Resumo

INTRODUÇÃO: O exercício físico é um estímulo estressor capaz de promover alterações autonômicas cardíacas, e de propiciar exposição a eventos cardiovasculares durante e após sua realização. Apesar disso, a influência do sexo na recuperação autonômica pós-exercício máximo é pouco investigada. OBJETIVO: Analisar a influência do sexo e do tipo de recuperação ativa (A) e passiva (P) na modulação autonômica cardíaca na recuperação pós-exercício máximo. METODOLOGIA: Foram avaliados 24 jovens saudáveis não treinados (12 homens - 22,29 ± 2,83 anos; 23,88 ± 2,39 kg.m²; 19,80 ± 3,83 %GC) e 12 mulheres – 24,39 ± 5,03 anos; 21,61 ± 2,09 kg.m²; 26,73 ± 4,71 %GC) que foram avaliados em repouso, exercício e na recuperação pós-teste progressivo máximo em cicloergômetro (INBRAMED, CG-04), realizado de forma A e P aletoriamente. Os índices da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) (LnRMSSD e LnSDNN) foram avaliados por meio do cardiofrequêncimetro durante os 5 min da recuperação e nos 5 min posteriores, janelados a cada 30 s. Para verificar a normalidade e a homogeneidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro Wilk e de Levene, respectivamente. Para comparar as variáveis em repouso, exercício e recuperação foram utilizados ANOVA de três vias com medidas repetidas e post-hoc de Bonferroni. RESULTADOS: Homens jovens apresentaram maiores valores dos índices LnRMSSD e LnSDNN em repouso, exercício e em todos os momentos pós-exercício, independente da recuperação, comparado as mulheres. Para ambos os grupos, ao comparar as recuperações (A) e (P) não houve diferença para o LnRMSSD, mas foi observado maiores valores do LnSDNN na recuperação passiva aos 30, 60, 240, 270, 300 e 480 s para os homens e apenas aos 240 s para as mulheres comparado a recuperação ativa. CONCLUSÃO: Independente da recuperação, homens jovens não treinados apresentam maior modulação autonômica cardíaca em repouso e após exercício progressivo máximo comparado aos seus pares do sexo feminino. Independente do sexo, não houve diferença entre o tipo de recuperação no restabelecimento da atividade parassimpática, entretanto, homens jovens apresentam maior balanço simpato-vagal na recuperação passiva comparada a ativa, sem diferença entre o tipo recuperação no balanço simpato-vagal de jovens do sexo feminino.

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