Interfaces dos aspectos psicosociais e as vivências na natureza
Por Jossett Campagna (Autor), Gisele Maria Schwartz (Autor).
Resumo
A opção pelas atividades de aventura na natureza pode, parcialmente, ser explicada pela ruptura que promovem nas formas tradicionais de visitar a natureza e pelas ressonâncias que têm nos enredos psicológico e social humano. Esta investigação qualitativa perscrutou, na relação homem-natureza, aspectos intrínsecos e extrínsecos presentes nas experiências sensíveis vivenciadas no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, SP., tangenciando motivos, expectativas, sentimentos, emoções e atitudes. Para tanto, fundiu revisão de literatura a uma pesquisa exploratória, utilizando um questionário misto com quinze questões, aplicado a uma amostra ararense, na faixa etária entre 14 e 16 anos, de ambos os sexos. Os dados coletados, analisados descritivamente por meio da Técnica de Análise de Conteúdo Temático, revelam sensações de plenitude advindas da parceria estabelecida com a natureza; sentimentos de alegria, prazer, solidariedade, resistência contra a mesmice cotidiana, superação dos próprios limites no convívio com o risco controlado, de auto-estima positiva diante da consciência ecológica, manifesta na idéia de que transgredir a natureza significa transgredir-se, assim como, conservá-la, significa conservar-se, entre outros aspectos concernentes aos relacionamentos intra e interpessoais, cujas ressonâncias afetam o “senso de eu” dos respondentes; as expectativas de vivenciar situações inusitadas, de verdadeira aventura, suspendendo, mesmo que temporariamente, as tensões sociais cotidianas, de transgredir os limites que o ser humano impõe ao si mesmo, de resgatar a liberdade, de alteração de atitudes relacionadas ao meio ambiente, além de adquirir novos conhecimentos sobre o local e a cultura da comunidade receptora.