Resumo

O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência dos polimorfismos -786T>C, 894G>T e Íntron 4 do gene NOS3 sobre os parâmetros cardiovasculares e bioquímicos em adultos submetidos ao treinamento físico aeróbio. Oitenta e seis voluntários, sendo cinquenta e cinco normotensos (49,6±0,6 anos) e trinta e um hipertensos (52,9±1,2 anos) finalizaram todas as etapas do estudo. Em relação aos parâmetros antropométricos, foram avaliados o índice de massa corporal e circunferência abdominal. Para os parâmetros cardiovasculares, foram avaliados a pressão arterial sistólica e diastólica (através do método auscultatório - tycos® e o monitoramento ambulatorial da Pressão Arterial – Dyna MAPA®), frequência cardíaca de repouso e exercício (FC), mensurada através monitor de frequência cardíaca (Polar® RS 800CX) e consumo máximo de oxigênio (VO2max) (através do teste de 1 milha). Para os parâmetros bioquímicos, foram avaliados o perfil lipídico (colesterol total - CT, HDL-C, LDL-C, VLDL-C e triglicerídeos – TG), creatinina, glicemia (através do método enzimático automático – Cobas Mira Plus®), atividade da superóxido dismutase, catalase, concentrações de nitrito e nitrato (NOx- ) e malondialdeído (MDA) pelo método colorimétrico, através do espectrofotômetro (Cayman Chemical, Ann Arbor, MI, USA). A determinação dos polimorfismos para as três posições do gene NOS3 analisadas no estudo foi realizada através da extração de DNA, utilizando protocolo clorofórmio-fenol, seguida pela reação em cadeia da polimerase – PCR em termociclador (Mastercycler® Eppendorf) e sequenciada para as regiões as regiões de interesse através do sequenciador (ABI 3500 Applied Biosystems). O treinamento físico aeróbio (TFA) aeróbio foi realizado por 24 sessões em um período de oito semanas (freqüência de três vezes/semana, com duração de trinta a quarenta minutos por sessão). A determinação da intensidade do treinamento físico aeróbio foi realizada através do teste de máxima fase estável de lactato. O desenho experimental foi caracterizado como ensaio clínico controlado cruzado e duplo cego. Os principais resultados do presente estudo foram: 1) O treinamento físico aeróbio promoveu redução significativa da pressão arterial de repouso tanto para os voluntários normotensos quanto para os hipertensos, sendo a magnitude de redução da pressão arterial diastólica maior para os hipertensos (tabela 3 e figura 12). Por outro lado, não foram observadas alterações em relação a pressão arterial ambulatorial para os voluntários hipertensos em resposta ao treinamento físico aeróbio, apesar das diferenças para os voluntários normotensos (tabelas 4 e figuras 13,14). A FC (tabela 2 e figura 10), assim como os biomarcadores relacionados ao estresse oxidativo e concentrações de NOx- (tabela 6 e figura 17) não justificam esses resultados. 2) O polimorfismo localizado na posição íntron 4b/a atenuou a redução tanto da pressão arterial de repouso (tabela 10 e figuras 23,24) quanto da ambulatorial (tabela 11 e figuras 29,30) frente ao treinamento físico aeróbio. Diferentemente, os polimorfismos para as posições - 786T>C e 894G>T não influenciaram as respostas tanto da pressão arterial de repouso (tabela 10 e figuras 23,24) quanto da ambulatorial (tabela 11 e figuras 25, 26,27,28) em resposta ao treinamento físico aeróbio. Entretanto, a FC (tabela 9 e figuras 20,21,22), assim como os biomarcadores relacionados ao estresse oxidativo e concentrações de NOx- (tabela 12 e figuras 31,32,33) não justificaram essas respostas. 3) Por fim, a resposta de redução tanto da pressão arterial de repouso (tabela 17 e figura 36), quanto ambulatorial (tabelas 18,19 e figuras 37,38) foram atenuadas pelos grupos haplotípicos TGa e CGb. Novamente, a FC (tabelas 15,16 e figura 35), assim como os biomarcadores relacionados ao estresse oxidativo e concentrações de NOx- (tabelas 20,21 e figuras 39,40) não justificaram essas respostas. Em conclusão, nossos dados demonstram que o polimorfismo localizado no íntron 4, assim como os haplótipos TGa e CGb inibem a reposta de redução da pressão arterial frente ao treinamento físico aeróbio em adultos de meia idade. Entretanto, os mecanismos para esses resultados ainda não são conhecidos.

Acessar Arquivo