João do Pulo, o Legado: Um Estudo Retrospectivo da Técnica de Salto Triplo
Por Alberto Carlos Amadio (Autor), Nélio Alfano Moura (Autor), Franklin de Camargo-junior (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução. O salto triplo é composto por três fases: Hop, Step e Jump. Hay (1992) propôs uma classificação em função da contribuição das fases para a distância total (tolerância = 2%): HopDominante, Jump-Dominante e Equilibrada. Oliveira teria sido o primeiro a estabelecer um recorde mundial com Jump-dominante (34%, 30% e 36%) (HAY, 1993; MILLER; HAY, 1986). Porém, de acordo com o próprio autor (HAY, 1992), não se sabe com segurança a distribuição desse salto. Toledo (1978) apresenta uma distribuição equilibrada (35%, 30% e 35%) para esse mesmo salto. Diante desse contexto de incertezas, o objetivo desse estudo foi contribuir com a caracterização do salto Oliveira (17,89 m), a partir das margens de aceitação para diferentes abordagens, favorecendo as reinterpretações que decorrem de restrições metodológicas. Método. Baseado na exploração de um vídeo captado e divulgado por emissora de TV, o processamento de dados envolveu o sequenciamento digital do salto nos instantes de takeoff e touchdown. Para diminuir o erro provocado pela distorção de imagem, as análises de comprimento ficaram restritas ao Jump considerando: comprimento total do salto (C = 17,89 m); distância da borda da caixa de areia ao touchdown de aterrissagem (D = 4,89 m); e altura do TA CA atleta numa posição corporal similar à postura ortostáca (H ) para medida de estatura (1,86 m). A distribuição do Step foi assumida com intervalo de 29 a 31,6%, valores picos para AT medalhistas em provas internacionais. Por fim, o percentual de Hop foi definido num intervalo que varia em função dos valores assumidos para o Step. Resultados e Discussão. Os resultados obtidos para cada abordagem metodológica foram resumidos na tabela (1). Com base nos limites inferior (LI) e superior (LS) para o Step, o Jump foi: superestimado em C e subestimado em D , cabendo ao H o resultado mais provável. E nesse último caso, a caracterização do salto do Oliveira variou em função dos limites adotados para o Step. No LI, o Hop atingiu 6,68 m configurando um salto Hop-dominante (37,3%). Porém, assumido LS, o Hop diminuiu para 6,22 m e o salto passa a ser considerado Equilibrado (Hop = 34,7; Jump = 33,7%). Esses resultados contrariam Miller e Hay (1986) que sugerem um Jump-dominante para Oliveira, ainda que tenha sido estabelecido um cenário de incerteza para esses achados (HAY, 1992). A justificativa para essas diferentes interpretações residem nas limitações impostas pelas metodologias aplicadas aos registros da época, não dedicados para fins científicos. Espera-se com a realização do presente trabalho contribuir com as possibilidades de abordagem e interpretação do salto triplo do Oliveira, num resgate do legado de um dos mais importantes saltadores do Brasil. Conclusão. O salto Oliveira possui características Hop-dominante ou Equilibrado assumindo os limites de aceitação para o Step.