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 Introdução: O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos mais freqüentes na infância. Pesquisas recentes têm mostrado forte ligação entre uma alteração no funcionamento de certos neurotransmissores como responsáveis pela maioria dos problemas do TDAH. Desse modo, uma melhora no fornecimento desses neurotransmissores pode amenizar os efeitos dos sintomas do TDAH. O corpo humano produz estas substâncias quando o indivíduo é exposto a estímulos de stress físico e psíquico de graus variados. A combinação de tividades motoras e atividades cognitivas podem estimular o sistema nervoso central a realizar ajustes no corpo deste indivíduo, produzindo as substâncias envolvidas na regulação da atenção, da motricidade e da memória. 

Objetivos: Este trabalho teve como objetivo geral analisar as influências de diferentes programas de estimulação motora na atenção, na hiperatividade e na motricidade de crianças com sintomas de TDAH.

 Metodologia: Esta é uma pesquisa experimental, com análises de caráter qualitativas e quantitativas utilizando como base o método comparativo. A população foi composta por 7 criaças, de ambos os sexos, com faixa etária entre 7 e 13 anos de idade, pertencentes a escolas públicas de ensino fundamental da cidade de Jaguariúna, São Paulo (SP), as quais apresentavam sintomas de TDAH nos ambientes escolar e familiar e freqüentam o Programa de Apoio Suplementar (PAS). Os alunos foram subdivididos em quatro grupos os quais participaram de 24 sessões de estimulações divididos em: Grupo experimental (GE) composto por 2 meninos, não receberam nenhuma estimulação; Grupo experimental I (GEI) composto por 2 meninos, foram submetidas a atividades que privilegiaram a utilização da coordenação visuomanual,. Amostra experimental II (AEII) composto por 1 menino, o qual foi submetido a atividades que privilegiaram a utilização de sua motricidade global; Grupo experimental III (GEIII): foi formado por 1 menino e 1 menina que foram submetidos a atividades que abrangeram tanto as propostas para o GEI quanto para o GEII. Para a análise do aspecto motor foi utilizado a escala de desenvolvimento motor de Rosa Neto (2002). Para a análise dos sintomas de TDAH foi utilizado o CheckList de Barkley para TDAH aplicado a pais e professores; e a ficha para comportamento disruptivo de Barkley nos ambientes escolar e familiar.

 Resultados: Não foi observada alteração no número de sintomas de TDAH quanto para o comportamento disruptivo em ambos os ambientes para nenhum dos grupos exceto para a aluna o GEIII que apresentou melhora em todos os aspectos. Em relação ao desenvolvimento motor, os dois alunos do grupo GEIII apresentaram melhoras consideráveis em todos os aspectos enquanto os demais (GE, GEI e GII) apresentaram flutuações melhorando em alguns e piorando em outros.

Conclusão: Observou-se que estimulações motoras combinadas melhoraram a motricidade dos alunos de acordo com os testes motores em relação aos alunos estimulados de forma específica. Mas a melhora do desempenho motor não se relacionou com a diminuição dos sintomas de TDAH para o sexo masculino ao contrário do observado para o sexo feminino.