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INTRODUÇÃO:

Cada fase de um treinamento estruturado apresenta objetivos distintos, sendo que na fase básica a ênfase é dada no volume de treinamento a fim de desenvolver as capacidades físicas básicas para a modalidade, já na fase específica busca-se os aprimoramentos visando uma obtenção do desempenho de pico das qualidades físicas específicas para o êxito em natação (Maglischo, 1999).

Referindo-se especificamente às capacidades físicas em questão (aeróbica e anaeróbica), sabe-se que o desenvolvimento/aprimoramento das mesmas está diretamente relacionado com as questões relativas ao volume e a intensidade do treinamento adotado, ou seja, para o treinamento da capacidade aeróbica, prioriza-se o volume, já para a capacidade anaeróbica esta relação se dá com a intensidade. Não pode-se deixar de considerar o efeito da fase específica de treinamento no aprimoramento da técnica de nado a qual está diretamente relacionada com a freqüência e o número de ciclos de braçada durante a prática da modalidade.

Sendo assim, objetivou-se verificar a influência da fase específica de treinamento sobre a manutenção e/ou aprimoramento das capacidades aeróbica e anaeróbica, de nadadores, a freqüência e o número de ciclos de braçadas de nadadores.

METODOLOGIA:

Participaram do estudo 11 indivíduos de ambos os sexos, na faixa etária entre 20 e 57 anos, atletas do projeto de extensão "Natação Competitiva: Proposta de formação de equipes permanentes de treinamento na UFSM", as fases de treinamento tiveram um período de 30 dias cada, com uma freqüência de seis vezes/semana, duração de 60 minutos/sessão, mas na fase básica o volume médio semanal de treinamento foi 20000 metros e na fase específica 15000 metros. Este estudo foi realizado junto à piscina semi-olímpica do CEFD/UFSM. Na avaliação da capacidade aeróbica foi utilizado o Teste T-30(Olbrecht et al., 1985), obtendo-se a distância máxima num ritmo regular, desde o início ao final do teste, em trinta minutos de nado crawl. Na capacidade anaeróbica foi utilizado o teste 6x200 metros nado estilo crawl, com velocidade máxima e um minuto de intervalo entre as séries e o Speed-Test (adaptado de Araújo et al., 1979), na velocidade máxima os 15 metros finais dos 25 metros em nado crawl. Utilizou-se para a medida do tempo, o cronômetro digital da marca Technos, com precisão de um centésimo de segundo e a contagem visual do número de ciclos de braçadas. Utilizou-se para análise dos dados a estatística descritiva e o Teste t de Student para amostras pareadas, com nível de significância 5%.

RESULTADOS:

Tendo em vista o objetivo proposto a primeira análise realizada foi relativa ao efeito da fase básica do treinamento sobre as variáveis consideradas, podendo posteriormente analisar o mesmo em relação a fase específica. Constataram-se melhoras estatisticamente significativas (p<0,01) na fase básica de treinamento para as variáveis da capacidade aeróbica (T-30min), capacidade anaeróbica (T15M) e freqüência de braçadas, não acontecendo o mesmo com variável número de ciclos de braçadas e a variável anaeróbica quando avaliada pelo teste 6x200M, apesar de observar-se uma tendência de melhora dos resultados. Na fase específica de treinamento ocorreu melhora estatisticamente significativa (p<0,01) apenas da capacidade anaeróbica (T6x200M) não ocorrendo o mesmo com as demais variáveis analisadas no presente estudo. Os resultados apresentados no presente estudo demonstram que o treinamento utilizado na fase específica com os dez últimos dias de polimento foi adequado para a manutenção do desempenho, considerando as variáveis analisadas. Tal constatação concorda com Troup (1989c), o qual demonstrou em um estudo que os atletas foram capazes de manter as adaptações e os desempenhos obtidos com a fase específica de treinamento, com redução de 35% em média da carga de trabalho.

CONCLUSÕES:

Com base nos resultados encontrados no presente estudo conclui-se que a fase específica de treinamento não teve uma influência negativa sobre as variáveis de desempenho analisadas, sendo suficiente para mantê-las (capacidade aeróbica, número de ciclo de braçadas e freqüência de braçadas) ou, no caso da capacidade anaeróbica, aprimorá-la.