Resumo
Durante diferentes atividades cotidianas ou esportivas o ser humano é submetido a desafios unilaterais que podem estar relacionados à performance de uma tarefa específica ou a própria manutenção de sua postura. Portanto, é natural o desenvolvimento motor de um membro em relação ao outro para tarefas específicas, desde que estas sejam repetidas de forma não simétrica. Desta forma, pode-se supor que sujeitos que possuam maiores estresses físicos unilaterais apresentem maior probabilidade em desenvolver assimetrias funcionais e morfológicas. O presente trabalho apresenta três diferentes experimentos visando investigar as assimetrias funcionais e morfológicas relacionadas ao controle de movimento para tarefas dinâmicas e estáticas em diferentes condições e grupos. O primeiro experimento visou investigar as diferenças, entre os membros inferiores, no controle de movimento entre sedentários e atletas, utilizando para isto a postura ereta quieta e o salto com contra-movimento nas condições bipedais e unipedais. O segundo experimento visou investigar o efeito da fadiga neuromuscular unilateral e bilateral no controle de movimento, entre membros, durante o salto com contra-movimento e a postura ereta quieta bipedal. O terceiro experimento objetivou investigar o efeito prolongado da temporada esportiva no controle de movimento, entre membros, de atletas, utilizando o salto com contra-movimento e a postura ereta quieta nas condições unipedal e bipedal. Inicialmente, o presente trabalho concluiu que não parece existir relação entre as diferenças antropométricas e funcionais. Indivíduos sedentários e atletas possuem diferenças entre os membros inferiores, entretanto supõe-se que os mecanismos relacionados à tais fenômenos não sejam os mesmos, como no caso dos sedentários, onde as assimetrias poderiam estar relacionadas ao pobre controle de força, sinergismo e padrão de coordenação.. Analisando as diferenças entre sedentários e atletas foram observadas semelhanças em relação ao nível de assimetria para algumas variáveis analisadas. Deve-se considerar que os atletas analisados estavam no início da temporada esportiva, e possivelmente sem grande influência dos efeitos do treinamento prolongado. Para testar a hipótese do efeito prolongado, o terceiro experimento foi realizado e observou-se que a temporada esportiva não afetou todas as variáveis relacionadas ao controle de movimento estático e dinâmico em atletas e os maiores efeitos foram verificados durante as tarefas bipedais. Além disto, a fadiga neuromuscular também influenciou o controle de movimento em sedentários, produzindo ajustes compensatórios em algumas variáveis, principalmente nos ângulos articulares. Entretanto, as assimetrias previamente observadas não parecem serem alteradas durante as diferentes condições de fadiga neuromuscular. Para a tarefa dinâmica bipedal, observou-se que para todas as variáveis analisadas (ângulos articulares, parâmetros de desempenho e atividade muscular) apresentaram assimetrias. Curiosamente, se observa tendência à maior ativação do membro contra-lateral em função do membro fatigado. Portanto, o presente estudo ressalta o efeito do nível de condicionamento, o efeito da fadiga e do treinamento prolongado no controle de movimento dos membros inferiores em tarefas com diferentes demandas motoras bipedais e unipedais