Intensidade de Esforço Físico de Bombeiros Militares do Distrito Federal em Um Turno de Serviço, Comparativamente Ao Período de Folga
Por Leonardo Correa Segedi (Autor), Daniel Saint-martin (Autor), Edgard M. K. Von Koenig Soares (Autor), Keila Elisabeth Fontana (Autor), Guilherme E. Molina (Autor), Rosenkranz Maciel Nogueira (Autor), Luiz Guilherme Grossi Porto (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: A atividade profissional de bombeiros é reconhecida por apresentar elevado risco cardiovascular. Os turnos de trabalho envolvem, muitas vezes, a interrupção súbita do repouso para condições de elevada sobrecarga física e/ou psicológica, como nos chamados para o combate a incêndio florestal, nos quais há risco associado de desidratação e hipertermia. Objetivo: Avaliar a intensidade do esforço físico entre um período de 24h de serviço por 72h de descanso, em bombeiros militares florestais. Métodos: Estudo transversal com amostra por conveniência de 12 bombeiros florestais do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, com média de idade de 37 ± 6,6 anos, IMC 25,62 ± 3,9 Kg/m² e VO²max estimado de 43,9 ± 4,4 ml(Kg.min)-1. A intensidade de esforço físico foi avaliada pelo comportamento da frequência cardíaca (FC), registrada por meio do transmissor cardíaco da Polar H7, durante um plantão de 24h e nas 72h de folga subsequentes, e armazenada em acelerômetro Actigraph (GT3X+), com tempo mínimo de 10h de uso válido por dia. Para a análise dos valores da FC estabeleceram-se os limites mínimo e máximo de 40 e 200 bpm para valores válidos. A FC máxima foi estimada [FCmax = 208 - (0,7 x idade)] e a intensidade do esforço categorizada em: leve (< 64% FCmax), moderada (≥ 64% < 76% FCmax), vigorosa (≥ 76% < 94% FCmax) e muito vigorosa (≥ 94% FCmax). Foram comparados os valores do dia de trabalho com à média dos 3 dias de folga pelo teste de Wilcoxon para amostras dependentes, ao nível de significância de 5 %. Resultados: O tempo médio de registro da FC no dia de trabalho (17h:57min) foi semelhante ao registrado nas folgas: 18h:25min (p>0,05). Os voluntários demonstraram grande permanência na intensidade leve no dia de serviço (97,9%) e nos três dias de folga (98,8%). Não houve diferença dos tempos em cada zona de intensidade entre o dia de trabalho e as folgas (p>0,05) (Tabela 1). Conclusão: Os bombeiros avaliados passavam a maior parte do tempo em atividades de intensidade leve, intercalados por períodos curtos de tempo em zonas de intensidade moderada a muito vigorosa, tanto em serviço quanto nas folgas. A ampla variação dos dados e o tamanho reduzido da amostra limitam o poder estatístico da análise. Ainda, os dados foram coletados no início da temporada de incêndios florestais no Distrito Federal, período este com baixa demanda de serviço, o que talvez explique tanto o reduzido tempo em atividades vigorosas como também a semelhança dos achados entre um dia de serviço e as 3 folgas subsequentes.