Resumo

A interação social possui relevante influência no desenvolvimento das crianças sob todos os aspectos, sendo o brincar um das principais formas quando se trata de infância. Este é o tipo de interação mais lúdica, variando sua apresentação e representação de acordo com os aspectos culturais, sociais e cronológicos de cada sujeito. A escola regular de educação infantil favorece a interação de todos os tipos de alunos, na maioria das vezes utilizando-se do lúdico, por isso, apresenta-se como ambiente essencial para a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais, pois dessa forma possibilita que a criança estabeleça relacionamentos com as demais, passando a se beneficiar das trocas sociais, fato que irá auxiliar o seu processo de aprendizagem, tanto em relação aos conteúdos curriculares, quanto em relação à socialização. Interagir com crianças sem síndrome de Down, torna-se fundamental para o processo de aprendizagem daquela que apresenta a síndrome. O brincar, portanto, torna-se uma das estratégias possíveis para a efetivação da inclusão escolar desta criança na educação infantil, pois favorece o aumento de seu sentimento de pertença ao grupo, o enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem, dentre outros fatores. Propomos como objetivo deste estudo investigar a relevância do brincar para o processo de inclusão escolar de crianças com síndrome de Down. Optamos pela pesquisa de natureza qualitativa, em especial, pelo estudo de caso, apresentando como sujeitos 04 (quatro) crianças com síndrome de Down incluídas nas escolas regulares de educação infantil de Teresina (PI) e seus respectivos professores. Utilizamos como instrumentos para a coleta de dados a filmagem que foi realizada nas situações de recreio destas crianças, além de um roteiro de entrevistas semi-estruturado, aplicado junto aos professores. Faz-se referência ao fundamentar este estudo, às contribuições de autores como Vygotsky (1997; 1998), Mantoan (2002, 2008), Batista e Enumo (2004), Rodrigues (2005, 2006), Kishimoto (1997), Brougère (1995; 1998), dentre outros. Os resultados demonstraram que as professoras compreendem a importância do brincar para a inclusão escolar, sendo este utilizado como estratégia de inclusão em 3 dos 4 casos estudados. No entanto, em um dos casos, percebemos o contrário, o que ocasionou a não aceitação da criança no grupo de companheiros. Identificamos, de maneira geral, que o brincar pode favorecer a inclusão escolar e a aceitação das crianças com síndrome de Down por seus pares sem a síndrome, no contexto da educação infantil. Para isto, é necessário que os educadores utilizem esta estratégia como forma de elevar, na criança incluída, o sentimento de pertença ao grupo, bem como sua aceitação. PALAVRAS-CHAVE: Brincar. Inclusão Escolar. Síndrome de Down.

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