Resumo

Introdução: A marcha humana é uma das ações motoras mais espontâneas, onde a sequência de eventos é reproduzida através de ciclos. A alteração nos seus padrões normais pelo encurtamento dos músculos isquiotibiais (IT) pode prejudicar sua eficiência. Devido a sua ação na inclinação anteroposterior da pelve, a alteração da flexibilidade dos IT tende a resultar em desvios posturais e interferir na funcionalidade articular do quadril e coluna lombar. Objetivo: Verificar a influência do encurtamento muscular dos IT na marcha de praticantes de musculação. Materiais e Método: Estudo transversal realizado com nove indivíduos (seis homens) de 18 a 30 anos, em 2017. A flexibilidade, mensurada pelo teste de sentar-alcançar, foi utilizada para separar os grupos de comparação (flexibilidade abaixo da média/ ruim: grupo encurtado [GE]; flexibilidade na média/acima: grupo não encurtado [GNE]).Para análise cinemática bidimensional utilizou-se uma câmera Canon com frequência de imagens de 60 Hz e calibragem do sistema por duas réguas com metro de dimensão. A edição das imagens foi realizada no Adobe Premiere Pró CS3 3.0 e o processamento dos dados no sistema Simi Twinner Pro. Os dados foram analisados no SPSS, versão 15.0, com nível de significância de 5%. Resultados: Diferenças significativas entre os grupos foram encontradas somente para a flexibilidade, sendo maior para o GNE. Em cada ciclo da marcha, o grupo NE apresentou maior proporção média de tempo no primeiro apoio duplo (p=0,014) e velocidade da passada (p=0,033) em relação à referência(dados não apresentados). Conclusão: A flexibilidade foi menor no GE e esse encurtamento muscular dos IT interferiram em um ciclo da marcha, bem como na velocidade da passada. Considera-se importante o trabalho de ganho de amplitude de movimento em praticantes de musculação, a fim de evitar lesões relacionadas à postura e a marcha.

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