Jogos de bola com os pés: um estudo sobre as práticas educativas manifestas nas pequenas sociedades lúdicas
Por Pedro Augusto Silva de Morais (Autor), Gabriel Orenga Sandoval (Autor), Alcides José Scaglia (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
Os principais estudos com a temática da Pedagogia da Rua vêm demonstrando a relevância dos ambientes informais de aprendizagem, como as pequenas sociedades lúdicas, para o aprendizado de crianças e jovens. A partir disso, o presente estudo buscou por meio da observação-descrição, saber as práticas educativas presentes nos jogos/brincadeiras de bola com os pés. Objetivo: Descrever as práticas educativas que ocorrem nos jogos/brincadeiras de bola com os pés, em ambientes informais de aprendizagem, em meio às interações provocadas pelo desejo de jogar futebol, no interior das pequenas sociedades lúdicas. Metodologia: A partir da observação não participante, realizaram-se descrições das duas pequenas sociedades lúdicas visitadas. A análise das descrições foi feita com a metodologia da Análise fenomenológica, visando encontrar as essências do fenômeno estudado. Resultados: Percebeu-se que as pequenas sociedades lúdicas apresentaram diferenças entre si quanto ao ambiente, uma um campinho society público com rotatividade de integrantes, e a outra uma rua com passagem de veículos e integrantes fixos. Mas também, pontos em comum como o protagonismo dos jogos/brincadeiras de bola com os pés na forma de brincar, presença de papeis e habilidades, além de serem locais em que as crianças e jovens aprendem por meio de práticas educativas informais que se revelam como o incentivo, o feedback, orientações, a experimentação, imaginação, representação, imitação, inclusão, exclusão e respeito às relações de hierarquia. Conclusões: A análise fenomenológica das descrições revelou que as pequenas sociedades lúdicas têm os jogos/brincadeiras de bola com os pés como um espaço para aprendizado por meio das práticas educativas informais. Ademais, o respeito às relações hierárquicas, inclusão e exclusão de novos participantes, os papeis e habilidades de cada integrante e adaptabilidade das crianças, são elementos centrais. A perspectiva do pesquisador oferece uma visão externa que enriquece a compreensão das dinâmicas do ambiente.