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No próximo dia 3 de julho, João Saldanha completaria 100 anos de idade, tendo falecido no dia 12 de julho de 1990, em Roma, cobrindo a Copa do Mundo da Itália. O blog do Juca Kfouri e o CEV não poderiam deixar esta data em branco. Afinal, estamos falando do maior jornalista da História do futebol brasileiro, tanto em rádio, jornal e TV, e do homem que tinha como frase basilar de sua autobiografia “Minhas ideias valem mais do que minha conta bancária”.

“A vida de João Saldanha só pode ser entendida quando pautada por contrapontos constantes, presentes em sua trajetória, da fronteira do Uruguai ao Posto 6, em Copacabana. Da família Jobim Saldanha à sua formação de adolescente e adulto no Rio de Janeiro. Do futebol à política, paixão em tom maior (seu maior orgulho foram os trabalhos que teve oportunidade de executar no PCB). Do Botafogo ao Partido Comunista. Da Portela à Banda de Ipanema. De sua admiração por Noel Rosa e Luiz Carlos Prestes. Da altivez, bem ao estilo gaúcho ao enfrentar as derrotas mais contundentes de amarguras intermitentes. Da busca obsessiva pela simplicidade em todos os quadrantes do retângulo de um campo de futebol, para ele metáfora maior do mundo em que vivemos. Do gosto pelo craque, pelo grande estrategista político, pelo compositor genial, pelo escritor de pena privilegiada, pelo turfe, pelo bate-papo com os amigos, pela esquina da Miguel Lemos, em Copacabana, pela praia, em etapas entrelaçadas que, sem sofrerem rupturas, mudaram de perfil, na medida em que a vida seguia”. (Vida que segue, João Saldanha e as Copas de 1966 e 1970, Nova Fronteira, 2006. Raul Milliet Filho – Org.).

Nestas seis edições até o dia 3 de julho, debateremos o perfil de João Saldanha, o “João sem medo, magro de tanto que as paixões o ralam”, como dizia Nelson Rodrigues, não deixando de criticar com firmeza algumas de suas biografias e documentário que, folclorizando seu perfil, deturpam sua trajetória no futebol e na política.

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