Influência do exercício contra-resistência sobre o consumo de oxigênio e a frequência cardíaca de idosas
Por Nádia Souza Lima da Silva (Autor), Paulo de Tarso Veras Farinatti (Autor), Lorena Cristina Ribeiro da Rosa (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Já está muito bem documentado que o treinamento contra resistência pode induzir melhorias na função e estrutura muscular, articular e óssea em qualquer idade, no entanto, adaptações na condição cardiorrespiratória estão menos esclarecidas. Estudos apontam que melhorias cardiorrespiratórias decorrem principalmente de adaptações de componentes periféricos do consumo de oxigênio, entretanto, é possível que em idosos frágeis o componente central também apresente efeitos favoráveis. Este estudo é relevante por sua aplicação prática, devido a necessidade de estímulos neuromusculares e aeróbios para manter a autonomia funcional, em especial em idosos frágeis e com limitações locomotoras para a realização de exercícios de longa duração. OBJETIVO: Verificar a influência de uma sessão de treinamento contraresistência para membros superiores sobre o consumo de oxigênio e frequência cardíaca de idosas. MÉTODOS: Oito mulheres saudáveis (69 ± 7 anos) e com experiência em treinamento contra-resistência foram submetidas, em quatro dias alternados, aos seguintes procedimentos: Visita 1: medidas antropométricas para determinação do IMC e teste cardiopulmonar máximo (protocolo: rampa individual; 8- 12 minutos); Visita 2 e 3: testes de dez repetições máximas (10RM) no supino horizontal, desenvolvimento de pé e rosca tríceps no pulley; Visita 4: treinamento contra-resistência (Protocolo: 10RM; 3 séries; 2' intervalo; 20 minutos de duração), com as voluntárias monitoradas pelo analisador de gases VO2000 e um monitor Polar Accurex Plus. Inicialmente foi feito repouso sentado até que a troca gasosa se estabilizasse para iniciar a sessão. Estatística descritiva foi aplicada para comparar valores de VO2 e FC do treinamento com os do teste cardiopulmonar, e suas diferenças foram verificadas pela ANOVA, seguida do post hoc de Tukey (p ≤ 0,05). RESULTADOS: O VO2 máx. e a FCmáx. obtidos no teste cardiopulmonar foram 15,03 ± 2,7 ml/kg/min e 150,9 ± 6,4 bpm, respectivamente. Os percentuais durante a sessão ficaram em torno de 55% do VO2 máx. e 70% da FC máx (r=0,3 e p= 0,01). CONCLUSÃO: O treinamento proposto foi capaz de impor sobrecarga dentro do limite considerado adequado a desenvolver a aptidão aeróbia em mulheres idosas, mesmo tendo utilizado apenas três exercícios para membros superiores, indicando que as respostas encontradas podem ser ainda maiores em treinamentos que envolvam mais exercícios e maiores massas musculares.