Resumo

O estudo traz a acessibilidade como um elemento fundamental para combater barreiras limitantes e oportunizar experiências inclusivas com autonomia, conforto, segurança e respeito para que todo cidadão se sinta atendido sem restrições. Os eventos esportivos possuem um potencial socializador, onde pessoas se relacionam e criam vínculos espontaneamente. Devido a falhas no planejamento desses eventos e ausência de fiscalização, a falta de acessibilidade satisfatória faz parte da realidade nacional, em que os gestores utilizam apenas o bom senso para a promoção do evento, ou baseiam-se em guias ou modelos não formalizados ou amparados por lei. O objetivo geral é examinar a acessibilidade para pessoas com deficiência física e/ou com mobilidade reduzida em eventos esportivos brasileiros. Os objetivos específicos são levantar a percepção de diferentes públicos sobre a acessibilidade em eventos esportivos no Brasil e identificar aspectos relevantes e fundamentais sobre o tema, em prol do desenvolvimento da área de acessibilidade. Como metodologia, foi feita uma revisão sobre o tema, utilizando artigos e trabalhos científicos em português, espanhol e inglês, dos últimos 4 anos, com os descritores: acessibilidade; pessoas com deficiência; eventos esportivos. A pesquisa é de natureza aplicada e exploratória, tendo sido feita por meio de um questionário e entrevistas. O público das entrevistas foi de 8 respondentes, selecionado por conveniência. O questionário, construído no Google Forms, foi validado por meio de um júri, composto por 4 referências acadêmicas da área de Educação Física e/ou PcDs e mobilidade reduzida, e de um pré-teste. A disseminação foi feita via grupos de WhatsApp e foi utilizado o método “bola de neve” para ganhar escala e alcance geográfico, atingindo 112 respostas. Foi utilizada a análise de conteúdo para as entrevistas, com proposição de categorias feita à posteriori. Para os dados quantitativos relativos ao questionário, foi feita a análise estatística descritiva. Como principais resultados, para 80,7% dos respondentes, os eventos esportivos experienciados no Brasil não são totalmente acessíveis. Dos respondentes da categoria de PcDs, 100% disseram frequentar eventos esportivos, participando de diferentes formas, sendo praticantes esportivos (69,2%) e público torcedor (53,8%) as mais assinaladas. Como considerações finais, espera-se que gestores de eventos esportivos e engenheiros(as) e arquitetos(as) do setor de equipamentos esportivos possam se atentar às diretrizes de acessibilidade e contribuírem para uma inclusão efetiva dos PcDs e pessoas com mobilidade reduzida. E, sobre as pessoas que não possuem uma relação direta com o tema, acredita-se que possam se sentir sensibilizadas em conhecer mais sobre essa realidade, refletindo sobre a necessidade da inclusão e contribuindo em seu entorno com um comportamento atitudinal adequado. Para que a participação do público que necessita de acessibilidade seja maior em eventos considerados acessíveis, os gestores desses eventos precisam investir em divulgação com estratégia assertiva de marketing atrativo. Como sugestão para gestores de eventos esportivos, recomenda-se o desenvolvimento de um aplicativo eletrônico específico com o cadastro nacional de eventos esportivos e, com o fim de orientação e disseminação do conhecimento sobre o tema e o conceito de desenho universal, se faz necessária a criação de guias e modelos formalizados e amparados por lei com o apontamento do referencial de normas técnicas a serem seguidas para o cumprimento da acessibilidade em eventos esportivos.

Acessar