Sobre
Apresentação,
Eduardo Galeano em um de seus textos que versam sobre a memória, ou melhor, sobre a desmemoria, escreve:
Estou lendo um romance de Louise Erdrich. E a certa altura um bisavô encontra seu bisneto. O bisavô está completamente lelé (seus pensamentos tem a cor da água) e sorri com o mesmo beatífico sorriso de seu bisneto recém-nascido. O bisavô é feliz porque perdeu a memória que tinha. O bisneto é feliz porque não tem, ainda, nenhuma memória. Eis aqui, penso, a felicidade perfeita. Não a quero.
Se a felicidade perfeita, como sugere Galeano significa a ausência de lembranças... para nós, que integramos a equipe de um lugar de memória , tão pouco interessa. Ousaríamos dizer que preferimos a felicidade imperfeita que nos permite recordar algumas trilhas já exploradas, as dores sentidas e ressentidas, os amores vividos e as alegrias que, mesmo passados alguns anos, fazem sorrir novamente