Insatisfação Corporal de Adolescentes Atletas e Não Atletas de Ginástica Artística
Por Clara Mockdece Neves (Autor), Juliana Fernandes Filgueiras Meireles (Autor), Pedro Henrique Berbert de Carvalho (Autor), Sebastião Sousa Almeida (Autor), Maria Elisa Caputo Ferreira (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 18, n 1, 2016. Da página 1 a 10
Resumo
A avaliação de fatores psicológicos pode auxiliar na prevenção de transtornos alimentares em atletas. Objetivou-se verificar possíveis relações entre a insatisfação corporal e influência da mídia, perfeccionismo, estado de humor e comportamento de risco para transtorno alimentar, bem como comparar as variáveis de estudo entre praticantes de ginástica artística de base e de alto rendimento e não atletas. Participaram da pesquisa 413 adolescentes de ambos os sexos (atletas de alto rendimento e de base e não atletas), com idade entre 10 e 18 (média de 12,86±1,80) anos. Foram aplicados: BSQ, EAT-26, SATAQ-3, MPS e BRUMS para avaliar insatisfação corporal, comportamento de risco para transtorno alimentar, influência midiática, perfeccionismo e estado de humor, respectivamente. Foram coletados dados antropométricos para estimar o Índice de Massa Corporal (IMC) e o Percentual de Gordura (%G). Foram realizadas análises estatísticas descritivas, comparativas e correlacionais. Somente o EAT-26 influenciou o BSQ nos três grupos avaliados. Em não atletas, IMC, BRUMS e SATAQ-3 acrescentaram explicação ao modelo. Para os atletas de base, %G, influência da mídia e estado de humor também foram preditores para a insatisfação corporal. Os atletas de alto rendimento tiveram menores valores de IMC e %G do que os demais. Os não atletas apresentaram menores escores para o perfeccionismo, enquanto os atletas de base menores pontuações para o estado de humor. Conclui-se que o comportamento de risco para transtorno alimentar é o fator que se relaciona mais fortemente com a insatisfação corporal em atletas de base, de alto rendimento e em não atletas.