Influência do Envolvimento no Estado Nutricional em Crianças e Jovens Moçambicanos: Um Estudo Comparativo Entre Diferentes Habitats
Por Antonio M. Prista (Autor), Sílvio Saranga (Autor), Leonardo Lúcio Nhantumbo (Autor), André Seabra (Autor), João Vinagre (Autor), José Maia (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução: A avaliação do estado nutricional e suas implicações para a saúde publica
tem se revelado de importância capital. Esta avaliação em Africa tem incidido
essencialmente sobre as crianças até aos 5 anos de idade sendo pouco conhecida a
prevalência e significado da mesma em crianças e jovens de idade escolar. Objectivo:
O objectivo do presente trabalho foi o de descrever, comparar e interpretar a
prevalência de problemas nutricionais, avaliados por indicadores somáticos, em
crianças e jovens em idade escolar, Moçambicanos e provenientes de diferentes
regiões. Metodologia: Foram classicadas 3380 crianças e jovens em idade escolar
(1663 meninos, 1717 meninas) sendo 2 536 da Cidade (URB) e 844 duma zona
rural (RUR) relativamente isolada. A amostra da cidade foi posteriormente
subdividida por zonas, nomeadamente Urbana de elite (UE), Urbana (UM) e Periferia
(UP). A partir das medidas da altura e peso e utilizando os critérios de classificação
da Organização Mundial de Saúde, através do programa Epi Info 2000 Versão
3.2.1. Os sujeitos foram classificados em função da altura pela idade e do peso pela
altura. Foram realizadas comparações de prevalência de baixa altura pela idade
(stunted), baixo peso pela altura (wasted) e elevado peso para a altura (sobrepeso)
através do teste de Qui-quadrado utilizando o programa SPSS versão 13.0.
Resultados: A prevalência de baixa altura pela idade foi demarcadamente superior
na zona rural em ambos o sexos (Meninos: URB= 4.5%; RUR=33.3%; Meninas:
URB=4.5%; RUR=26.6%). Quando subdividida a cidade, verifica-se que a
prevalência vai aumentando à medida que o estatuto socio-economico diminui,
embora nunca chegando aos niveis da zona rural.A prevalência de baixo peso para
a altura não foi estatisticamente diferente entre as duas regiões (Meninos: URB=
24.9%; RUR=25.1%; Meninas: URB=11.4%; RUR=17.5%). Contudo, quando se
compara as zonas previligiadas da cidade com a zona rural e periférica verifica-se
uma maior prevalência nestas duas (Meninos: UE= 15.4%; UM=22.7%; UP=30.6%;
RUR= 25.1; Meninas: UE= 13.8%; UM=6.7%; UP=14.7%; RUR= 17.5). Este
quadro repetiu-se na avaliação da prevalência de sobrepeso. Conclusões: Foi concluido
que: 1) a prevalência de estados nutricionais adversos é elevada; e 2) que as condições
do habitat exercem uma forte influência recomendando-se uma avaliação cuidadosa
das implicações.