Resumo

Com os avanços crescentes nas áreas tecnológicas e de informação, muitas são as
crenças e valores que são generalizados para a população. A necessidade de buscar
melhoras nos níveis de qualidade de vida das populações passa mais por uma
imposição dos sistemas sociais e políticos vigentes, que determinam, mesmo que de
modo subliminar, normas e condutas desejáveis e melhor aceitos pelos grupos
dominantes. Buscando formas de amenizar ou evitar possíveis danos na qualidade
do viver, os órgãos governamentais e a mídia veiculam condutas consideradas
imprescindíveis, como hábitos alimentares e de controle do stress, relacionamentos
e comportamentos preventivos. Inserida nestes hábitos, a prática sistemática de
atividades físicas vem sendo fortalecida como influenciadora da melhora da qualidade
de vida, tanto pela mídia como pelos espaços que oferecem esses serviços, dentre os
quais as academias. Com base nessas reflexões, objetivou-se identificar, nesse estudo,
se há diferença nos níveis de qualidade de vida entre praticantes de atividades físicas
regulares e não praticantes de atividades físicas. A amostra foi composta por 28
indivíduos universitários, com idades entre 20 e 30 anos, com níveis sociais
semelhantes, sem problemas psicológicos como depressão, stress entre outros, bem
como ausência de doenças ou disfunções orgânicas e funcionais. Os sujeitos foram
divididos em 2 grupos (praticantes de musculação e não praticantes de atividades
físicas). Foi aplicado o instrumento "Whoqol-Bref ", desenvolvido pela Organização
Mundial da Saúde. Posteriormente foi realizada a análise dos resultados por domínios
e entre domínios através do teste t de Student com nível de significância 0,05% e
observou-se que não houve diferença significativa entre os dois grupos em nenhum
dos domínios, demonstrando que para os grupos estudados, somente a prática de
atividades físicas não influencia nem positiva nem negativamente na qualidade de
vida do indivíduo. Esse fato pode ser explicado considerando-se que a qualidade de
vida é multifatorial e multidimensional, forjada pela interação de diferentes domínios
bem como pela percepção que o indivíduo tem de si e do seu mundo. Com isso, não
se pode confirmar os discursos apresentados pela literatura e pelo senso comum,
que apontam uma relação quase causal entre prática de atividades físicas e melhora
nos níveis de qualidade de vida, deixando dúvidas sobre as influências da prática de
AF para sobre a qualidade de vida de cada indivíduo

Acessar Arquivo