Iniciativa Global Matrix sobre atividade física entre crianças e adolescentes na América Latina: tendências, sucessos e desafios na prática e na vigilância
Por Bruno Bizzozero-Peroni (Autor), Mark S. Tremblay (Autor), Salomé Aubert (Autor), Silvia A. González (Autor), Diego Augusto Santos Silva (Autor), Juan López-Taylor (Autor), Pablo Lobo (Autor), Gabriela De Roia (Autor), Olga L. Sarmiento (Autor), Nicolas Aguilar-Farias (Autor), Susana Andrade Tenesaca (Autor), Karla I. Galaviz (Autor), Javier Brazo-Sayavera (Autor).
Resumo
Objetivo. Sintetizar as notas dos indicadores de atividade física (AF) entre crianças e adolescentes (5 a 17 anos) nos países da América Latina; explorar os determinantes sociais da saúde (DSS) relacionados aos indicadores de AF; e identificar pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças para melhorar os níveis de AF. Método. Os países latino-americanos participantes classificaram um conjunto de indicadores comuns de AF, seguindo a metodologia harmonizada estabelecida pela iniciativa Global Matrix. Foram sintetizados dados transversais (2014, 2016, 2018, 2022) e de tendência temporal (2018–2022) dentro dos países e entre eles para cada indicador de AF. Também foram sintetizados os dados de AF segundo os DSS. Os líderes das equipes de desenvolvimento dos boletins dos países preencheram um questionário para identificar pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças (análise SWOT), visando melhorar as notas de AF. Resultados. Oito países latino-americanos (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Uruguai e Venezuela) participaram de pelo menos uma das quatro edições da iniciativa Global Matrix. Entre todas as notas atribuídas aos indicadores de AF na região (n = 193), 35,2% receberam a nota “D” (correspondente a uma taxa de sucesso de 20% a 39%), sendo a nota mais frequente. Informações incompletas foram registradas em 27,5% dos indicadores. Observou-se uma melhora de 9,3% na média regional das notas de todos os indicadores de AF ao longo do tempo. Embora os indicadores de fontes de influência tenham melhorado 28,1%, os indicadores comportamentais caíram 6,2%. Identificou-se a necessidade de análises adicionais desagregadas por DSS, como sexo. Conclusão. Os países da América Latina apresentaram notas insatisfatórias nos indicadores de AF entre crianças e adolescentes. Observou-se um progresso contrastante entre os grupos de indicadores comportamentais e de fontes de influência. São urgentemente necessários sistemas de vigilância aprimorados e maiores investimentos na coleta de dados sobre AF em nível nacional, a fim de melhorar a comparabilidade entre países e orientar ações regionais.
