Influência da Pedalada com os Joelhos Tangenciando o Quadro da Bicicleta Sobre a Ativação dos Músculos do Membro Inferior
Por Rodrigo Rico Bini (Autor), Felipe Pivetta Carpes (Autor), Fernando Diefenthaeler (Autor).
Em Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (até 2003 Revista Paulista de Educação Física) v. 25, n 1, 2011. Da página 27 a 37
Resumo
A mudança da posição do corpo sobre a bicicleta tem sido relacionada a alterações na ativação dos músculos do membro inferior. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi comparar a ativação dos músculos "Tibialis Anterior", "Gastrocnemius Medialis", "Biceps Femoris", "Rectus Femoris", "Vastus Lateralis", "Adductor Longus" e "Gluteus Maximus" nas seguintes situações: 1) posição de referência (posição preferida); 2) posição de adução (joelhos tangenciando o quadro da bicicleta); 3) posição de abdução (joelhos afastados do quadro da bicicleta). Seis atletas com experiência competitiva em ciclismo foram avaliados por meio da eletromiografia de superfície (EMG). Todos pedalaram em suas próprias bicicletas montadas em um ciclosimulador, com carga de trabalho normalizada pelo VO2 de forma que a taxa de troca respiratória se mantivesse entre 0,8 e 1,0. A ativação muscular foi analisada por meio da comparação da média do envelope RMS e do período de ativação para cada um dos músculos, nas três posições avaliadas. Não foram observadas diferenças significativas para a média do envelope RMS e para o período de ativação dos músculos nas três posições avaliadas, à exceção do "Adductor Longus". Observou-se maior ativação (36 ± 6%) deste músculo na posição de adução comparado a posição de abdução (25 ± 11%) para um valor de significância de p = 0,02, sem diferenças em relação a posição de referência (27 ± 7%). Estes resultados sugerem que não ocorrem alterações substanciais na ativação dos principais músculos do membro inferior quando a posição dos joelhos no plano frontal é alterada e a carga de trabalho é mantida, à exceção do aumento da participação do "Adductor Longus".