Resumo

O ser humano, desde seus primórdios, estava em constante contato com a dança, seja em sua comunicação na pré-história ou em seu culto aos Deuses na Grécia Antiga. Desta maneira, a dança é considerada a mais antiga manifestação sociocultural, fazendo-se necessária no ambiente escolar, favorecendo como prática pedagógica, a socialização, a criatividade, além de beneficiar o processo de construção do conhecimento. A dança na escola, mesmo com tantos benefícios sociais, cognitivos, motores, afetivos e fisiológicos, é um pilar esquecido dentre os outros na Educação Física. Neste sentido, objetivou-se evidenciar o processo de inserção da dança nas escolas do Brasil. A presente pesquisa é de natureza básica, não experimental, e o procedimento técnico utilizado foi a pesquisa bibliográfica. Evidenciou-se que, em 1882, iniciou-se o que se chama de processo de inserção da ginástica nas escolas do Brasil, ação defendida por Rui Barbosa, no qual a modalidade ginástica obtinha fortes influências, do método francês, sueco e alemão. A antiga ginástica tinha em sua posse de ensino várias modalidades da Educação Física, que atualmente se encontram em pilares diferenciados, como natação, jogos e dança – esta última proposta apenas para o sexo Feminino –, iniciando assim, paralelamente com a ginástica, o processo de fundamentação e inserção da dança no contexto escolar brasileiro.  Fernando de Azevedo, em 1928, no Rio de Janeiro, reformulou a educação física instituindo-a como atividade diária para todos os alunos, porém, fundamentando o ensino da dança como “[...] movimentos belos, harmoniosos e graciosos” (MATHIAS; RUBIO, 2010, p. 279) favorecendo a natureza feminina para seu papel na sociedade da época, a maternidade.  A dança não continha um objetivo específico, era apenas um meio para um fim, como por exemplo, as festas escolares, manifestações culturais e o patriotismo. A partir da criação das diretrizes curriculares, os conteúdos foram se alterando de ano em ano. Em meio ao DCE de Dança em 2006, no Ensino Fundamental o aprendizado era baseado no quesito estético corporal muito ligado a Educação Artística, andando conjuntamente entre as duas áreas, fazendo-se a difícil distinção. Atualmente, de acordo com os PCN’s (parâmetros curriculares nacionais), o ensino da Dança deverá ser abordado no âmbito da Educação Física e da arte dificultando ainda mais a apropriação de apenas uma área. Muitas vezes, a Dança é tratada como agente extracurricular, não inserida na Educação Básica de ensino, dificultando o contato dos alunos para com este pilar educacional. Outras vezes, é apenas representada em festividades ao longo do ano, como por exemplo, a quadrilha na festa junina escolar. A inserção da dança poderia ser seriamente reconsiderada, se o projeto político pedagógico (PPP) de cada instituição escolar inserisse a mesma fundamentada nas aulas de educação física, como conteúdo e não apenas como passatempo ou como forma de espetáculo para pais e responsáveis.