado para controle de carga externa e PSE da sessão (PSE-sessão) proposto por Foster et al. (2001) para registro de carga interna da sessão. RESULTADOS: O G1 obteve uma variação (Δ%) no percentual de gordura em -6.2% enquanto que o G2 obteve uma variação (Δ%) de -4.5% não havendo efeito de interação entre os grupos F= 0.403 e p epouso em -10.9% para o G1 e -7% para o G2 demonstrando não haver efeito de interação entre os grupos F= 0.704 e p> 0.05 e os resultados de média de PSE-sessão não apresentaram diferença significante (p>0.05). CONCLUSÃO: Observa-se que os grupos não sofreram influência do cronótipo na perda de gordura nem em adaptações cardiovasculares qual ocorreu de forma similar em ambos os grupos, também se verificou que não houve diferenças significantes nos valores de carga interna. Estes resultados demonstram que a escolha do horário de treino baseado no perfil circadiano não repercutiu de forma significante na maximização das adaptações ao treinamento resistido.