Inserção da Dança na Escola Brasileira
Por André Luís Schneider (Autor), Jessica Mazetto Vidal (Autor), Keylanna Marly Santos (Autor), Leticia de Almeida dos Santos (Autor).
Em XV Congresso de História do Esporte, Lazer e Educação Física - CHELEF
Resumo
O ser humano, desde seus primórdios, estava em constante contato com a dança, seja em sua comunicação na pré-história ou em seu culto aos Deuses na Grécia Antiga. Desta maneira, a dança é considerada a mais antiga manifestação sociocultural, fazendo-se necessária no ambiente escolar, favorecendo como prática pedagógica, a socialização, a criatividade, além de beneficiar o processo de construção do conhecimento. A dança na escola, mesmo com tantos benefícios sociais, cognitivos, motores, afetivos e fisiológicos, é um pilar esquecido dentre os outros na Educação Física. Neste sentido, objetivou-se evidenciar o processo de inserção da dança nas escolas do Brasil. A presente pesquisa é de natureza básica, não experimental, e o procedimento técnico utilizado foi a pesquisa bibliográfica. Evidenciou-se que, em 1882, iniciou-se o que se chama de processo de inserção da ginástica nas escolas do Brasil, ação defendida por Rui Barbosa, no qual a modalidade ginástica obtinha fortes influências, do método francês, sueco e alemão. A antiga ginástica tinha em sua posse de ensino várias modalidades da Educação Física, que atualmente se encontram em pilares diferenciados, como natação, jogos e dança – esta última proposta apenas para o sexo Feminino –, iniciando assim, paralelamente com a ginástica, o processo de fundamentação e inserção da dança no contexto escolar brasileiro. Fernando de Azevedo, em 1928, no Rio de Janeiro, reformulou a educação física instituindo-a como atividade diária para todos os alunos, porém, fundamentando o ensino da dança como “[...] movimentos belos, harmoniosos e graciosos” (MATHIAS; RUBIO, 2010, p. 279) favorecendo a natureza feminina para seu papel na sociedade da época, a maternidade. A dança não continha um objetivo específico, era apenas um meio para um fim, como por exemplo, as festas escolares, manifestações culturais e o patriotismo. A partir da criação das diretrizes curriculares, os conteúdos foram se alterando de ano em ano. Em meio ao DCE de Dança em 2006, no Ensino Fundamental o aprendizado era baseado no quesito estético corporal muito ligado a Educação Artística, andando conjuntamente entre as duas áreas, fazendo-se a difícil distinção. Atualmente, de acordo com os PCN’s (parâmetros curriculares nacionais), o ensino da Dança deverá ser abordado no âmbito da Educação Física e da arte dificultando ainda mais a apropriação de apenas uma área. Muitas vezes, a Dança é tratada como agente extracurricular, não inserida na Educação Básica de ensino, dificultando o contato dos alunos para com este pilar educacional. Outras vezes, é apenas representada em festividades ao longo do ano, como por exemplo, a quadrilha na festa junina escolar. A inserção da dança poderia ser seriamente reconsiderada, se o projeto político pedagógico (PPP) de cada instituição escolar inserisse a mesma fundamentada nas aulas de educação física, como conteúdo e não apenas como passatempo ou como forma de espetáculo para pais e responsáveis.