Investigação de disfunção hipofisária em jogadores de futebol profissionais aposentados
Por Soner Akkurt (Autor), Mehmet Karakus (Autor), Hasan Fahrettin Kelestimur (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 26, n 6, 2020.
Resumo
É fato conhecido que a disfunção hipofisária sobrevém em decorrência de lesões cerebrais traumáticas. Uma das razões para essas lesões é a colisão durante esportes de contato.
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do cabeceamento de bola sobre a hipófise e suas funções em jogadores de futebol aposentados.
Métodos:
Participaram deste estudo 32 jogadores de futebol aposentados com média de idade de 43,38 ± 5,49 (35-59) e 26 indivíduos sedentários com média de idade de 43,31 ± 6,38 (35-59) que foram questionados quanto à experiência como jogador de futebol, história de traumatismo craniano, concussões e doenças cardiometabólicas. No primeiro dia, foram obtidas amostras de sangue para investigar os parâmetros hematológicos e bioquímicos basais. No segundo dia, foi realizado o teste de estimulação com ACTH; no terceiro dia, foram feitos os testes de estimulação com glucagon. Além disso, foram realizados ECG de repouso, ecocardiograma transtorácico e testes de esforço para obter o equivalente metabólico (MET). Na análise estatística, o teste t de Student foi usado na comparação dos resultados dos dois grupos. O nível de significância foi estabelecido em p < 0,05.
Resultados:
Identificou-se que cinco dos 32 jogadores de futebol (16%) sofreram uma concussão durante a carreira futebolística. Os níveis de hormônio de crescimento (GH) de três jogadores de futebol (9,2%) e de três indivíduos sedentários (10%) foram inferiores a 1 ng/dl, valor que foi aceito como limiar. Não houve diferença significativa entre os parâmetros hematológicos, bioquímicos e cardiometabólicos dos jogadores de futebol com deficiência de GH e os jogadores de futebol com nível normal de GH. Não houve relação significativa entre o número de cabeceamentos e a deficiência de GH.
Conclusão:
Embora a deficiência de GH tenha sido detectada em quase 10% dos jogadores aposentados, a frequência de hipopituarismo não foi maior do que a dos controles sedentários. Nível de evidência I; Estudos Prognósticos.