Jogos Cooperativos na Ginástica Rítmica: Uma Estratégia Para Melhorar a Coesão Grupal
Por Izabele Scheffer (Autor), Silvia Deutsch (Autor), Lilian Mayumi Otaguro (Autor), Tiago Megale (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução:A Ginástica Rítmica é um esporte individual altamente competitivo
e apresenta grande nível de rivalidade. Além das provas individuais existem as
provas em conjunto, de acordo com o Código de Pontuação. A participação
da ginasta deve ocorrer de maneira homogênea e com espírito de coletividade
sendo importante o desenvolvimento do sincronismo, da sensibilidade, da
adaptação rápida e da antecipação para obtenção de um bom desempenho.
Estes fatores podem ser encontrados em um grupo coeso, de pessoas que se
reúnem em busca de um objetivo comum.Acreditando que o desenvolvimento
da coesão grupal pode potencializar o trabalho em equipe, utilizamos como
recurso os jogos cooperativos enfatizando o reconhecimento de que todas as
ginastas são importantes. O presente estudo teve como objetivo: verificar se a
utilização de jogos cooperativos em aulas de GR interfere na coesão do grupo.
Metodologia: O estudo foi realizado com 20 ginastas divididas em 2 grupos:
Grupo 1 (G1) 10 ginastas entre 8 e 12 anos e Grupo (G2) 10 ginastas entre 13
a 17 anos. Por um período de dois meses, os jogos cooperativos foram incluídos
no programa das aulas. Antes e depois desse período cada participante
respondeu 2 questões a partir das quais montou-se um sociograma para cada
questão e avaliou-se a atração-repulsão dos grupos e, conseqüentemente, a
coesão grupal. Resultados: o G2 antes da intervenção apresentava-se dividido
em 2 subgrupos, ao final os resultados foram bastante positivos tornando-se
um grupo unido e coeso, as rejeições foram amenizadas e as exclusões entre
participantes diminuíram. O G1 não apresentou mudanças. Conclusão: Notase que o G1, por ser um grupo mais jovem, apresenta maiores conflitos com
dificuldade de aceitar as atitudes das amigas nesta forte fase de transição. Já o
G2, por outro lado, como já está na fase da pós-pubescência, onde a necessidade
de estar em grupo é maior, conseguem interagir melhor entre si buscando uma
postura de maior aceitação no próprio grupo. Deste modo, os jogos
cooperativos interferiram de maneira mais representativa para o grupo de
ginastas mais velhas. A idéia da cooperação não está apenas no momento do
desenvolvimento do jogo, neste tipo de processo estamos constantemente
integrando valores de como tratar uns aos outros no exercício da convivência.