Insatisfação Corporal e Comportamento de Risco Para Transtorno Alimentar em Atletas de Ginástica Artística
Por Neves Cm (Autor), Meireles Jff (Autor), Carvalho Phc (Autor), Ferreira Mec (Autor).
Em IV Seminário Internacional de Ginástica Artística e Rítmica de Competição - SIGARC
Resumo
Na ginástica artística, um padrão de corpo com baixa gordura é cobrado das atletas, podendo acarretar uma busca incessante por esse ideal e, consequentemente, imagem corporal negativa e adoção de comportamentos alimentares inadequados. Dessa forma, o objetivo foi verifi car a prevalência de insatisfação corporal e de comportamentos de risco para transtornos alimentares em meninas atletas de ginástica artística. A amostra foi constituída por 244 atletas, que foram divididas em dois grupos: atletas de base (n=207) e de alto rendimento (n=37), de acordo com a carga de treinamento semanal. As jovens tinham idade entre 10 e 18 anos (média de 12,67±1,87) e treinavam na cidade de Três Rios-RJ. O Body Shape Questionnaire (BSQ) foi utilizado para a avaliação da insatisfação corporal, e as ginastas foram consideradas como: livres de insatisfação (BSQ<80) ou insatisfeitas (BSQ≥80). O Eating Attitudes Test-26 (EAT-26) foi utilizado para o rastreio de comportamentos de risco para transtorno alimentar, classifi cando as ginastas como: com comportamento alimentar adequado (EAT<20) ou inadequado (EAT≥20). A partir dos resultados do BSQ, verifi cou-se que 25,1% (n=52) e 16,2% (n=6) das atletas de base e de alto rendimento, respectivamente, estavam insatisfeitas. Quanto ao EAT-26, a prevalência de comportamentos de risco para transtornos alimentares foi de 45,9% (n=17) para as ginastas de alto rendimento e 32,9% (n=68) para as de base. Conclui-se que as atletas de alto rendimento apresentaram menor insatisfação corporal, possivelmente devido ao fato de que o treinamento intenso contribui para a aproximação do ideal corporal socialmente aceito para o sexo feminino (magreza). Entretanto, esse grupo apresentou maior comportamento de risco para transtornos alimentares, o que merece atenção por parte dos treinadores. A avaliação dessas variável é de extrema importância já que a insatisfação com a imagem corporal é considerada fator de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares