Editora Annablume. Brasil None. 226 páginas.

Sobre

Instigada pela idéia de que as galeras juvenis carregam territórios em seus corpos quando se movimentam pelo espaço urbano, Glória Diógenes decidiu percorrer as trilhas desenhadas. Iniciou nos estádios de futebol, onde as coreografias das torcidas organizadas fazem rugir a tempestade dos enfrentamentos juvenis. O entorno do estádio já antecipa a festa das torcidas e as encenações reproduzem e delimitam os territórios também demarcados nos bailes funks. Jogo e festa se entrelaçam nos seus ritos de excesso e dissolvência. Nos bailes, jovens da periferia lançam-se em uma vertiginosa onda contínua, transmudando os signos da ordem e da moral urbana. 
Na perseguição aos corpos que fazem a cidade, entretanto, um deles parece silenciar-se, ocultar-se: o dos lutadores de jiu-jítsu. Expressa sua natureza fronteiriça, que singulariza e faz competir os corpos.

Jogo, festa e tatame são lugares de enunciação de signos jovens. Lugares movediços exigem um movimento incessante do olhar e do corpo pesquisador: uma antropologia nômade. Fica ao leitor o convite para percorrer essa outra cartografia urbana.