Instalações Esportivas – Planejamento e Desenvolvimento

Parte de Atlas do Esporte no Brasil . páginas 754 - 756

Resumo

O conhecimento e a circulação de informações sobre o tema de construções esportivas no Brasil ainda é incipiente, embora a memória de suas primeiras iniciativas  já tenha mais de meio século. Além disso, a literatura brasileira referente a normas e padrões construtivos de instalações para Educação Física, Esportes e Recreação é limitada quando comparada à de países mais desenvolvidos. A primeira manifestação do gênero no país consta de um inventário de plantas simplificadas e padrões técnicos de instalações esportivas, publicado em livro pela Professora Maria Lenk, em 1941. As publicações subseqüentes e as estrangeiras que passaram a circular nos anos seguintes, foram causa e efeito da expansão de construções esportivas que acompanharam o crescimento do país em termos econômicos. Este fato foi especialmente evidente nas décadas de 1960 e 1970 – época do chamado milagre econômico brasileiro -, o que também tornou mais clara a falta de uma concepção coerente por ausência de critérios e normas depadronização. Além disso, os projetos raramente tinham por base um planejamento que levasse em conta a contribuição dos diversos indivíduos e entidades envolvidas no processo, bem como a opinião dos futuros usuários daquelas instalações. Esta constatação já se tornara evidente em 1945 nos EUA e, por esta razão, Caswell M. Miles, Vice-Presidente de Recreação da American Association for Health, Physical Education and Recreation) obteve do Athletic Institute liderou a primeira conferência sobre instalações, no mesmo ano. Em 1946 foi publicada a primeira edição do guia Planning Areas and Facilities for Health, Physical Education and Recreation. Outro exemplo concerne à França, onde em 1941 apareceu o primeiro texto oficial sobre o tema, versando sobre proteção e utilização de locais e áreas de esportes precedido de amplo recenseamento nacional. Outros textos se seguiram naquele país, ressaltando-se uma circular de 1978 que estabeleceu medidas para tornar accessíveis aos portadores de deficiências físicas o acesso às novas instalações disponíveis ao público e também a abertura dos estabelecimentos de ensino à coletividade fora dos horários ou períodos escolares. Em 1980 publica-se a 9a edição do manual Équipements Sportifs et Socio-Éducatifs. O desenvolvimento posterior destas duas iniciativas do exterior pode servir de comparação com as circunstâncias brasileiras, de modo a compreender seus avanços e retrocessos.

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