Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar as características do estilo de vida, os fatores ambientais relacionados à prática de exercícios físicos e a capacidade motora percebida de coronariopatas, acometidos de infarto agudo do miocárdio, aderentes (n = 11) e desistentes (n = 5) de um programa estruturado de exercício físico. Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva diagnóstica com abordagem qualitativa utilizando entrevista semi-estruturada complementada por uma pesquisa quantitativa. Os temas investigados foram: histórico da condição de saúde, histórico pessoal e familiar sobre atividade física, auto-avaliação da capacidade motora, autosuficiência financeira, conhecimento dos benefícios do exercício físico, motivação para a prática de exercícios físicos, percepção do tempo para a prática dos exercícios físicos, auto-eficácia em relação à prática de exercícios físicos, programa estruturado de exercícios físicos, incidência e controle subjetivo de estresse e ansiedade. A análise de conteúdo e a técnica do espelho foram utilizadas para a análise de dados. Ficou evidenciado que, em relação aos fatores pessoais, a presença do acidente vascular cerebral influenciou na desistência. Quanto aos fatores ambientais, carecem de mais estudos da influência familiar e do cônjuge. Entretanto, a condição climática e o ambiente de prática considerados inadequados influenciaram na desistência. No que se refere as características do estilo de vida, as que mais influenciaram a desistência foram a falta de convivência social, a qualidade de atendimento ruim e a restrição médica ao exercício físico. Com relação à aderência, os fatores que mais influenciaram na manutenção da prática regular de exercícios físicos foram: a boa convivência social, a boa qualidade de atendimento, a resistência à cirurgia, o medo de sofrer pela doença, priorizar os horários matutinos à prática e a crença na expectativa de resultado positivo do exercício físico. O grupo de aderentes percebeu-se com menos restrição de saúde e buscou evitar a cirurgia ou o sofrimento em virtude da doença. Para tanto, esse grupo procurou empenharse na busca de informação a respeito do tratamento e sobre qualidade de vida, relatando sua insistência frente aos médicos que não indicam o exercício físico como parte do tratamento.