Jogadores de futebol do Brasil e o auto-relato de consumo de medicamentos: O show tem que continuar
Por Eduardo Camillo Martinez (Autor), Victor Manuel Machado de Ribeiro dos Reis (Autor), Sandra Celina Fernandes Fonseca (Autor), Felipe Alves Gomes de Oliveira (Autor), Bruna de Jesus Labanca (Autor), Henrique Marcelo Gualberto Pereira (Autor), Elisa Suzana Carneiro Pôças (Autor), André Valentim Siqueira Rodrigues (Autor).
Resumo
Medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e outros fármacos são frequentemente utilizados por atletas, especialmente futebolistas. Entretanto, há poucas pesquisas sobre o uso prolongado desses medicamentos, particularmente entre atletas brasileiros. Este estudo objetivou investigar a prevalência do uso de AINEs e analgésicos entre futebolistas brasileiros, comparando seu uso com o de atletas de esportes olímpicos e paralímpicos, considerando o sexo, o período de competição (dentro ou fora de competição) e o tipo de esporte (de contato ou sem contato). Para tanto, um estudo observacional analisou 8.997 Formulários de Controle de Dopagem dos anos de 2021 e 2022 e extraiu dados como esporte, sexo, período de coleta e uso autodeclarado de medicamentos em até sete dias anteriores ao controle de dopagem. Os medicamentos foram categorizados em cinco grupos: nenhum medicamento, AINEs não seletivos, AINEs seletivos (Cox-2), analgésicos/relaxantes musculares e paracetamol/dipirona. Testes qui-quadrado compararam os grupos de atletas, o uso de medicamentos, o sexo, o esporte e o período de teste, com um nível de significância de 95%. Os resultados mostraram maior uso de AINEs entre futebolistas em comparação com atletas olímpicos e paralímpicos, com atletas de esportes de contato e sem contato e, ainda, com maior uso nos períodos de competição.