Resumo

Esta pesquisa participante, embasada pela teoria histórico-cultural de Vigotski (1993; 1999; 2000; 2003) e pelas concepções abertas de ensino nas visões de Hildebrandt (1994) e Hildebrandt e Laging (1986) -quanto a maneira de conduzir as atividades -visou analisar as diversas formas de interações sociais que ocorrem durante a prática de jogos infantis. As observações foram feitas durante aulas de educação física ministradas pelo pesquisador para crianças entre nove e onze anos. As interações sociais que foram categorizadas ocorreram durante o processo de prática e formulação de jogos, que eram previamente conhecidos dos alunos, e a proposta de modificar suas regras serviu como motivador para a interação entre eles. Com base na assertiva de que o conflito em ambiente coletivo fomenta a aceitação da crítica e a formulação da autocrítica, ambas estimuladas pela co-decisão e co-responsabilidade, o processo de ensino/aprendizagem proposto nesta pesquisa seguiu as concepções abertas de ensino. Tal concepção possibilita a construção de um ambiente de respeito mútuo e cooperação, no qual os próprios alunos discutem e encontram as regras que consideram justas e viáveis. O que torna mais significativo as experiências internalizadas pelos alunos durante as atividades. As aulas foram filmadas, com o consentimento dos pais e alunos, para possibilitar o registro e posterior análise das manifestações verbais e gestuais. Para análise do material audiovisual, utilizamos o método de agrupamento de ocorrências em categorias, que permitiu identificar unidades de ação dos indivíduos posteriormente agrupadas em categorias de interação entre eles, tornando possível a investigação acerca das interações sociais que ocorrem durante aulas de educação física. Emergiram das análises do material estudado 21 categorias de interação social, que podem ser re-arranjadas em 3 diferentes esferas situacionais, a saber: Participação, Atividade e Relacionamento.

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