Resumo

O objectivo deste estudo foi comparar os jogadores de futebol Brasileiros de vários níveis competitivos e consoante a posição em que jogam, relativamente à intensidade do negativismo e da autoconfiança. Também, pretendemos verificar o grau de associação entre ambas as variáveis, a idade e o tempo de experiência.

A amostra foi constituída por 529 jogadores de futebol profissional Brasileiros de vários níveis competitivos. Foi utilizada uma adaptação do Competitive State Anxiety Inventory – 2 (CSAI-2) 24, recorrendo apenas às escalas de negativismo e autoconfiança. Na comparação dos grupos usou-se o teste t para amostras independentes e aANOVA (teste post-hoc Scheffé) e o coeficiente de correlação de Pearson para verificar o grau de associação entre as variáveis.

Os resultados demonstraram que os jogadores de nível nacional apresentaram valores inferiores de negativismo e superiores de autoconfiança comparativamente aos de nível regional. Quando se analisou os diferentes níveis de rendimento, considerando também a divisão em que o atleta compete, verificou-se que os atletas da 2ª divisão regional apresentaram valores superiores de negativismo do que os da 2ª divisão nacional e valores inferiores de autoconfiança comparativamente aos jogadores de ambas as divisões de nível nacional. Os valores de negativismo e autoconfiança vivenciados pelos jogadores antes da competição são semelhantes, independentemente da posição que o atleta ocupa em jogo. A idade e a experiência desportiva dos atletas parecem também determinar os níveis de negativismo vivenciados antes da competição, verificando-se uma associação negativa entre estas variáveis. É sugerida a interpretação direccional dos sintomas do negativismo, para uma melhor compreensão deste estado no contexto desportivo.

Acessar Arquivo