Resumo

O estudo da relação entre o exercício e a resposta imune teve grande impulso a partir da metade da década de 70, tendo como principais áreas de interesse o estudo da infecção de vias aéreas superiores em atletas submetidos a grandes esforços, o exercício como modelo de estresse e a resposta do treinamento como resposta adaptativa frente a situações de estresse. A descrição da interação entre os sistemas imune e neuroendócrino foi de importância capital no desenvolvimento desses estudos. O exercício gerando um desvio da homeostase orgânica leva à reorganização das respostas de diversos sistemas, entre eles o sistema imune. É adequado dividir a resposta ao exercício em resposta aguda, resposta transitória ao estresse e resposta de adaptação crônica, na qual o treinamento capacita o organismo a lidar com o estímulo estressante de maneira mais adequada. Ambas as respostas afetam os diversos componentes do sistema imune, tanto a resposta inata em seu componente celular compreendendo neutrófilos, macrófagos e células natural killer, como em seu componente humoral, proteínas de fase aguda, sistema do complemento e enzimas, como o sistema imune adaptativo, em seu componente celular (linfócitos T e B), como no componente humoral (anticorpos e citocinas). Apesar das incorreções que cometemos quando das generalizações, podemos dizer que, de modo geral, o exercício de intensidade moderada, praticado com regularidade, melhora a capacidade de resposta do sistema imune, enquanto o exercício de alta intensidade praticado sob condições estressantes provoca um estado transitório de imunodepressão.