Resumo

Este trabalho de investigação tem como objetivo compreender e analisar o desenvolvimento do Curso de Formação dos Professores Indígenas do Estado de São Paulo - MagIND, uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação e a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, FE-USP, realizado em 2002 e 2003. Os indígenas que conc1uiram o curso estão aptos a serem professores de Educação Infantil e das quatro séries iniciais do Ensino Fundamental I. Para a pesquisa, foram considerados os pontos de vista dos professores indígenas e dos professores/formadores não-indígenas, partindo do pressuposto de que a escola é um espaço de diálogo e conflito entre os conhecimentos indígenas e aqueles da escola não-indígena. O recurso de entrevista foi o procedimento básico da pesquisa cujas categorias de análise que emergiram das respostas às entrevistas são: (a) duração do curso, ritmos docentes e discentes; (b) oralidade, leitura e escrita; (c) o preconceito vivido e o poder alcançado pelos professores indígenas, (d) a matemática escolar e os professores indígenas. No âmbito dos fundamentos, procurei contribuições na Antropologia Social e na Etnomatemática para entender os limites e as possibilidades da educação escolar indígena e, de modo especial, para compreender as contradições e os progressos que ocorrem no processo ensino-aprendizagem quando são tomadas como objetivos e valores a interculturalidade e a Etnomatemática.

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