Invertendo a Lógica: Crianças Ensinando Circo Para Adultos - todos Aprendendo
Por Marco Antonio Coelho Bortoleto (Autor), Mônica Lua Barreto (Autor), Leonora Tanasovici Cardani (Autor), Gilson Santos Rodrigues (Autor), Caroline Capellato Melo (Autor).
Resumo
No presente estudo, se analisa uma experiência pedagógica desenvolvida em um projeto de extensão universitária intitulado “Atividades circenses para crianças” e que oferece, anualmente, uma aula aberta na qual as crianças se tornam “professoras” de seus responsáveis. Por meio dos planos de aula e dos depoimentos dos adultos participantes, notamos que esta aula aberta é um espaço de socialização que permite aos adultos experienciar e reconhecer os desafios enfrentados pelas crianças, além de ser um momento para resgatar a infância. Já para as crianças, ela reforça o engajamento nas atividades que podem ajudar no ensino. Com isso, entendemos que a atividade se mostra fulcral para o aprendizado das crianças e para que os responsáveis se aproximem do processo por elas vivido no que tange à prática do circo.
Referências
Afonso, J. (2002). Os circos não existem: Família e trabalho no meio circense. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.
Almeida, F. Q. (2017). Educação física escolar e práticas pedagógicas inovadoras: Uma revisão. Revista Corpoconsciência, 21(3), 7-16.
Almeida, C. M., Cagnato, E. V., & Dal-lin, A. (2011). Aulas de Educação Física na concepção aberta: Uma experiência no Ensino Fundamental. Anais do X Congresso Nacional de Educação – Educare, Curitiba, PR, Brasil.
Alonso, V., & Barlocco, A. (2013). Aportes para la creación de una función de circo. In: Encastres: Propuestas para una escuela en juego – circo. Coordinación técnica MIDES-CEIP, Uruguay.
Andrieu, B. (2016). Aprenda de su cuerpo vivo: Una emersiología de los gestos circenses. Revista Latinoamericana de Estudios sobre Cuerpos, Emociones y Sociedad, 8(20), 54-63.
Ariès, P. (2006). Pequena contribuição à História dos jogos e das brincadeiras. In: P. Ariès. História social da criança e da família (2a ed.). Rio de Janeiro, Brasil: Livros Técnicos e Científicos.
Benjamin, W. (2009). “Experiência”. In: W. BENJAMIN. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. Tradução Marcus Vinicius Mazzari (2a. ed.). São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34.
Benjamin, W. (2012). Experiência e pobreza. In: W. BENJAMIN. Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre a literatura e história da cultura. Tradução Sérgio Paulo Rouanet (8a ed.). São Paulo: Brasiliense.
Bortoleto, M. A. C., & Celante, A. R. (2011). O ensino das atividades circenses no curso de Educação Física: Experiências na universidade pública e privada. In: Pereira, E. M. A.; Celani, G.; Grassi-Kassisse, D. M. (Orgs.). Inovações curriculares: experiências no ensino superior. Campinas, SP: FE/UNICAMP.
Bortoleto, M. A. C. (2016). Mais arte, mais circo e mais educação: Por um corpo mais expressivo. In: MORAES, A. C., ROCHA, L. A. O., & SILVA, P. C. C. (Orgs). Educação integral no Espírito Santo: Contribuições para as artes do corpo e do espaço. Vitória, ES: GM Gráfica & Ed.
Bortoleto, M. A. C., Duprat, R. M., & Tucunduva, B. B. P. (2016). As atividades circenses na FEF-UNICAMP: A construção de uma nova área de estudos e pesquisa. In: Bortoleto, M. A. C.; Ontañón, T. B., & Silva, E. Circo: Horizontes educativos. Campinas, SP: Autores Associados.
Bortoleto, M. A. C., Ontañón, T. B., Duprat, R. M., & Tucunduva, B. B. P. (2017). O circo na universidade: Por uma coerência entre as práticas de ensino, pesquisas e extensão. In: Schneider, O., & Gama, J. C. F. (Orgs.). Educação Física e seus caminhos: Programa de Educação Tutorial. Vitória, ES: Virtual Livros.
Bortoleto, M. A. C., & Silva, E. (2017). Circo: Educando entre as gretas. Rascunhos–Caminhos da Pesquisa em Artes Cênicas, 4(2).
Bourdieu, P. (2004). Os usos sociais da ciência: Por uma sociologia clínica do campo científico. trad. Denice Barbara Catani. São Paulo: Editora Unesp.
Caramês, A. S. (2014). Professores na corda bamba: As atividades circenses na formação inicial enquanto conteúdo da educação física (Dissertação de mestrado em Educação Física). Centro de Educação Física e Desportos, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.
Cardani, L. T., Spolaor, G. C., Santos Rodrigues, G., Ontañón, T. B., & Bortoleto, M. A. C. (2017). Pedagogia das atividades circenses: Quando pais tornam-se aprendizes de seus filhos. Anais do XX CONBRACE/ VII CONICE- Democracia e emancipação: Desafios para a Educação Física e a Ciências do Esporte na América Latina, Goiânia, GO, Brasil.
Chioda, R. A. (2018). Uma aventura da alegria e do risco: Narrativas de um professor de educação física sobre o ensino das atividades circenses (Tese de doutorado). Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.
De Gáspari, J. C., & Schwartz, G. M. (2007). Vivências em arte circense: Motivos de aderência e expectativas. Motriz, Rio Claro, 13(3), 158-64.
Desgagné, S. (2007). O conceito de pesquisa colaborativa: A ideia de uma aproximação entre pesquisadores universitários e professores práticos. Revista Educação em Questão, Natal, 29(15), 7-35.
Duprat, R. M. (2014). Realidades e particularidades da formação do profissional circense no Brasil: Rumo a uma formação técnica e superior (Tese de Doutorado em Educação Física). Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.
Faria, B. A., Bracht, V., Machado, T. S., Moraes, C. E. A., Almeida, U. R., & Almeida, F. Q. (2010). Inovação pedagógica na educação física: O que aprender com práticas bem sucedidas? Ágora para la Educación Física y el Deporte, 12(1), 11-28.
Fino, C. M. N. (2016). Inovação pedagógica e ortodoxia curricular. Revista Tempos e Espaços em Educação, São Cristóvão – SE, 9, 13-22.
Flick, U., Kardorff, E. V., & Steinke, I. (2004). A companion to Qualitative Research. Translated by Bryan Jenner. - SAGE publications.
Freire, P. (1983). Extensão ou comunicação? Tradução de Rosisca Darcy de Oliveira (7a. ed.). Rio de Janeiro, Paz e Terra.
Geraldi, J. W. (2010). A aula como acontecimento. São Carlos, SP: Pedro & João.
Hildebrandt, R., & Laging, R. (1986). Concepções abertas no ensino da educação física. Ao Livro Técnico.
Hildebrandt, R. (2005). Textos pedagógicos sobre o ensino da Educação Física (3a. ed.). Ijuí: Ed. Unijuí.
Hirai, R. T., & Cardoso, C. L. (2006). Para a compreensão da concepção de “aulas abertas” na Educação Física: Orientada no aluno, no processo, na problematização, na comunicação e…. Motrivivência, (27), 119-138.
Ibiapina, I. M. L. M. (2016). Reflexões sobre a produção do campo teórico-metodológico das pesquisas colaborativas: Gênese e expansão. In: Ibiapina, I. M. L. M.; Bandeira, H. M. M., & Araujo, F. A. M. (Orgs.). Pesquisa colaborativa: multirreferenciais e práticas convergentes. Editora da Universidade Federal do Piauí – EDUFPI, Teresina, PI, Brasil.
Machado, T. S., Bracht, V., Faria, B. A., Moraes, C., Almeida, U., & Almeida, F. Q. (2010). As práticas de desinvestimento pedagógico na Educação Física escolar. Movimento, 16(2), 129-147.
Matias, T. S., Soares, M. R., Silva, O., Frasson, J. S., & Pires, V. (2018). Educação Física escolar no Ensino Médio: O uso das redes sociais nos processos de ensino-aprendizagem a partir da perspectiva de aulas abertas. Pensar a Prática, 21(3).
Miranda, R. C. F., & Ayoub, E. (2016). As práticas circenses no “tear” da formação inicial em educação física: Novas tessituras para além da lona. Movimento, Porto Alegre, 22(1), 187-198, jan./mar.
Miranda, R. C. F., & Ayoub, E. (2017). Por entre as brechas dos muros da universidade: O circo como componente curricular na formação inicial em Educação Física. Revista Portuguesa de Educação, 30(2), 61-83.
Miranda, R. C. F., & Bortoleto, M. A. C. (2018). O circo na formação inicial em educação física: um relato auto etnográfico. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 40(1), 39-45.
Nóbrega, T. P. (2007). Merleau-Ponty: o filósofo, o corpo e o mundo de toda a gente!. Anais... XV Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, II Congresso Internacional de Ciências do Esporte: Política científica e produção de conhecimento em Educação Física.
Ontañón, T. B., Duprat, R. M., & Bortoleto, M. A. C. (2012). Educação física e atividades circenses: “O estado da arte”. Movimento, vol.18, 2.
Ontañón, T. B., Santos Rodrigues, G., Spolaor, G. C., & Bortoleto, M. A. C. (2016). O papel da extensão universitária e sua contribuição para a formação acadêmica sobre as atividades circenses. Pensar a prática, 19(1).
Bird, B. (2007). Ratatouille. Estado Unidos: Dist. Walt Disney Pictures e Pixar Animation Studios.
Ribeiro, C. S., Cardani, L. T., Santos Rodrigues, G., & Bortoleto, M. A. C. (2017). Diálogos circenses: a construção de uma linha de pesquisa na pós-graduação em Educação Física. Anais do VII Fórum de Pós Graduação em Ciências do Esporte e IV Fórum de Pesquisadores das Subáreas Sociocultural e Pedagógica da Educação Física. - Campinas, SP: FEF/UNICAMP, Brasil.
Rocha, G. (2010). Circo no Brasil – Estado da Arte. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, 70, 51-70.
Rocha, G. (2012). O “circo-escola” e a reinvenção da educação. In: Rocha, G., & Tosta, S. P. (Org.). Caminhos da pesquisa: Estudos em linguagem, antropologia e educação. Curitiba: CRV.
Santos Rodrigues, G., Prodócimo, E., & Ontañón, T. B. (2016). “Circo Coragem”: O jogo como estratégia de ensino das atividades circenses. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, SP, 27(1), 147-164, jan./abr.
Santos Rodrigues, G. (2018). Pedagogia das atividades circenses na Educação Física escolar: Experiências da arte em escolas brasileiras de Ensino Fundamental (Dissertação de mestrado em Educação Física), Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.
Silva, E. (1996). O circo: Sua arte e seus saberes: o circo no Brasil do final do século XIX a meados do XX. 162f (Dissertação de mestrado em História), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.
Silva, M. L. (2009). A intencionalidade da consciência em Husserl. Argumentos – Revista de Filosofia, 1(1).
Tonso, S. (2012). A ambientalização da universidade e a extensão Universitária. In: Leme, P. C. S.; Pavesi, A.; Alba, D., & González., M. J. D. (Orgs.). Visões e experiências iberoamericanas de sustentabilidade nas universidades (1a. ed.). Madrid: Alambra, 1, 65–70.
Tucunduva, B. B. P. (2015). O circo na formação inicial em educação física: Inovações docentes, potencialidades circenses (Tese de doutorado). Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.
Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: Planejamento e métodos. Tradução de Daniel Grassi (2a. ed.). Porto Alegre: Bookman.