Jogos Escolares da Juventude: Olhares no Presente e Pressupostos Para o Futuro
Por Taiza Daniela Seron Kiouranis (Autor), Wanderley Marchi Júnior (Autor).
Em IV Congreso Latinoamericano de Estudios Socioculturales Del Deporte - ALESDE
Resumo
Os Jogos Escolares da Juventude (JEJ) são um evento esportivo competitivo que faz parte da política de esporte escolar do Brasil, sob responsabilidade do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em parceira com o Ministério do Esporte. Os JEJ reúnem escolares de todos os estados, regularmente matriculados em escolas públicas ou privadas, para disputas em modalidades esportivas femininas e masculinas em duas categorias: 12 a 14 anos e 15 a 17 anos. A primeira edição de jogos escolares em âmbito nacional aconteceu em 1969, neste momento com o nome de Jogos Estudantis Brasileiros, antes desse período a integração interestadual não existia, apenas competições intercolegiais em alguns estados e outras atividades isoladas. Visando contribuir com as discussões no contexto político do esporte escolar brasileiro, traçamos como objetivo desse estudo apresentar um panorama quantitativo dos resultados alcançados nos Jogos Escolares da Juventude de 2013 (JEJ/13), indicando pressupostos sobre o desenvolvimento da política de esporte escolar no Brasil. Para isso, desenvolvemos uma pesquisa quantitativa e descritiva, tendo como base de dados os resultados finais, considerando as colocações de 1º, 2º e 3º lugares, das duas categorias (12 a 14 e 15 a 17 anos). Os dados foram tratados a partir de estatística simples, composta por porcentagem e frequência absoluta e organizados em gráficos. Constatamos que o sul e o sudeste brasileiro alcançaram 67% dos pódios, sendo que só o estado de São Paulo alcançou 40%. Quanto às escolas, notamos que as de iniciativa privada obtiveram melhor resultado (66% dos pódios), apresentando maior destaque no basquete, no futsal, no voleibol e no handebol feminino, além das modalidades individuais de natação, ginástica rítmica, tênis de mesa e judô feminino. Em geral, os dados apontam que o esporte escolar, na forma de competições escolares nacionais, não possibilita igualdade de oportunidades entre os estados e regiões, ao contrário, camufla e reforça as realidades de desigualdades presentes no contexto do esporte escolar brasileiro.