Resumo
Nós determinamos a influência da alcalose e acidose metabólica induzida sobre o ritmo de prova, gasto energético e desempenho durante um teste contrarrelógio de ciclismo de 4 km (TCR). Após um estudo preliminar (N=7) determinando as doses ótimas de cloreto de amônio (NH4Cl), bicarbonato de sódio (NaHCO3) e placebo (carbonato de cálcio, CaCO3), 11 ciclistas amadores realizaram um TCR de 4 km 100 min após ingerirem 0,15 g·kg-1 de NH4Cl, 0,3 g·kg-1 de NaHCO3 ou 0,15 g·kg-1 de CaCO3 (desenho de medidas repetidas, contrabalançado e duplo-cego). Comparado com placebo, a ingestão de NaHCO3 resultou em uma alcalose sanguínea pré-exercício (pH: + 0,06 ± 0,04, [HCO3-]: + 4,7 ± 2,6 mmol?L-1, excess de base: + 4,6 ± 2,4 mmol?L-1, P<0,05), enquanto que o NH4Cl resultou em uma acidose sanguínea (pH: - 0,05 ± 0,04, [HCO3-]: - 5,5 ± 2,9 mmol?L-1, excesso de base: - 5,3 ± 2,5 mmol?L-1, P<0.05), com essas diferenças permanecendo durante todo o teste. Apesar de nenhum desconforto gastrointestinal severo, os participantes adotaram um ritmo de prova significativamente mais conservador em NH4Cl comparado com placebo e NaHCO3, que foi acompanhado por uma redução na taxa de gasto energético anaeróbio (~ -14 %, P<0,05) e menor trabalho anaeróbio total (~ -13 %, P<0,05). Consequentemente, o desempenho foi prejudicado em NH4Cl (~ -7 %) comparado com as demais condições (P<0,05). O lactato plasmático, VCO2 e a PetCO2 foram menores e a VE/VCO2 maior durante o TCR em acidose do que em placebo e alcalose (P<0,05). Entretanto, não houve diferença para essas variáveis entre placebo e NaHCO3 (P<0,05). A acidose metabólica induzida diminuiu o ritmo de prova e o metabolismo anaeróbio, além de prejudicar o desempenho durante um TCR de 4 km, independente de desconforto gastrointestinal.