Resumo

Introdução: A genética é considerado o principal determinante da densidade
mineral óssea (DMO). Recentemente, ganhou força a hipótese de que exista
um gene principal que seria determinante para os fenótipos ósseos. Nesse
sentido, o receptor de vitamina D (VDR) tem sido um dos genes mais
estudados. Além de interferir diretamente a DMO, há evidências que os
polimorfismos no gene VDR possam influenciar na resposta à atividade
física. Dentro deste contexto, o objetivo do presente estudo foi verificar a
interação dos polimorfismos BsmI com os padrões de atividade física na
determinação do DMO do colo do fêmur em mulheres brasileiras. Métodos:
Foram avaliadas 162 mulheres no período pós menopausa. A genotipagem
de SNPs foi realizada utilizando o sistema SnaPShot Multiplex System®.
O padrão habitual de atividade física foi avaliado por meio do IPAQ
(International Physical Activity Questionnaire) e a amostra foi classificada
como ativa (AT) ou insuficiente ativa (IA). A interação entre atividade física
e os polimorfismos BsmI para a DMO do fêmur foi avaliada através de
uma ANCOVA fatorial. As variáveis usadas como covariantes (status de
reposição hormonal, tabagismo e IMC) foram detectadas através de
regressão linear múltipla stepwise. Caso fossem encontradas diferenças
significativas na ANCOVA, foram realizadas comparações múltiplas com
ajuste do intervalo de confiança pelo método de Bonferroni. Foi adotado
p<0,05, como nível de significância. Resultados: A ANCOVA fatorial não
revelou interação entre padrão de atividade física e polimorfismos BsmI.
A análise separada dos polimorfismos BsmI não mostrou diferenças entre
os genótipos com relação à DMO. A análise dos diferentes padrões de
atividade física revelou que o grupo AT apresentou maiores valores de
DMO no colo do fêmur em comparação com o grupo IA (p<0,05).
Discussão: Os resultados confirmam a atuação positiva da atividade física
no metabolismo ósseo ao verificar que mulheres ativas apresentam maior
DMO no colo do fêmur. O presente estudo corrobora com a maior parte
da literatura ao não encontrar diferenças entre a DMO de mulheres
portadoras de diferentes genótipos BsmI. Os resultados não mostraram
interação entre polimorfismos BsmI e os padrões de atividade física, o que
indica que este polimorfismo não interfere na resposta da DMO à atividade
física. Conclusões: Os polimorfismos BsmI no gene VDR não interferem
na DMO e nem nas respostas da DMO à diferentes padrões de atividade
física na amostra estudada.

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