Resumo
O presente documento reune dois artigos publicados em periodicos cientificos, cujo conhecimento apresentado compoe esta dissertacao de mestrado. Os artigos apresentam informacoes acerca das respostas da creatina kinase (CK), interleucina-6 (IL-6) e pressao arterial (PA) de mulheres idosas ao exercicio de forca agudo. Para tanto, o primeiro artigo teve como objetivo examinar as respostas agudas da CK e IL-6 apos uma sessao de exercicio de forca excentrico (EFE) em idosas obesas classificadas como altamente responsivas (HR) e normalmente responsivas (NR) com base no valor pico de IL-6 (NR = 59 e HR = 7) e CK (NR = 81 e HR = 9) serica, sendo maior (HR) ou menor (NR) que o nonagesimo percentil. Amostras de sangue foram coletadas antes, imediatamente apos, 3h, 24h e 48h apos a execucao do EFE. Os resultados deste estudo indicam que mulheres idosas classificadas como HR tiveram um maior aumento da CK e IL-6 (¡850%) e um maior pico dessas variaveis apos o EFE quando comparadas com as NR, sugerindo que a prescricao do EFE para as HR deve incluir dias de recuperacao adicionais ou uma menor intensidade, especialmente no inicio do programa de treino. O segundo artigo e um estudo piloto, que teve como objetivo comparar os efeitos do exercicio de forca (EF) executado ate a falha concentrica versus sem falha sobre as respostas da PA de 24h e do duplo produto (DP) de mulheres idosas hipertensas e normotensas, ambas treinadas. Foram realizados tres protocolos experimentais: 1. Sessao controle sem exercicio que consistiu de 30 min sentado; 2. Sessao de EF para o corpo inteiro executado ate a falha concentrica com tres series de oito repeticoes maximas (8RM) para cada exercicio; e 3. Sessao de EF para o corpo inteiro executado sem falha com tres series a 70% de 8RM. Os resultados de todas as participantes revelaram que o DP foi maior (p ¡Â 0.05) durante o periodo da tarde e da noite apos o EF executado ate a falha em comparacao com os outros dois protocolos. Para o grupo hipertenso, durante o periodo da noite, a pressao arterial sistolica (PAS) se manteve maior apos o EF sem a falha (p = 0.047) em comparacao com a sessao controle. Para o grupo normotenso, a pressao arterial diastolica (PAD) se manteve maior apos o EF executado ate a falha durante todas as 24h (aproximadamente 8 mmHg/h, p = 0.044) e ao acordar (aproximadamente 5 mmHg/h, p = 0.044) quando comparado com o grupo hipertenso. Os dados deste estudo sugerem que o grupo normotenso apresentou uma maior resposta cardiovascular apos o EF realizado ate a falha devido a maior intensidade deste protocolo. Os artigos apresentados indicam que existem pessoas idosas com uma predisposicao a gerar reacoes mais exacerbadas nos quesitos de dano muscular e inflamacao em resposta ao exercicio de forca mais intenso, como e o caso do EFE. Adicionalmente, sugere-se que o EF mais intenso provoca uma ativacao cardiovascular maior em mulheres idosas quando comparado com um EF mais leve. Concluiu-se que a prescricao do EF mais intenso para o publico em questao deve se adequar as individualidades de dano muscular, de respostas imunologicas e cardiovasculares de cada pessoa a fim de minimizar os possiveis efeitos deleterios de um treinamento feito acima das capacidades fisiologicas. Estudos posteriores precisam ser feitos para determinar os efeitos cronicos do EF sobre os parametros estudados na mesma populacao.