Insegurança Alimentar nas Famílias Sob Cobertura da Estratégia Saúde da Família
Por Fernanda M. Gassen Berlt (Autor), Francisca M. A. Wichmann (Autor).
Em Cinergis v. 8, n 2, 2007. Da página 27 a 36
Resumo
A Segurança Alimentar e Nutricional pode ser entendida como a garantia ao direito de todos do acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, com base em práticas saudáveis e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, nem o sistema alimentar futuro, devendo se realizar em bases sustentáveis. Essa garantia está ameaçada devido às constantes altas dos preços dos alimentos. Conseqüentemente, o objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de insegurança alimentar em famílias com crianças menores de 60 meses e descrever seu perfil sociodemográfico. Foram estudadas famílias com membros menores de 60 meses (n = 81), selecionadas a partir do prontuário da Estratégia Saúde da Família, no período de junho a setembro de 2007. A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, versão brasileira do módulo de insegurança alimentar do United States Department of Agriculture, foi utilizada para diagnosticar Segurança/Insegurança Alimentar. Observou-se insegurança alimentar em 54,3% das famílias; dessas, 66,7% em Insegurança Alimentar Leve; 17,8% em Insegurança Alimentar Moderada; e 15,6% em Insegurança Alimentar Grave. As famílias em segurança alimentar apresentaram significativo consumo qualitativo diário de alimentos. Sugere-se, portanto, a necessidade de políticas públicas efetivas para apoiar as famílias na sua capacidade de elaborar estratégias para o enfrentamento do impacto das adversidades econômicas sobre a qualidade de suas dietas.