Resumo

Resgatando o momento em que os Jogos Escolares do Maranhão foram instituídos, através de trechos de entrevistas com vários atores.

Integra

Entrevista no. 1  Prof. ANTONIO MARIA ZACHARIAS BEZERRA DE ARAÚJO (DIMAS) - Entrevistadores: Leopoldo Gil Dulcio Vaz  Denise Martins de Araújo. Entrevista realizada dia 04 de fevereiro de 2001, na Escola de Natação Viva Água, localizada à Rua das Gaivotas, quadra 2, lote 1, Conjunto Renascença II, na cidade de São Luís – Estado do Maranhão. Utilizou-se um gravador mini cassete de marca Panasonic, modelo. RQ-L10.  Fita 01  08 de fevereiro de 2001, às 16:17h

ENTREVISTA 2 - LAÉRCIO ELIAS PEREIRA - DEPOIMENTO ENVIADO ATRAVÉS DE CORREIO ELETRÔNICO De: Laércio Para: Leopoldo Assunto: respostas do questionário do Dimas  Brasília, 28 de fevereiro de 2001

Qual a sua participação no desenvolvimento da educação física e dos esportes no Maranhão? Quais foram os agentes que trabalharam com você, nesse período?

Fui uma espécie de catalisador, convidado pelo Cláudio Vaz. A principio para o Handebol. Batalhei a vinda de muitos professores com o apoio do Cláudio Vaz (a gente chamava para apitar os JEMs e, quando o professor chegava, já tinha alguma coisa. Entrei e sai da Escola Técnica mais de uma vez para abrir vagas nesse processo. Na UEMA também. Procurei colocar o Maranhão no Mapa, especialmente com os congressos. Acho que o mais importante, que precisa ser resgatado pelo momento histórico, foi o de Ciências do Esporte. Depois teve o de Esporte para Todos. Ajudei a fundar a APEFELMA e forcei em Brasília, o convênio com a Alemanha, com a ajuda do Manfred Loecken, que não vingou. O que garantiu o apoio - e as refregas que levaram a algum progresso - foi a grande dedicação e o sucesso das equipes de Handebol, com participação decisiva do Viche e Biguá, alem dos “professores” que ajudávamos a treinar:  Lister [Carvalho Branco Leão], Álvaro [Perdigão], Mangueirão... (o Viche pode dar essa lista; ele carregava o piano nesse departamento

Como entrou em contato com o Maranhão? Em que circunstâncias veio para cá? Quem foi o responsável? Em que ano? Veio em definitivo, pela primeira vez, ou decidiu ficar após conhecer? Que cargo exercia, quando veio para cá, e qual passou a exercer, quando se fixou ?

Tendo voltado da Olimpíada com vários cursos de handebol e sendo treinador de HB da General Motors EC e da Seleção Paulista Feminina e prof. de Handebol na Escola Superior de Educação Física de São Caetano, fui convidado a dar cursos pela Brasil pela ODEFE, onde eu já tinha contato através da Revista Esporte e Educação (escrevia o Rumorismo e dava palpites gerais). Houve um circuito de cursos que incluía Maceió, São Luís e Manaus.

Era 1973 e eu treinava a seleção paulista feminina que ia para os Jebs. Acertei com o namorado de uma das minhas atletas (que ia apitar os Jebs) para cuidar de alguns treinos enquanto eu ia dar os cursos. So manutenção, para o pessoal não ficar sem treinar. Dei o curso em Maceió e, em São Luis, enquanto dava o curso, ajudava a treinar o time de handebol que ia para os JEBs.

Deu problema no curso de Manaus e o Cláudio Vaz pediu que eu ficasse treinando o time o tempo que estaria em Manaus. Depois pediu para que eu acompanhasse a equipe nos JEBs, em Brasília. Eu disse que não podia porque tinha compromisso com a seleção paulista. Quando voltei para São Paulo, o meu substituto tinha conseguido me substituir totalmente.

Liguei para o Cláudio Vaz e acertei a ida para Brasília. Conseguimos classificar o time para as quartas de finais, mas, no dia que ia começar essa fase o basquete levou todos para jogar o campeonato em Fortaleza, e ficamos em oitavo.

Daí, conversei bastante com o Dimas e Cláudio Vaz sobre a possibilidade de criar um curso de Educação Física no Maranhão. Em setembro do mesmo ano, fui convidado, junto com o Biguá, para apitar os jogos de Handebol dos JEMs. A final foi Maristas e Batista. Duas equipes treinadas pelo Prof. Dimas.

Voltei em janeiro de 1974, para morar no Maranhão. Resolvemos, Cláudio e eu, chamar o Prof Domingos Salgado para montar o processo de criação do curso de Educação Física na Federação das Escolas Superiores [do Maranhão - FESM -, hoje, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA], o que aconteceu com o empenho do secretário  Magno Bacelar e o Assessor João Carlos, ainda em 1974.

Fiquei sem emprego e o Heleno Fonseca de Lima batalhou uma bolsa pelo antigo CND. Fui assessor da Secretaria de Educação e, como estava demorando para andar o curso no Estado, tivemos a iniciativa da Profa Teresinha Rego, do ITA, para montar o curso particular, com os professores que já tínhamos arrastado para o Maranhão.

Aqui cabe um estudo mais apurado sobre quem trouxe quem, mas é bom juntar a listagem dos “paulistas”. Biguá, Viché, Horácio, Domingos Fraga Salgado, Demosthenes, Nadia Costa, Jorelza Mantovani, Marcos Gonçalves, Sidney Zimbres, Lino Castelani, José Carlos Conti, Zartu Giglio, (tem um dessa turma que eu esqueci o nome), o Paschoal Bernardo... Não lembro quem trabalhou no curso do ITA. O Sidney deve ter todos os nomes.

Depois teve a entrada e saída da Escola Técnica [Federal do Maranhão - ETFM -, hoje, Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão - CEFET-MA]... Mas essa não é a historia do Dimas...

Simei Bilio, Rinaldi Maia e Dimas eram da Universidade, depois entrou o Domingos Salgado, que fez o velho trabalho de montagem do curso (tem que perguntar isso para o Dimas). Acho que teve a pressão na inação da Universidade enquanto o FESM e Pituchinha já tinham saído na frente em criar o curso de Educação Física.

Quando o curso foi criado oficialmente eu já estava no mestrado. Fui porque meu filho Fábio ficou doente e esgotamos todos os recursos em São Luis. Boaventura me chamou, passei na seleção e o Lino fez a vaquinha entre os amigos para as passagens. Em São Paulo fui socorrido pelo Victor Matsudo, que providenciou os hospitais e médicos, virando padrinho do Fábio. Com a doença do Fábio no Maranhão tive a solidariedade de muitos amigos. Gafanhoto [José de Ribamar Silva Miranda] foi o sangue que deu certo nas transfusões e foi fundamental para a sobrevivência do Fábio.

Para alguns depoentes, Dimas, em parceria com o Cláudio Vaz, foi o grande mestre do Festival da Juventude, que virou JEM's em 1973. As equipes de Handebol treinadas pelo Dimas já tinham tido sucesso nos dois primeiros JEB's. (PEREIRA, Laércio Elias. Entrevistas).

Dimas vai a Belo Horizonte, vê o que são os JEB's e na volta encontra Cláudio Vaz no DEFER. Ele já tinha idéia de fazer uma espécie de jogos estudantis, então com o relatório de Dimas...

"O Cláudio Vaz - ele foi um grande incentivador de esporte, temos que reconhecer isto -, tanto que ele fez o Festival Estudantil, os FEJ - e entrou com força total, muito bem apoiado politicamente, e era um desportista nato, desde criança e ele entrou pode se dizer com sangue novo, ele entrou, abraçou a causa com toda convicção. Então ele chegou e encontrou esse dilema de JEB's.

[Como não tinha uma estrutura montada]... Eu acredito que ele encontrou um problema; o Maranhão não tinha participado ainda dos JEB's, já ia para os terceiros JEB's, os quartos JEB's e o Maranhão já tinha perdido três, sem condições de participar; então eu suponho que ele tenha chegado e encontrado o problema.". (DIMAS, entrevistas).

ENTREVISTA COM CLAÚDIO ANTÔNIO VAZ DOS SANTOS, REALIZADA NO DEPARTAMENTO ACADEMICO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - DCS -, DO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO MARANHÃO - CEFET-MA, NO DIA 29 DE MARÇO DE 2001, COM INÍCIO AS 09:10 HORAS.

Cláudio Vaz dos Santos conta como tudo começou:

"... Jaime Santana, que eu me esqueci de citar da nossa geração, era um dos nossos praticantes de esporte, tanto vôlei como o basquete, futebol de campo, futebol de salão, nós jogávamos tudo é que toda essa geração jogava tudo, ninguém jogava futebol de praia, futebol de salão, futebol de campo, Jaguarema então era o nosso celeiro. Foi o grande Jaguarema na época, então o que a gente praticava de esporte era direto... Jaime Santana,

"... nós tivemos um problema em 1970, Zé Reinaldo também atleta, Zé Reinaldo, governador;

"Então, Jaime Santana, em 1970 - o pai dele ainda não era governador -, nós precisávamos da quadra do Costa Rodrigues para treinar nossa seleção de basquete, para, em 1970, irmos para Porto Alegre, mais precisamente, Santa Cruz do Sul; e nós precisamos do Ginásio, o técnico era o Chico Cunha - Cearense -, era mineiro, mas trabalhava no Ceará, e veio trabalhar com a gente aqui, na época do governo Sarney; nós fomos pedir; não podia ceder o Ginásio para nós treinarmos nossa seleção porque estava tendo jogral; aí depois do jogral, não podia porque ia ter uma reunião - não vou declinar o nome da pessoa que dirigia, não interessa, só interessa o fato -, não podia porque tinha que fazer silêncio, porque ia ter uma reunião, e o Ginásio não podia ser ocupado para treino porque ia ter uma reunião na sala de reunião, e o barulho ia prejudicar

“... então nós ficamos do lado de fora do Costa Rodrigues sem poder treinar... - Mas isso vai acabar, Alemão, te prepara que isso vai acabar; quando em 1970, Neiva Santana assumiu o Governo, Jaime me chama: - olha, tu vai ser Coordenador de Esporte da Prefeitura; Haroldo Tavares - nós começamos primeiro na Prefeitura, foi nosso primeiro passo -, foi na Coordenação de Esportes, Haroldo Tavares, Prefeito de São Luís... então foi criada a Coordenação de Esporte da Prefeitura que eu fiz, procurei ... O Carlos Vasconcelos era da Coordenação de Educação Física, aí foi criada a Coordenação de Esporte, na área estudantil, era o ... na área do esporte aberto sem limites foi a Coordenação de Esportes; nós tivemos o direito de agir com a Ildenê, a gente fez esse trabalho, trabalhava só com esporte escolar. Por sinal, era o mesmo problema, era muito limitado, ele, o esporte escolar no Maranhão... "

... Fomos funcionar onde é o Parque do Bom Menino; tem um açougue ali em baixo, ali que era a coordenação, alugamos de Antônio o prédio e fomos fazer a explanação, primeira medida, eu fiz uma equipe muito boa, foi Geografia, Fernando Sousa, Jaime Sampaio e Fernando Sousa, jornalista, Diretor Técnico; bom, foi minha diretoria, ai eu convoquei os professores; fiz o levantamento de quem é que podia ser útil, quem é que eu tenho para trabalhar, porque eu tinha o direito de formar escolinhas, que não tínhamos nada nesse sentido, de formação de atleta. Então veio o Dimas, veio o Major Alves, professoras... as duas professoras ... Maria José e Tarcinho; Odinéia; Maria José, Ildenê Menezes, Dinorah e Celeste Pacheco... Tinha uma que era funcionária do Ipem, era eu não sei o nome dela na memória, faz 31 anos, a professora eu não me lembro, mas eu sei que é de nome conhecido ... Graça Helluy, voleibol; viajou comigo para o primeiro JEB's em 72, ela foi a técnica; nós já fomos para os JEB's em Maceió, em 1972; em 71 foi que nós fizemos a escolinha com esse trabalho e criamos o primeiro FEJ. FEJ foi Prefeitura

"O FEJ foi a Coordenação de Esporte da Prefeitura de São Luís, em 1970. O primeiro FEJ (Festival Esportivo da Juventude), a Mary Santos fazia Jogos Intercolegiais do interior, ela nunca fez uns jogos na capital; ela fazia Jogos Intercolegiais, em que eu fui árbitro - Roseana jogava; Carlos Vasconcelos era do MEC, tinha uma rivalidade com ela e fazia os jogos dele, ele fazia o dela, eram jogos isolados. Com o pessoal da capital, e a gente trazia o pessoal do interior; A Mary Santos era do Estado, da Secretaria de Educação e Cultura, onde tinha uma Secretaria de Esporte, Secretaria de Educação Física do Estado, era serviço de Educação Física do Estado. Carlos Vasconcelos que pertencia ao MEC; A Mary estava no Estado, a Ildenê, no Município. A Ildenê era Secretaria de Educação e a Mary era de Educação Física, era diretora do Serviço de Educação Física

"Foi ai que eu entrei, fui dirigir pela primeira vez... muito bem, isso foi em 71, nós entramos no Governo, se não me engano, foi em março ou por aí; em setembro, nós tivemos o primeiro FEJ (Festival Esportivo da Juventude) - Semana da Pátria, onde o Colégio de São Luiz foi o primeiro campeão do FEJ, onde eu trabalhei;

"aí foi que o Dimas começou, trabalhamos juntos, nós acumulávamos, nós éramos árbitros, técnicos. Tudo nós fazíamos, tanto o Dimas quanto o Laércio, já me ajudou, nessa época; foi o primeiro que veio para cá; o pessoal criou muito problema comigo porque eu estava enchendo de paulista, muito fácil de explicar: não tinha Professor de Educação Física no Maranhão e eu queria fazer um trabalho de nível; eu tinha de pensar, primeira coisa que tinha de ter era o professor, tanto para quem quisesse transferir conhecimento; então eu não tinha nada acadêmico, nada elevado nessa área aqui, só tinha professor já superados, dois que já não trabalhavam; Braga, que era professor daqui e não sei se era formado, era Braga, Zé Rosa, Rinaldi Maia...[Dimas] já é outra [história...], já é de quem trabalhou comigo; o pessoal que tinha já não era mais da ativa... o Eurípedes nunca foi formado...., Major Júlio, todos esse foram formados na Escola de Educação Física do Exército ... eles vieram de lá mas eu não trabalhei com eles; o Eurípedes trabalhou comigo assim, mas não tive nenhuma participação efetiva dele, ele nunca assumiu ...

"na época eram os leigos, eu fazia curso de reciclagem e tal, mas dentro da área mesmo, com conhecimento de nível universitário, era o Dimas, o Laércio.

"71, eu estava só na Coordenação de Esporte na Prefeitura, e nós fizemos o primeiro FEJ; aí teve o segundo FEJ, foi quando o Jaime criou o Departamento de Educação Física e Desportos; Pedro Neiva me nomeou no lugar da Mary Santos; já foi no governo de Pedro Neiva, com Haroldo Tavares - que agora é que tu vais entender -, eu entrei primeiro na Prefeitura - que Haroldo Tavares era cunhado de Pedro Neiva, irmão da mulher de Pedro Neiva, que é a mãe de Jaime Santana -, então para que eu pudesse assumir o Estado, nesse tempo podia acumular então, criaram o Departamento de Educação Física e Deporto do Estado; saiu o Serviço para Departamento. Nesse tempo, na Secretaria de Cultura, o nível do Departamento era mais acima de Serviço, então para que eu fosse para o Estado... foi criado o Departamento de Desporto do Estado, para que eu pudesse assumir acabar o Serviço; então era novo o cargo e aí que eu fui para o Estado, eu acumulei Coordenador de Esporte da Prefeitura e Diretor do Departamento de Educação Física e Desportos do Estado, ligado à Secretaria de Educação, do professor Luis Rego - era o Secretario na época -, professor Luís Rego, primeiro Secretario que eu trabalhei, depois eu trabalhei com o Magno Bacelar, que foi o Secretario, depois com o Pedro Rocha Dantas Neto, que também foi secretario;

"Já em 72, fui nomeado Diretor do Departamento, onde foi que ficou o Departamento? Lá no Costa Rodrigues... ai eu transferi a Coordenação, acumulei no Costa Rodrigues, eu levei tudo para lá, ficou a Coordenação... Eu era Coordenador e Diretor do Departamento de Educação Física do Estado, e Presidente do C.R.D.

"Isso em 72, como era cargo, quem era Diretor, era Presidente do C.R.D automático, não tinha vínculo político nisso, era uma tradição de desporto ligado ao C.N.D (Conselho Nacional de Desporto), onde era o Brigadeiro Jerônimo Bastos;

"... ai foi que eu fiz a minha equipe, aí foi que o Dimas entra com a parte principal, quando nós estávamos para fazer o segundo FEJ em 72, seria em setembro, Dimas foi a Belo Horizonte... ai Dimas trouxe toda a informação, e o Maranhão podia participar do JEB's em 72; ele trouxe em 71, ele foi no JEB's em julho e trouxe... Dimas me trouxe, eu organizei a primeira equipe com o Dimas, era do Handebol, primeira equipe que nós viajamos para o JEB's; Ginástica Olímpica e Handebol, o Dimas; Coronel Alves, basquete; voleibol, Graça Hiluy;  Coronel Alves - antes era Major -, foi isso para dar coletivo; que eu levei foram 52 pessoas que eu levei; não levamos atletismo, natação, não levamos nada; muito bem, com o que Dimas me trouxe, me presenciei muito ao DED.

"Muito bem, aí eu já tinha uma parte ativa comigo, porque eu precisava do Dimas, não só como técnico, mas também como conselheiro, porque como eu te falei eu não sou formado, eu sempre procurava olhar uma pessoa que tivesse um conhecimento acadêmico para poder me orientar;

"... e uma de nossas iniciativas foi justamente essa de criar esses jogos escolares; foi o primeiro e o segundo, e depois nós o transformamos em JEM's, o primeiro JEM's foi em 73, sempre tem essa dúvida; o pessoal não guarda isso mais, o primeiro FEJ foi em 71. o segundo FEJ, em 72; e o primeiro JEM's, em 73, por quê? Nós participamos do JEB's e a sigla pesava, mas por bem achamos melhor mudar para JEM's - Jogos Estudantis Maranhenses -, foi que veio... nós já tínhamos passado o primeiro e o segundo FEJ com sucesso, com a mudança, com a formação das escolas, a conscientização, que é a primeira coisa a nascer numa escola, era a força, a Educação Física através dos esportes, foi a maneira que nós encontramos de valorizar o professor de Educação Física, ele que era praticamente um esquecido dentro da área educacional, achava-se que era desnecessária a Educação Física, onde não se praticava nem a Educação Física, nem os esportes; nós criamos esses jogos para provocar nos colégios essa necessidade de se formar atletas, assim como também transmitir Educação Física e valorizar o professor, porque nós não tínhamos campo de trabalho para eles, e passou a ter; esse foi o ponto marcante do nosso trabalho, que realmente hoje o que tem, começou ai, onde nós provocamos...". (VAZ DOS SANTOS, Cláudio. Entrevista).

Entrevista realizada com o professor Doutor Lino Castellani Filho, realizada no dia 06 de abril de 2001, inicio às 18:06 horas, hotel Ouro Verde, em Maringá, Paraná.

L – Como você entrou em contato com o Maranhão?

Li – Foi através do Sidney, que tinha ido para o Maranhão antes de mim na época eu estava, eu estava trabalhando em Ribeirão Preto, no Botafogo de Ribeirão Preto, e eles estavam montando equipe de trabalho no Maranhão, o Sidney estava empolgado de férias em Atibaia, cidade onde ele morava, os familiares moravam, onde nós nos conhecemos, enfim.Ele fez alusão ao Maranhão, e me convidou para conhecer o Maranhão, e foi por ele então que eu fui no primeiro momento, Lá montaram um esquema de visita todo ele sedutor, e eu fui totalmente seduzido pelo Maranhão.

L – Em que ano foi isso?

Li – Foi em 76, começo de 76.

L – O Sidney na entrevista dele, ele disse que você nunca trabalhou na SEDEL, você não era funcionário da SEDEL?

Li – Nunca, nunca fui.

L – Era administrativo na Universidade Federal e que você teria ido para o Maranhão, para trabalhar com o futebol, parece-me que no Maranhão Atlético Clube?

Li – Eu cheguei no Maranhão, eles fizeram um, me colocaram algumas possibilidades de trabalho, nesse jogo de sedução, em janeiro de 76, eu voltei, desvinculei os compromissos que eu tinha em Ribeirão Preto e fui para lá, definitivo em Fevereiro, Março de 76, e os meus primeiros trabalhos no Maranhão foram no MAC, Maranhão Atlético Clube, como Preparador Físico, Eu dava aula no CEMA, Centro Educacional do Maranhão, em primeiro e segundo grau, e logo naquele mesmo ano eu me envolvi na construção de um projeto para Educação Física, na Educação Superior, na... hoje UEMA, naquela época FESM.

L – Muito embora você não tenha trabalhado como funcionário do Estado, do DFER, você participou muito da criação dos primeiros JEM’S, eu lembro que você sempre estava lá, você e o Marcão, sempre na coordenação dos jogos; fale um pouco sobre a criação do JEM’S no? De Cláudio Vaz, e o que combinou com a vinda dos paulistas para o Maranhão?

Li – Então veja, um pouco antes disso ficou faltando eu falar do papel do Domingos Salgado. O Salgado já estava na Universidade com a prática desportiva, antes da nossa chegada, mas ele foi um personagem muito controvertido e polêmico, ele não se envolveu nesse processo de criação desse curso, não saberia dizer exatamente quais os motivos, não senti ele atrapalhando, certamente ele não ajudou, eu não saberia dizer se ele atrapalhou. Eu não me lembro, não tenho notícias de presença dele impedindo, dificultando o trabalho. Mas, logo depois ele saiu do País e se afasta da Universidade, e ele criou, deixou uma imagem ruim para a Educação Física por algumas coisas que ele desenvolveu lá dentro que nós tivemos que devagarzinho, construindo outra imagem e tal.

L – Imagem também que depois contra o trabalho dos paulistas né?

Li – Pois é, principalmente é isso que dificultou um pouco mais ainda a assimilação de outros paulistas não é?, mas eu também não saberia dizer até que ponto isso influenciou muito eu sei que o trabalho foi feito, eu me tornei docente do curso só praticamente na época de eu sair da Universidade para o mestrado e tudo mais, desenvolvi na Universidade um projeto de desporto universitário, me envolvi no refortalecimento da Federação Acadêmica, tinha o projeto de criação das atléticas, criei as atléticas para os centros, estudos básicos, saúde, ciências humanas, aquela coisa toda. Fui chefe de delegação universitária maranhense em 77 para Natal, em 78 para Curitiba, em 79 para João Pessoa, em 80 para Florianópolis , e fui o coordenador geral dos XXX Jogos Universitários Maranhenses e foi minha última ação articulada nesse setor de desporto universitário. Em 83, eu me afastei para o mestrado, eu legitimei minha presença na Universidade a ponto do Reitor colocar obstáculos na minha saída para o mestrado na condição de Técnico não era docente, e eu saí com todo respaldo do Cabral na época, pelo trabalho desenvolvido nesse setor, os jogos foram um sucesso, conseguimos recursos federais para fazer o restaurante que até hoje está lá, Universitário. Recurso para construir o complexo do Castelão, também veio por conta dos jogos universitários. Lá , o Ginásio, a pista, a piscina, isso em 82, e foi uma experiência esportiva muito valiosa naquela época. Com relação aos JEM’S eu não participei dos primeiros JEM’S, não, Jogos Escolares Maranhenses, eu não estava no Maranhão ainda acho que os primeiros JEM’S foram em 73, 74, 75, e eu cheguei em 76 lá. E aí quem estava diretamente envolvido no DEFER, era o Laércio que era assessor do Carlos, e nos jogos ele me convidava para participar da comissão organizadora dos jogos, então eu era contratado para essas questões esportivas que foi uma área que eu sempre me envolvi. Foi um trabalho que desenvolvi no Ribeirão Preto em organizações esportivas no Botafogo e de alguma forma me levou para o Maranhão então eu me envolvi no JEM’S.

L – Nessa época já era o Carlos Alberto Pinheiro que era o coordenador?

Li – Isso, que era chefe do DEFER.

L – Você não teve contato então com  o Cláudio Vaz?                      

Li – Cláudio Vaz não, no DEFER não já peguei o Carlos só. Ai todos os JEM’S praticamente de 76 até minha saída em 82 eu fiz parte da organização com tarefas organizativas, foi aí que eu te conheci te chamando de Imperatriz para cuidar Diretor Técnico da modalidade de Atletismo e aí foi experiência rica.

L – Na verdade era o Asdrubal que era coordenador, e ele teve um problema familiar e não pode chegar e eu acabei assumindo junto com o Lopes.

Li – O Lopes era o sargento não é isso? Eu ...do Asdrubal eu não sabia, eu era chamado para uma determinada tarefa organizativa e aí já estavam o Marcos, o Laércio á frente disso nós fizemos um trio de trabalho que deu muito bem, muito bem porque eu sempre tive um sentido de organização muito forte, o Laércio foi desorganizado por natureza mas tinha uma pessoa que no grupo tinha idéias interessantes e nós, Eu e o Marcos tínhamos uma característica executiva muito forte então era um trio que funcionava muito bem, fiz muito isso e na organização do JUM’S os Jogos Universitários Maranhenses também de 78 e 79 o Marcos me ajudava o Laércio se envolvia então foi um trabalho de equipe principalmente nós três. O Sidney entrava mas, ele era assim, ele cuidava do Voleibol nos jogos, tanto nos JEM’S,  quanto nos JUB’S. comissão técnica.

L – Ginástica Olímpica?

Li – Aí entrava o Dimas, entrava o Juvenal.

L – Rítmica e Desportiva com Vanilde?

Li – Com a Cecília não é, o Handebol entrava o Pinheirinho, entrava aquela turma dele lá do Laércio.

 L – O Biguá, O Vitché?

Li – O Biguá, e Eu e o Laércio, mas o Biguá nos JEM’S estava mais em função do Colégio Batista, o Viché estava envolvido com algum colégio então ele não estava na organização, ele participava como técnico de equipe de colégio, a visão macro da organização dos jogos sempre partiu do Laércio, Marcos e eu, então eu aprendi muito, aprendi naquela possibilidade de fazer, aprender fazendo, aprendendo com os próprios erros. Foi uma escola pra mim.

JORNALISTA J. ALVES  (José Faustino dos Santos Alves) Entrevista com o jornalista J. Alves, realizada no dia 28 de março de 2001, no departamento acadêmico de ciências da saúde, no Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão, situado à Avenida Getúlio Vargas, n.º 04, Monte Castelo

L – O jornalismo Esportivo, quando começou?

J -  Praticamente a mesma época, porque aí, rádio normalmente você, o jornalista faz de tudo, e principalmente quando ele fala, porque há uma diferença do repórter do jornal para repórter de televisão, e o de rádio, que o jornal, um só escreve, e o rádio, ele não só redige, como fala também, então o programa do repórter de rádio era mais ????, ele faz de tudo, ele faz casamento, ele faz enterro, faz esporte, política, Educação, Economia, tudo, então em 62 nós começamos com o jornalismo, propriamente dito e aí, entra tudo, agora a gente chegou, mais para o lado do esporte, e hoje a gente pode ser conhecido, mais exatamente nessa área.

L – Como era feito o jornalismo esportivo na TVE? Parece que a TVE, foi uma das primeiras a dar atenção especial ao esporte.

J – A TVE teve, aliás, antes de eu entrar lá, já tinha o espaço, dedicado ao esporte, tinha um programa semanal de esportes, quando eu entrei, eu entrei mas para o jornalismo propriamente dito, quer dizer num programa de política, apesar que no telejornal também entrava de tudo né, esporte, notícia, então a gente, para lá não alterou nada, nós continuamos a fazer a mesma coisa, as transmissões esportivas, a gente conseguiu fazer, no momento dos jogos escolares maranhenses, e a gente teve a oportunidade de transmitir do Costa Rodrigues, isso ao vivo, mas fora isso a gente, fazia a cobertura normal de todos os acontecimentos esportivos.

L – Como era os esportes na década de 60? Quem fazia o que, se era divulgado, se era praticado por clubes, clubes sociais ou apenas nas escolas, se as escolas, estavam começando?

J – Veja só...

L – Os Jogos Intercolegiais?

J – Esses jogos... nós tínhamos aqui inclusive, a Olimpíada  Estudantil...

L – As Olimpíadas Estudantis, começaram na década de 50, com Luís Rêgo.

J – Isso quer dizer com o professor Luís Rêgo, eu não tenho conhecimento, eu já tive conhecimento a partir de Carlos Vasconcelos e Mary Santos. Inclusive, com o Carlos Vasconcelos, dirigindo essa competição, nós tivemos a honra de ser vice-campeão olímpico, pelo Liceu, na modalidade de Futebol, disputando como sempre com a Escola Técnica Federal; hoje CEFET, nós... é.... a competição para sua época era, o que é a competição que hoje se realiza, que são os Jogos Escolares Maranhenses, ela tinha a mesma importância que o JEM’s tem agora, agora o número de participantes era muito menor, também não poderia deixar de ser, não poderia ser diferente, é hoje a coisa cresceu se modificou, principalmente quando o Cláudio Vaz assumiu, a Coordenadoria de Esporte de Prefeitura, foi que começou a mudar, porque ele tirou essa história de olimpíadas e colocou Jogos Esportivos da Juventude, realizou dois e a partir do segundo apareceu, um moço chamado professor Dimas, né, que já vivia no meio a muito tempo e graças a uma viagem que ele fez a Belo Horizonte se não me falha a memória, para assistir aos Jogos Brasileiros foi, viu, trouxe a informação possível dessa competição Nacional, que era promovida pelo Ministério da Educação e a partir da sua volta no ano seguinte, já foram realizados não os terceiros jogos esportivos da juventude, mas sim os primeiros Jogos Escolares Maranhenses, em cima da sigla da competição Nacional que é JEB’s, então eles só tiraram o B de Brasil e botaram M de Maranhão, nos Jogos Escolares Maranhenses, aliás Jogos Estudantis Maranhenses, que era Jogos Estudantis Brasileiros, depois Jogos Escolares Brasileiros (risos) passou para Jogos Esportivos da Juventude e hoje já tem um monte de confusão, cada ano eles mudam.

L – É depois, 62 Dimas está no Pindaré, e quando o movimento esportivo, vamos chamar de renascimento dos esportes no Maranhão, na época do Cláudio Vaz, do Dimas, por exemplo, você já falou sobre isso, falou sobre a presença do Dimas, e que começou com o Cláudio Vaz; você nessa Televisão Educativa e começa aquele movimento, do JEM’s; FEJ, primeiro Festival da Juventude, JEM’s depois, e que chega até hoje, e eu lembro que nesses quase vinte anos, se acompanhou essa história do JEM’s, eu acho que dois jornalistas que fazem jornalismo aqui, você é quem esteve mais presente em todo o tempo.

J – Sim, mas...

L – Então pode-se dizer que o Dimas teve uma participação pela parte de implantação de algumas modalidades esportivas, e você, lógico. Logo bem antes disso, mas na época dos jogos escolares você participou com essa divulgação, em cima dos jogos escolares?

J– Não, veja só, o prof. Dimas não é só o JEM’s mas, inclusive a própria ginástica, né, Ginástica Olímpica, que ele, pelo o que eu sei foi um dos precursores aqui, agora veja só, em matéria de esporte amador, divulgar o esporte amador quem começou a divulgar o esporte amador, na minha época, hoje inclusive não atua mais no ramo, porque ele é ortopedista, é o Doutor José Carlos Amaral, ele começou a divulgar o esporte amador no Jornal Pequeno, aliás, era o único Jornal que você via o esporte amador com detalhes, porque os demais você via o esporte amador era o futebol, que hoje inclusive, eu tenho um exemplo disso os próprios companheiros da... esportiva, em se tratando de esporte amador, para eles é futebol então quando você fala, em torneio intermunicipal, jogo do Coroadinho, ali onde o vento faz a curva como me empurra que eu caio, então quer dizer que o esporte amador, sim, mas é futebol. Então o José Carlos Amaral, começou, mas tarde, e que ainda está ai, Alfredo Menezes, esse hoje, aliás é o único, é claro que você vai ver o esporte amador também, mas a importância.

L – E Alfredo só está falando também em futebol de bairro.

J – A importância que o esporte amador deve ter só ele dá, bom ele fala também, mas pode ver lá, que tem as outras modalidades também tem basquete, tem vôlei, tem natação.

L – Quando é aniversário de um atleta,  principalmente do sexo feminino (risos).

J – Isso, isso, quando é voleibol, que a modalidade do coração dele e voleibol, mesmo que ele não goste das outras, mas o negócio dele é voleibol; mas a importância no esporte amador realmente e ele quem dá, então a gente também passou uma temporada em um jornal. O Estado do Maranhão, lá também a gente era responsável pelo esporte amador, então o Festival Esportivo da Juventude, aliás hoje são o 28º Jogos Escolares, só que estão conferindo vinte e oito, mais não estão incluindo os dois Festivais, então desses vinte e oito, eu participei de vinte e sete, aliás eu fui responsável pela abertura de vinte e sete, dos vinte e oito, (o telefone toca e atrapalha um pouco a entrevista), aliás     essa é uma situação muito complicada, porque quando você pergunta, é difícil, agora na hora de responder e dose.

Entrevista com o professor José Maranhão Penha, realizada no dia 26 de março de 2001, no Departamento Acadêmico de Ciências da Saúde, Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão, situado à Av. Getúlio Vargas nº 04 Monte Castelo.

L – Dimas, o que representou na Educação Física para o Maranhão ?

J – Ele representou uma época, onde tinham poucos, dos poucos ele estudou mais do que os outros, e então representou uma época, na Educação Física

L – Aqui na Escola Técnica, você pegou duas fases: de aluno e de professor; na tua época de aluno, 69 até 75, como era organizada a Educação Física aqui, na Escola Técnica?

J – A Educação Física... ela era dada na época dos professores, eu não sei muito da organização, eu torno a repetir uma vez, que eu fui aluno, e o aluno não se interessa nisso, quer é jogar, mas só tinha prática de Educação Física com o professor Juarez Alves de Souza, professor Jeremias, que eu não recordo o sobrenome.

L – Braga?

J – Não, o professor Braga era coordenador na época, não dava aula, não

L –Rubem Goulart?

J – Não, não, quando eu cheguei ele já não estava na Escola Técnica, o professor Furtado que era professor oficial de Atletismo, só dava Atletismo, tinha o professor Fatiguê, que dava Futebol e tinha o Jafé Mendes Nunes, que treinava a equipe de Futebol de Salão daqui.

L – Aldemir, não dava aula nessa época?

J – Aldemir não, Aldemir foi mais tarde em 70/71, por aí, não recordo não.

L – Havia aulas de Educação Física?

J – De Educação Física

L – Três vezes por semana?

J – Três vezes por semana

L – Feita lá em baixo naquele buraco ?

J – Não, era aqui no Pátio, aqui em cima

L – No pátio, aqui em cima ?

J – Aqui era a quadra, aqui no Edifício era só grama e tinha o campo lá no fundo

L – E a prática Esportiva?

J – Era feita só o Basquete

L – Dentro da aula de Educação Física ? ou era aula extra de treinamento já?

J – Dentro da aula de Educação Física; tinha aula extra quando era o período para participar dos jogos das Escolas Técnicas, né, no caso JEBEI e JEBEM, tinha o treinamento, contratava alguns professores de Basquete, específico que não tinha, teve um de São Paulo que chamava Sérgio Cebinho

L – Cebinho?

J – Sérgio Cebinho (risos)

L – Não lembra o nome dele ?

J – Sérgio era branquelo, o pessoal chamava de Cebinho, e essa história do Basquete quem te conta melhor é Reinaldo, eu treinava pela equipe do professor Furtado.

L – Seu Ronald, apesar de ser um dos grandes nomes do Basquete Maranhense, não atuava, só na Direção da escola ?

J – Só direção da Escola é as vezes fazia umas peladinhas com o alunos.

L – É, depois na época, já como Professor em 75, até hoje que você é professor dessa Escola?

J – Ah! Em 75 quando eu assumi, eu passei a fazer a seleção dos alunos e fiz um trabalho com o doutor Henrique Cardoso, onde nós fizemos um projeto

L – Henrique era médico da Escola?

J – Ele é médico, mas não; é a função dele

L – Na realidade ele havia sido contratado como professor de Biologia, mas também ajudava na Educação Física, para fazer exame Biométrico

J – Exame Biométrico; fizemos um projeto para adquirir alimento, mas especialmente Sustagem;  a gente oferecia para os alunos, isso deu um bom resultado porque conseguimos ser campeão por muito tempo com este trabalho. Ai o trabalho veio acontecendo até os dias de hoje, mas aí com a dificuldade, com a entrada de alunos e algumas regras foram colocadas no regulamento do JEM’s, a gente vem perdendo espaço para escolas particulares e está do jeito que está hoje; não... não temos condições de disputar com escolas particulares, que contrata um atleta; história essa que você sabe.

L – Se nota que, principalmente, que a participação das Escolas Públicas nos JEM’s – Jogos Escolares Maranhenses, 85, 86 para cá tem decaído muito. Não só em função da perda de poder aquisitivo da classe média, principalmente naquelas modalidades mais populares de antigamente: o Atletismo, o Handebol, caiu muito e o pessoal - classe média, classe média alta - que jogava mais Volley, Basquetebol, que eram esportes de Elite, que conseguiam , entravam mais na quadra para mostrar o tênis importado, esse pessoal começa a vir para uma Escola Pública e há uma aversão dessas modalidades mais populares da época. O que isso causou para os JEM’s?

J – Veja bem, ai tem vários aspectos a serem analisados; o que eu acho por exemplo: foi decadência.

L – Decadência ? porque escola Pública foi....aleijada do JEM’s ?, porque essa preferência por modalidades mais elitistas, do que as populares?

J -  Primeiro que, estava dando trabalho, né, nas Escolas da Rede Pública, estava dando um grande trabalho nas escolas do município, em função das escolinhas de esporte. O município trabalhava muito com atividade física, nas escolas municipais; eu me lembro muito bem que eu trabalhava uma base, que era muito bem feito o nosso trabalho, com o Roberto Pinheiro, o próprio Viché fazia, o Rubilota (Rubem Saraiva); no Luís Viana com o Pinheiro, o Gastão, todo esse pessoal; o Sá Valle,  com o Júlio César. O Júlio César foi um colega de turma também; então, várias escolas do município, tinha os Jogos do Município, tinha os Jogos do Estado; eu ainda na época da Leda Tajra, eu fui organizador de dois Jogos do Estado de Primeiro e Segundo Graus; Jogos da Rede Estadual, eu fui organizador desses jogos.

L – Independente de JEM’s?

J – Independente de JEM’s, só das escolas públicas do Estado, e esse trabalho, o CEMA também, que era uma potência, eu trabalhei muito tempo no CEMA com o Macario do Atletismo, o Lister do futebol, eu do Handebol; então eu tive um trabalho imenso nessas escolas, de base, e esse trabalho hoje não existe, tanto é que alguns colégios têm dificuldades também hoje, porque não existe esse trabalho, vamos dizer assim, de Baiano, tipo periferia, isso dificulta muito.

Entrevista com o professor, Marcos Antônio da Silva Gonçalves, realizada no Estádio Nhozinho Santos, 09:35.

L- Bom! Como foi a tua vinda para o Maranhão? Como é que você entrou em contato com o Maranhão?

M- Eu já cansado de São Paulo e tendo trabalhado com Laércio do SESI de São Caetano e Santo André a mesma equipe que fazia os esportes do SESI, eu decidi sair de São Paulo, quando de uma, de um JEB's que a gente apitou em Brasília acho que handebol em Brasília e o Laércio estando por aqui em São Luís nos convidaram  para visitar, eu como já tinha intenção de sair de São Paulo não agüentava mais aquela cidade danada, acabei vindo visitar São Luís e em duas semanas como diz outro, fechei a conta e vim embora.

L- Em 1975? Você veio para naquela coisa que ele faziam é... apitar JEM's ou foi em corrente á parte antes dessa vinda para trabalhar no JEM's ?

M- como eu me encontrei com o Laércio, que já estava aqui no Maranhão em Brasília com a delegação do Maranhão. Ele nos fez esse convite para vir para conhecer São Luís foi à época de julho eu vim inclusive na época eu vim com Júlio, Júlio do Gás Julinho, não sei se tu já fizeste algum detalhe sobre o Júlio também, foi a primeira vez que nós viemos para cá, viemos de ônibus de Brasília para São Luís e aqui vós ficamos duas semanas passeando e quando eu voltei para São Paulo, já voltei com alguma coisa acertado, na época com Carlos Alberto Pinheiro Barros; então, eu não me vi para apitar o JEM's, vim já para trabalhar no antigo Departamento de Educação Física (DEFER, de São Luís- Maranhão) juntamente com o diretor na época o Carlos Alberto Pinheiro de Barros.

L- Bom, se já era na época do Carlos Alberto, você não pegou então a época do inicio, com Cláudio Vaz?

M- Inicio não, Cláudio Vaz tinha saído para entrada de  Carlos Alberto Pinheiro Barros e o governo de Nunes Freire e o Carlos Alberto encontrei a assessoria, vamos dizer assim de trazer elementos que foi tendo a incumbência, vamos dizer assim, de trazer elementos que pudessem reforçar toda a equipe de trabalho e o trabalho em si.
L- Você lembra quem, na época veio, você, Julinho, Laércio já estava aqui, Sidney já estava aqui, quem mais estava nessa época?

M- Não, Sidney não estava não; quem estava aqui  efetivamente era o Laércio, era Viché, Biguá, Horácio, o Júlio veio, mas volta, não veio, não ficou junto comigo, ele veio para passear junto comigo, mas voltou porque ele ainda era estudante em São Paulo, voltou para  concluir o curso, também nunca concluiu, igual a Biné, seria bom detalhar isso ma minha biografia, porque já diz que eu não sou formado, mas eu concluo, conclui não, fui ate o ultimo ano da escola e por ter vindo praça, eu optei por não concluir porque o trabalho aqui é muito mais importante. Então eram somente elementos que estavam aqui, depois é que, através de Laércio, e de vir é que nós fomos trazendo todo esse pessoal, que foi Zartú, que foi Levy, que foi Júlio, que foi José Carlos Fontes, Sidney, toda a equipe se formou aqui, Demóstenes já estava. Demóstenes estava chegando na mesma época que eu.

L- Há, você não concluiu teu curso de ed. Física, mas tem um trabalho relevante que todo mundo reconhece, principalmente na área administrativa. Sidney falou que
você veio para administrar o Costa Rodrigues e complementar a administração, mais a parte administrativa das escolinhas, ao contrário de Laércio, por exemplo que veio para ser técnico de handebol, depois trouxe Viché e Biguá como atletas. Você falou que tinha um certo destaque no futsal, você era atleta de futebol, jogava no profissional ou mais na parte amador ou trabalhava como técnico? O Lino por exemplo veio para ser, saiu do Ribeirão Preto para trabalhar como preparador técnico do MAC, o Sidney já veio para ser técnico de voleibol. Qual foi efetivamente a proposta que fizeram, que te trouxe para o Maranhão?

M- Na verdade, a proposta que me fizeram para vim ao Maranhão, não tinha direcionamento nenhum. O que Laércio me propôs na oportunidade era que viesse para São Luís do MA, onde já conheciam meu perfil, já conheciam o meu trabalho da época que nós estivemos juntos no SESI, conforme eu já disse, SESI São Caetano e Santo André e lá ele era coordenador do SESI São Caetano e eu do Santo André, nós já nos conhecíamos e ele sabia que ele podia contar comigo em qualquer frente de trabalho, né. Então, é como eu administrativa essa parte esportiva em Santo André e ele acreditava que eu pudesse me assenhorear dessa função aqui em São Luís do Maranhão, ele me convidou, mas lembro bem que a gente deixou claro que a gente teria que fazer um pouco de tudo, como nós acabamos fazendo realmente e assim os outros também, assim os outros foram convidados por mim, Sidney, Zartú, Lino, eles não vieram direcionados, é para algum emprego, vamos dizer assim, para algum setor, eles vieram e aqui nós fomos procurando como encaixa-los em algum lugar, então apareceu como por exemplo, o Lino, apareceu alguma coisa no Maranhão, ele foi lá como preparador físico, recém-formado, como preparador físico do MAC, mas também trabalho em outros setores, na parte administrativa do JEM's, que a gente passava noites e noites, hoje a gente vê aí, todos os avanços que houve, né, no JEM's até o boletim é feito a nível de computador, Tc e tal. Na época a gente fazia era com mimeógrafo a álcool e dormindo debaixo da mesa, para poder o boletim ficar pronto no dia seguinte, então o Lino, nos ajudou em todos os sentidos, o Sidney também veio, a principio ficou conosco no Costa Rodrigues, com a escolinha de futebol e assim fomos todos, né, vindo sem um direcionamento efetivo. A gente veio para trabalhar, aonde, não sabia, onde tivesse lugar a gente ia se colocando e auxiliando e dinamizando de todas as formas, o esporte no Maranhão.

L- O formato do JEM's, copiou é claro um pouco do formato do que era e manteve mais ou menos o que tinha no Festival da Juventude. A característica do inicio do
JEM's era mais o congraçamento entre escolas e entre atletas e não tinha essa coisa exacerbada que tem hoje por exemplo, de competição, de ganhar a qualquer preço.
Esse formato foi criando por você, esse formato, quando se conversa com as pessoas que viveram essa fase, do inicio do JEM's, dez primeiros anos dos JEM's, todo mundo sente saudade de como era feito naquela época, como você. Você agora voltou a trabalhar com o JEM's, esta inclusive em uma Federação Maranhense de Esporte
escolar, o que mudou do JEM's, desses dez primeiros, dessa primeira fase dos JEM's de hoje?

M- Mudou, porque é todo processo evolutivo da sociedade, mudou, então a gente percebe claramente que a cada dia que passa, mais, mais o capitalismo se impõe em tudo, em todos os setores, né. Isso é bom, isso é mal? É indiscutível.
L- isso justifica, por exemplo a, o quase que afastamento total das grandes escolas públicas?
M- Não, absolutamente. Quer dizer, para as escolas públicas, sim eu digo que não justifica, porque elas não deveriam ter saído obviamente. Agora, eu tenho quase que
absoluta certeza que isso é um fator preponderante, porque umas tem mais condições e outras tem menos condições, é partindo do principio que o objetivo até então, ou melhor ou de hoje. Objetivo de hoje, é o Troféu Geral do JEM's, as escolas desmotivam, porque jamais vão conseguir o Troféu Geral do JEM's, porque não tem estrutura para isso, então uma das coisas que a gente, vamos dizer assim, não, não admitia, a palavra é essa admitia, era o troféu geral, porque tinha absoluta certeza que isso trazia, como trouxe, a gente vê agora uma animosidade que não tem sentido, não tem objetivo nenhum, não tem o porque dessa briga eterna das escolas, nos jogos escolares, jogos que são de congraçamento, jogos tem de ser de aproximação entre garotos, os professores e as diretorias das escolas. Se transforma em uma guerra, embora houvesse uma disputa muito acirrada no começo do JEM's, entre Batista, entre
Marista e outras escolas, né ...

L- Escola Técnica, Liceu...

M- Escola Técnica, Liceu, embora houvesse, mas era uma rivalidade que a gente pode considerar sadia, sadia, sem dúvida saudável e depois havia um congraçamento maravilhoso. Hoje não, hoje a gente percebe que as coisas tomaram um rumo tal, que chega a resultados catastróficos, de ter que ir para a justiça comum, Tc e tal, isso é lamentável. Na nossa volta agora, a gente tem sugerido e o Gil que é o Francisco Gilmário que esta a frente a comissão organizadora tem escutado com muito carinho, tanto é verdade que o ano que vem, já acaba o troféu geral do JEM's, então a gente vai enfatizar as modalidades como tal, como era antigamente.

L- Você, pegou uma fase de JEM's em que o Dimas já foi não estava trabalhando diretamente no DEFER, a fase dele foi no Cláudio Vaz, mas você ainda pegou o Dimas
trabalhando em alguma coisa, depois quando você acabou com o DEFER, você criou a SEDEL, você já estava fora, você tinha retornado a São Paulo, indo pela África e
pelo que você percebeu a chegada de vocês aqui. Que papel efetivamente teve o Dimas nesse reinicio do  esporte no Maranhão, na implantação tanto do Festival da
Juventude, como depois a sua transformação em jogos escolares?

M- O Dimas, sem dúvida nenhuma quando nós chegamos aqui, era uma referencia. O Dimas ainda estava no DEFER na época que eu vim, só que trabalhando com ginástica olímpica, já. Já não tinha mais, digamos assim uma abrangência maior no setor, né e talvez isso tenha até é feito com que o Dimas se desgostasse de algumas coisas, né ele sempre teve importância no esporte maranhense e quando nós chegamos aqui, o Dimas estava, vamos dizer assim, um pouco que restrito somente á Ginástica Olímpica e isso, a gente percebia claramente que não o satisfazia , ele tinha como tem até hoje, tanto é verdade que nós o convidamos para fazer parte da Federação das Escolas, né e tinha condições de se doar mais, de ter uma abrangência maior  e por causa de seus conhecimentos e sua capacidade e foi o que, eu particularmente sempre conversei com o Laércio, sempre conversei com o Carlos Alberto para que a gente aproveitasse da melhor forma possível, o Dimas e quando eu tinha oportunidades, por exemplo na chefia que me cabia, na ligação do Maranhão e JEB's ou outras competições, eu sempre procurei ter o Dimas do meu lado, próximo até para conselhos, até para equilíbrio, o Dimas sempre foi muito equilibrado, para equilíbrio das nossas decisões, é a gente, isso é, era uma característica minha, sempre reunia os professores e mais
particularmente o Dimas, para gente efetivamente tomar decisões bem próximas da realidade do Estado, por ele ser um maranhense, tinha muito mais condições de nos dar subsídios para que agente pudesse errar menos, vamos dizer assim.
 

L- Marcos, eu lembro que em 1976,você, Sidney e Lino, foram a Imperatriz. O JEM's ainda não estavam voltados para o interior, havia um trabalho começado pela Universidade Federal do Paraná e vocês foram colaborar na organização e arbitragem da 3a ECOI, que eram as Olimpíadas Colegiais, antes dos Jogos Escolares de Imperatriz. Hoje, quando você vê por exemplo, Codó, Bacabal, Santa Rita, de uma época e Caxias, a própria Imperatriz, vieram hoje para São Luís participando inclusive, nessa categoria implantada agora, que foi a categoria infantil e dando banho nessas escolas da Capital, inclusive escolas com tradição que durante anos, dominaram os jogos escolares, não dá uma certa satisfação de trabalho realizado?

M- muita, muita satisfação. Muita porque a gente percebe que comparativamente, né, as escolas do interior cresceram muito mais do que as escolas da Capital, né. O nível que nós vemos no interior, está próximo ao da Capital, ou seja, quer dizer, a Capital parou e as equipes do Interior cresceram e a gente precisa fazer com que isso melhore, tanto na capital, quanto no interior, manter essa evolução das equipes interioranas e crescer novamente nas escolas da capital, porque hoje nós temos
muito, infinitamente, muito mais condições do que na época de 75, 74, sei lá nessa época que a gente esta se  referenciando, da nossa vinda profissional. Nós não tínhamos profissionais em todas as escolas as escolas, nós não tínhamos, é vamos dizer, as condições financeiras que as escolas, pelo menos uma boa maioria tem hoje, então eu não sei porque o esporte deu essa arrefecia, esse declínio, até nas escolas da capital. Você vê o handebol que poderia ter continuado num patamar muito bom, hoje me dia já não vê isso, o voleibol, muito embora agente sabe que potencial existe,
então temos que partir para um trabalho de avaliação, de analise e buscar como nós fizemos aquela época, as  alternativas para voltar a termos esportes competitivos
e bem praticados aqui e São Luís.

L- Já são 25 anos, nessa fase da vinda desses paulistas para cá e incrementação nessa pratica do esporte, profissionalizar um pouco mais o esporte, principalmente
o esporte escolar maranhense, não houve, como não havia na época, como hoje ainda, o esporte em clube, o Maranhão se faz esporte na escola e cada vez mais em escolas particulares e cada vez manos em escolas públicas. Há, aqueles jovens atletas que vocês formaram, que estourando a idade de JEM's, sem dedicaram aos esportes que ainda está trabalhando, quer dizer, você nota que não esta havendo uma renovação e aquela segunda geração que surgiu é essa geração, hoje que não tem encontrado espaço por ter cursado Educação Física, a grande maioria é que hoje está no interior fazendo trabalho, o que é preciso para mudar esse estado de coisa?

M- A primeira, o que eu acho é o seguinte. A primeira atitude que a gente tem que cobrar, vamos dizer assim é lá de cima, não no sentido de que o Governo Federal tem
que oportunizar, oportunizar aos Estados, que eles procurem objetivos maiores, quer dizer, o garoto quando começa, ele tem os objetivos regionais, depois ele cresce precisa ter objetivos a nível nacional e depois também a nível internacional, porque ninguém faz as coisas por nada, a gente precisa ter objetivos, então hoje em dia, o JEB's já não é a mesma realidade, então os objetivos dos Estados, já são diferentes daquela época, naquela época o garoto tinha estimulo de participar da seleção da escola, depois da seleção do Estado e depois ir para os JEB's, se destacar a nível nacional e internacional. Hoje a coisa está secionada, esta, então o primeiro passo e´ fazer com que haja uma competição a nível nacional e estimule toda essa criançada e estimule os professores, porque se não tiver objetivo não adianta nada, fica difícil o trabalho, nós estamos falando do trabalho de nível bom, de nível alto, então é a pirâmide, você massifica aqui em baixo, para chegar lá em cima, no topo da pirâmide, então, eu acho a primeira, no meu modo de entender, a primeira grande atitude, né, seria essa, ter algo lá no pico da pirâmide que estimulasse todos os atletas.

M- Ah! Eu acho que antes de mais nada parabeniza-lo e lembrar como voc6e referenciou na época que agente foi para Imperatriz, que foi quando nós nos conhecemos né, e na oportunidade a gente tinha ainda a intenção de trazer mais elementos que pudessem estar mais à frente das várias modalidades, que ainda não estavam com o trabalho mais aprofundado e nós fizemos o convite a ti e tu aceitaste né, vindo se acoplar aí, se ajuntar aquela equipe e ... perdi um pouquinho o fio da meada. E eu te parabenizava o Gil, por essa iniciativa por fazer essa biografia do Dimas e recordar né, se reportar à época em que a gente teve essa missão, essa incumbência e podemos é ... deixar alguma coisa enraizada aqui, que quem quer pouco, a verdade é que estào ai, os frutos estão aí, com a ajuda de todos né, inclusive a tua ajuda e é importante que a gente registre isso, é uma coisa que falta e na história esportiva do Maranhão. É registro dessas coisas né, muitas vezes agente quer procurar pra saber, tal e tem dificuldade, então além de se falar sobre Dimas é importante que agente resgate todo o período anterior pra ficar na história, os que vierem depois, eles tem que saber quanto foi sacrificado agente conseguir chegar à  aquilo que muitas vezes agente até contesta, daquilo que foi por exemplo a criação, a construção do complexo esportivo, ali no Castelinho, Castelão, foi na época um absurdo, mas era exagero, foi mas na verdade se pensava grande, que é o que nós tamos querendo que aconteça, outra vez.

Entrevista com o Prof. José Geraldo Menezes de Mendonça, realizada no dia 09/10/01com inicia às 9h e 40min, entrevista realizada no Centro Federal de Educação Tecnológica no Departamento Acadêmico de Ciências da Saúde.

L – Como é que você se envolveu com educação física?

J – Bom, a minha vida profissional, começou no Colégio Maristas trabalhando como professor de Matemática, e pelo fato de eu ser jovem demais e gostar muito de esportes, eu assumi um cargo de Coordenador de Esportes do Colégio Maristas.

L – Em que ano foi isso?

J – Isto foi em 1966 ... 1966; então eu fiz um Curso de Educação Física, que era coordenado pelo Dr. Carlos Vasconcelos...

L – Aquele Exame de Suficiência?

J – É, aquele Exame de Suficiência; fiz os exames e ganhei a autorização para lecionar educação física, e por coincidência, fui colega de turma do professor Dimas, que também era professor do Colégio Marista como eu, era o coordenador eu era o chefe dele no Colégio Marista.

L – O... O Dimas .. você foi colega de turma, nesse curso de educação física? dado pelo Major Leitão? No ano de 59, aliais 69?

J - Sim! Nesse curso de educação física, Major Leitão, mais teve também é... Teve também uma equipe que veio do Rio de Janeiro, três professores para ensinar Basquete - que era o prof. Rui -, Atletismo - José Teles da Conceição - e Handebol - um professor de nome Wilson.

L – Você se lembra em que ano foi isso?

J – Isto foi na época do governo de Nunes Freire.

L – Já em 70 e...

J – É, o coordenador de esportes que antigamente eles chamavam... Foi uma coordenação que antecedeu a SEDEL...

L – DEFER!

J – DEFER É...

L – Zé Filho?

J – Zé Filho, (toca o telefone) ... era o Cláudio Vaz dos Santos...

L – Bom, a época de Cláudio Vaz era Pedro Neiva de Santana...

J – Pedro Neiva de Santana, exatamente.

L – 70 e... 69, 70, 71, 72, 73  ? Nunes Freire entra em 74 vai até 79 quando Castelo entra.

J - Exato, funcionava... É foi de Pedro Neiva de Santana para Nunes Freire, funcionava num prédio do Caminho da Boiada a coordenação e havia umas secções, uns departamentos que funcionavam no Ginásio Costa Rodrigues que estava já em funcionamento.

L – Bom o... Como era a educação física nesse período inicial em 66 já havia educação física no Marista?

J – Já, já educação física no Marista ela teve inicio eu acredito na época em que eu era aluno do colégio Marista...

L – Década de 40?

J – Não, foi em 59 eu fui aluno do Colégio Marista...

L – Mas em 43 quando... Aquele Coronel - engraçado, não lembro o nome dele -, é... Ele disse que, quando foi fazer o Curso de Educação Física no Rio de Janeiro, quando - na Escola de Educação Física do Exército -, quando ele voltou, foi contratado pelo Marista; depois teve o Nego Júlio, o Major Júlio...

J – Eu fui aluno dele, olha havia esse Coronel - qual é o nome dele -, que...

L – Trabalha lá no IPEM

J - Que era parente dum ex-aluno meu, de nome Abibe - Abibe morava aqui perto do canto da Fabril - ele então, ele organizou uma demonstração de educação física no Estádio Municipal Nhozinho Santos...

L – Nhozinho Santos ... isto foi em 1950, 52, 53 por aí!

J - Exato, Exatamente, que foi um espetáculo essa apresentação cujo objetivo era motivar...

L –Eurípedes Bezerra ...

J – É, não, era um outro, do Exército - Eurípedes Bezerra, o Coronel Júlio eram também professores ...

L – O Nego Júlio, depois chegou Furtado.

J - Eram também professores do Colégio Marista, e havia um Coronel do Exército, que foi quem organizou essa apresentação.

L – Eurípedes disse que foi ele ...

J – Não!

L – E Dimas disse que colaborou; Dimas fez todo o trabalho e ele levou o crédito ...

J – Não, não, então foi o segundo evento, porque no segundo evento eu já não estava mais no Marista como aluno, eu já tinha saído, eu já era aluno da Escola Técnica, eu sai do Marista e vim para cá...

L – Isso aí então já foi em 59 inicio de...

J – 60, 61, essa de 1959...

L – Eu estou falando dessa de 1952 ...

J - Essa de 1959 ...

L – 51 alias!

J – Não, foi 58.

L – Teve uma em 52!

J – Não, essa de 52 eu não me lembro, eu não me lembro, eu era aluno...

L – Você tinha o que? Nove anos de idade?

J - Eu era interno no Seminário Santo Antônio, era seminarista.

L – Nove anos de idade!

J – Eu sai do seminário, fui para o Colégio Marista; lá no Colégio Marista eu trabalhei com essa equipe de educação física como aluno, era Eurípedes Bezerra, o Cel. Júlio, e havia um Coronel do Exército que depois foi embora, está reformado, ele mora em São Luis hoje, ele é maranhense, foi a equipe que trabalhava no Colégio Marista conosco, quando eu voltei...

L – Sim, essa época que você era aluno do Colégio Marista como era a educação física na década de 50, no final da década de 50?

J – Ah era uma educação física voltada para aquela parte de ginástica calistenica, como eles chamavam né. Nós fazíamos mais era exercícios de... Corrida, saltos, era vamos dizer assim flexões, agilidade houve ate um episódio nessa época que aconteceu no Colégio Marista o Cel Eurípedes Bezerra mandou os alunos subirem em uma arvore e pular, e um dos alunos quando pulou quebrou a perna era o ex-deputado Ricardo Murad. Aí isto gerou uma polemica muito seria no Colégio Marista por causa do aspecto do tipo da educação física, então era uma educação física assim é... Subir uns canos, numa armação de madeira que havia, e era a educação assim um poucochinho puxado para o lado militar.

L – Tá... E depois em 66, você foi coordenador de esporte de 66 ate que ano?

J – Ah eu fui coordenador de esporte de 66 ate 72 quando sai do Marista e fui coordenar o esporte na Escola de Engenharia do Maranhão.

L – Tá e como era a educação física nesse período que você estava coordenando o esporte?

J – Bom, quando eu assumi a coordenação ela ainda seguia o modelo antigo está, então quê que aconteceu nós começamos a montar uma equipe de trabalho voltada para a pratica desportiva. Então nós começamos a montar as escolinhas, as escolinhas das diversas modalidades e para cada escolinha nós buscamos um prof. experiente na área.

L – Esta montagem já para pratica desportiva era em função dos jogos que eram promovidos pelos??? E depôs pelo Carlos Vasconcelos?

J – Sim! Exatamente, exato ela já tinha o objetivo de preparar os alunos para a disputa até porque nós estávamos fazendo do esporte um Marketing promocional do Colégio está certo, fazer com que o Colégio sai-se das quatro paredes e marca-se presença na sociedade, era o objetivo maior era esse. O Colégio Marista passou por uma fase de dificuldades financeiras o numero de alunos reduzidos, a inadimplência grande, então nós fizemos do esporte um veiculo de fazer crescer a matricula do Colégio, fazer com que o Colégio marcasse presença na sociedade e aí houve realmente uma mudança muito grande dentro do Colégio Marista a partir daí.

L – Quem eram os professores nessa época que você entrou?

J – Ah, a equipe de professores que agente organizou nós tínhamos o prof.

L – Eurípedes!

J – O prof. Furtado!

L – Ginástica né! Tinha o Júlio também que dava ginástica?

J – O Júlio já havia saído!

L – O Furtado?

J – O Furtado ficou com o atletismo! Porque quando nós começamos a organizar este estilo foi a época também que o prof. Eurípedes se aposentou mais ele nunca se desvinculou do Marista, ele se considerava ex-aluno Marista, mais deixou de dar aula, mais sempre estava conosco orientando, aconselhando ele fazia parte da antiga associação de antigos alunos Maristas, ele era muito ligado à congregação.

L – Você dava alguma disciplina?

J – eu coordenava e dava futebol de salão, fui inclusive o 1º campeão de futebol de salão masculino e o 1º campeão de handebol feminino né, eu... Coordenava os esportes e tomava conta do futebol de salão e do handebol feminino, o handebol masculino era o prof. Dimas...

L – Mas Dimas só entra no Marista em 69, quando ele volta de Pindaré!

J – Sim! Sim, quando ele volta de Pindaré.

L - Eu estou falando nesse período em 66, quando você entrou?

J – Nesse período em 66 tinha o irmão de um...Do diretor que era o Paulo, Paulo Macedo que dava futebol e... E voleibol está. Aí nós começamos montando as escolinhas, depois nós expandimos como, começamos a oferecer bolsas para atletas que se destacavam nas competições nós levávamos para o Maristas (toca o telefone).

L – Nesses jogos...

J – Nesses jogos...

L – Da Mary e do Carlos Vasconcelos?

J – Exatamente!

L – Atende ao telefone...

L – As bolsas já era período do JEM’s

J – As bolsas já foram no período do JEM’s...

L – No festival esportivo da juventude primeiro e JEM’s em???

J – Exatamente, as bolsas já foram nessa época, que daí nós levamos para o Colégio Marista, alem de nós formarmos uma geração de atletas, nós contribuímos para uma formação de treinadores, por exemplo, nós levamos para o Colégio Marista como aluno Carlos...

L – Qual Carlos? Carlos Tinoco? Saiu aqui do CEFETE para ir para lá?

J – Carlos Tinoco, Carlos Tinoco... Paulão, irmão dele

L – Paulo Tinoco!

J - Paulo Tinoco, Gilmário, Gil!

L – Gilmário Pinheiro? Do voleibol?

J – Gilmário pinheiro do voleibol, e eles entraram no Maristas como atletas, teve um irmão de Rubinho...

L – Raul?

J – Um que trabalho na Telma?

L – Raul

J - Raul.

L - Raul Goulart.

J - Raul Goulart. Aí o que foi que aconteceu, nós formamos um time com esses atletas. Depois eles deixaram de ser alunos...

L – Terminaram o ginásio?

J – Não já foi na época do segundo grau, ë.

L – Há do segundo grau!

J – É, ai eles terminaram e viraram treinadores, então o Gil ficou como professor de vôlei, o Paulão...

L – Isto já foi em 75, 76? Por aí.

J – É isso aí nós já estávamos na década de 70. Transformamos o Paulão em treinador de basquete, Carlos ficou com o vôlei, voleibol, levamos Biguá para o Colégio Marista para colaborar no handebol, e aí completou a equipe com: comigo no futebol de salão com o Dimas né, aí nessa época o Dimas...

L – O Macário? No atletismo?

J – Não Macário já foi depois que eu sai.

L – Da década de 79,80?

J - Macário já foi depois que eu sai.

L – O Furtado se aposentou

J – é! E o Furtado atletismo, mas aconteceu um problema é que o Dimas era muito requisitado por ser...

L – O Dimas entra no, quando ele volta do Pindaré em 1969.

J – 69

L - Bem antes dessa época.

J – Certo!

L - 2 ou3 anos antes desse período que nós estamos falando.

J – Exato!

L – Certo, ai como foi, quem convidou o Dimas para ir para o Maristas?

J – Bom...

L – Foi você mesmo?

J – Não... O Dimas eu acho que foi levado para o Marista ou foi pelo Eurípedes ou foi pelo Furtado um dos dois, quando eu tomei conhecimento eu já fui apresentado ao Dimas como professor ele já tinha sido contratado pelo Colégio.

L – Aí o Dimas foi trabalhar com o handebol e com a ginástica olímpica?

J – Exatamente, e aí pela experiência dele, ele passou a funcionar como conselheiro da gente porque nós éramos jovens está. Você vê que a maior parte da turma tinha saído da Escola, então o Dimas era o conselheiro da turma era o mais velho, Eurípedes já tinha se aposentado o Júlio tinha deixado o Colégio por causa de funções militares, e o Furtado sempre foi aquele prof. bem calmo, bem tranqüilo aí o quê que acontece ele não se abria muito com agente e o Dimas não, o Dimas é mais aquele de dar conselho, de orientar de participar e de não ter ganância de aparecer está entendendo.

L – Houve mudança na maneira de... De ministrar a disciplina de educação física nesse período que você entrou em 66 e quando o Dimas entrou três anos depois em 69?

J – Houve... Porque o que aconteceu agente nós estávamos trabalhando muito empiricamente , muito de improvisado está. E o prof. Dimas chegou com os conselhos que ele deu nós passamos a dar um cunho mais de profissionalismo na educação física.

L – Já fizeram em 69 aquele curso de suficiência como major Gregório?

J – Exatamente, agente fez o curso de suficiência, o Dimas começou a ter influencia junto à instituição organizadora que no caso hoje é a GEDEL, a SEDEL...

L – Na época era DEFER!

J – o Dimas era aquela pessoa que influenciava lá, e tinha voz está certo. Então o que aconteceu Dimas não podia assumir a coordenação do Colégio Maristas, porque o Dimas tinha outras atividades, por exemplo, o Colégio Batista, no Colégio Batista o Dimas era uma pessoa muito dedicada lá no Colégio Batista, tanto que criava ciumeira no Colégio Marista quando jogavam Marista e Batista o diretor do Colégio Marista às vezes perguntava cobrava ciumeira “E aí prof. Dimas com quem o Sr. vai ficar?” (risos). Mas ele nunca feria nenhuma das duas instituições essa que foi a grande verdade ele sempre trabalhou de maneira profissional ética no Colégio Batista, e ele sempre trabalhou de maneira profissional ética no Colégio Maristas. Agora como no Colégio Marista a equipe era maior ele às vezes dizia: “Geral do, deixa eu dar um pouquinho mais de assistência no Colégio Batista que tem menos prof. aqui vocês já estão deslanchados e aqui vocês já tocam o barco” e aí agente levava, na hora que aperreavam o Dimas Chegava dizia: “não, não é assim, o passe é dessa maneira”. Então a coisa funcionava, nós institucionalizamos não só as escolinhas como competições internas no Colégio Maristas, como os jogos.... As Olimpíadas Marcelino Champagnat foram institucionalizadas por nós, quando o Dimas chegou ela já existia, mais quando Dimas chegou nós organizamos melhor ainda porque passamos a dar um cunho de organização mesmo de olimpíadas, agente chamava de olimpíadas, mas na realidade funcionava como um torneio né, quando Dimas chegou não, nós passamos a dar um cunho mais de olimpíadas mesmo, ele ensinou agente a fazer como fazer, e paralelo a isso durante o ano todinho nos organizam campeonatos inteiros entre as series está entre as series.

L – Você pegou a fase dos jogos da Mary Santos que eram organizados pela...

J – Já!

L – Pelo estado?

J – Pelo estado, e Carlos Vasconcelos.

L – O Maristas participava destes jogos?

J – Participava, mas já peguei mais no finalzinho está.

L – E havia também o Carlos Vasconcelos era um medico de educação física e era o delegado do MEC...

J – Do MEC

L -... Ele organizava outros jogos, à parte da Mary Santos que era mais com as escolas do estado.

J – Do estado, é.

L – e o Carlos Vasconcelos já unia os grandes colégios da capital...

J - Certo.

L -... E mais escola Técnica e mais...  Os grandes colégios enfim e fazia uma competição com esses colégios.

J – Fazia, agora nessa época não havia limite de idade, então todos os alunos poderiam participar. Então o que acontecia os jogos escolares era assim uma espécie de vitrine do esporte maranhense, por exemplo, os times de futebol selecionavam atletas estudantes para o profissionalismo dessas competições. De onde saiam a grande maioria desses atletas: Escola Técnica, Liceu Maranhense, e alguns do Colégio Marista, muito pouco do Colégio Maristas. Do Colégio Marista saiu: Canhotinho, saiu Adalpe que hoje é juiz em Imperatriz, saiu um que chamavam, um escurinho que chamavam Pula-Pula, a da Escola Técnica saiu Gojoba, Alípio, Alencar, Chamorro, Milson do Liceu Maranhense... Houve época em que o Sampaio Correia era presidido pelo Prof. Ronald Carvalho e os atletas eram ex-alunos ou alunos da Escola Técnica, Liceu Maranhense, Colégio de São Luís e Colégio Maristas não havia jogador de fora era a base estudantil.

L – O Festival esportivo da juventude, criado em 71 pelo Cláudio Vaz o que mudou? Você tinha aqueles jogos da Mary Santos que eram mais demonstração.

J – Sim!

L – Do Carlos Vasconcelos que era mais para movimentar determinados colégios e de repente vem uma estrutura de Festival esportivo da Juventude criado pelo Cláudio Vaz...

J – E que tinha...

L –Cláudio Vaz que substitui Mary Santos...

J – Mary Santos.

L – E começa com a chegada de Dimas em 69, Dimas vai a Belo Horizonte assiste a uma competição e na volta a... E tanto a nível Federal é criada a estrutura dos Jogos Escolares Brasileiro e daí é...  Ao mesmo tempo provavelmente é criado o Festival Esportivo da Juventude...

J – Perfeito.

L –... Com o Cláudio Vaz, o 1º foi no município.

J –Sim!

L – E depois quando ele passa a acumular o departamento de espores do município e o departamento de esporte do estado...

J – Do estado.

L – Ele passa a ser do município e do estado.

J – Estado.

L – O 1º foi do município, o 1º FEJE!

J – Certo.

L – O 2º FEJE já foi estado e município, e a partir do 3º só foi estado já mudando de nome.

J – Perfeito.

L – Para Jogos Escolares Maranhenses em função dos jogos Escolares Brasileiros, Como foi essa fase de implantação?

J – Bom essa fase de implantação... Olha o Cláudio Vaz levou o mérito mais na realidade que montava as estruturas por fora era o Dimas e depois não muito distante chegou o Laércio que...

L – Em 73!

J -... Fortaleceu mais ainda, o mérito do Cláudio foi a ter trazido Laércio, eu acho que foi o Cláudio quem trouxe o Laércio para cá.

L – Foi!

J - O mérito do Cláudio foi esse, com a chegada do Laércio quer dizer o Dimas deu o pontapé inicial né. Como o Dimas não tinha experiência muito longa de organização desses jogos nós tivemos alguns percalços como, por exemplo, protesto, negócios de idade, jogador que não era aluno aquela estória toda está. Quando o Laércio chegou aí o cunho mais profissional do trabalho foi dado está, aí o Laércio deu toda ênfase de uma competição aos modos de que hoje agente tem aqui, o que se faz hoje aqui não é nada mais do que repetir o que o Laércio implantou junto com o Dimas há alguns anos atrás.

L – O Cláudio Vaz ele reconhece que ele foi colocado, não entendia muito de esporte, ele era apenas um praticante de esportes.

J – É ele sempre foi atleta.

L – Por isso mesmo que ele se cercou, grande mérito cercado de excelentes profissionais primeiro Dimas e depois do Laércio, e de ter dado liberdade para trabalharem e ter garantido todo suporte financeiro para que isso acontecesse.

J – Todo o suporte Financeiro, é porque ele era amigo dos filhos do governador e ele tinha acesso conseguia os recursos. Agora uma coisa que pesou muito é que se não tinha o apoio dos colégios essas competições não tinham saído. O que aconteceu o Cláudio Vaz inteligentemente junto com o Dimas e com o Laércio trouxeram para dentro da equipe os representantes desses colégios. Então por exemplo, da Escola Técnica nós tínhamos o Altamiro Cavalcante, Eldir, o Jafé que tem nome no escudo do futebol de salão do Maranhão, do Marista o Dimas já estava lá eu participei da como representante da equipe, inclusive a 1º competição que o Maranhão tomou parte em Brasília eu fui como convidado de uma instituição particular tomando conta do grupo da ala feminina, eu não fui como professor eu fui como se fosse assim um...

L – Acompanhante?

J – Um acompanhante, tipo um dirigente, tipo um diretor. Então eu tomava conta de um grupo de alojamento na parte disciplinar, na parte do comportamento na hora da pratica de esporte não está. Então o quê que aconteceu ele trouxe do Liceu, a o Cel. Júlio estava no Liceu Maranhense.

L – Zé rosa Já estava aposentado?

J – O Zé Rosa já estava aposentado, ai o Cel. Júlio sempre estava lá e fortaleceu, aí o quê que aconteceu...

L – No Batista Dimas?

J – Batista, o Dimas.

L –No batista Dimas já estava lá?

J – E o prof. Figueiredo não desgrudava do prof. Dimas, então o quê que acontece formou-se uma equipe... A do colégio Dom Bosco o prof., que foi o fundador esposo da atual dona do... Prof. Pinho, Prof. Pinho então o que acontece então eles faziam nós apoiávamos a coisa era executada. Então o quê que acontece, nós chegávamos no colégio e buscávamos o brilho dos atletas, das equipagens, das torcidas organizadas, da disciplina, então o quê que acontece a coisa foi crescendo... Até que chegou o momento em que o numero de atletas superou a expectativa e aí houve a necessidade da organização do limite das idades, das seletivas ai foi que chegou ao nível que hoje está, aí foi a época que eu sai do Maristas e fui convidado para fazer a mesma coisa com os jogos universitários, mais aí eu me formei larguei o esporte porque eu fiquei mesmo na parte de prof. de calculo da escola de engenharia, mas o prof. Dimas foi mesmo um esteio.

L – Você chegou a pegar o prof. Rubem Goulart?

J – fui aluno dele, que nós só o chamávamos de Rubão, pai de Rubinho.

L – Pai do Rubinho!

J – só chamávamos de Rubão fui aluno dele, fui aluno do prof. Luis Gonzaga Braga.

L – Que era coordenador na época!

J – Que era coordenador de esportes, e eu não me lembro se tinha outro prof., eu me lembro fui aluno do Braga e fui aluno do Rubão. Agora tem um episódio muito importante aí do prof. Ruben... Do prof. Braga.

L – Como era a educação física na época de aluno de Escola Técnica?

J – Educação física Militar!

L – Calistenia? Como as Outras.

J – Calistenia era a copia fiel por que inclusive a Escola Técnica nós tínhamos como se fosse assim uma copia do regime militar, nosso cabelo era cortado igual a um soldado, nós entravamos às 6 horas da manhã fazíamos educação física, café, obedecíamos tudo na base da corneta está, e a Escola Técnica primava pela educação física, pela disciplina pela banda de musica está (toca o telefone) da qual eu também fiz parte. Desliga aqui.

L – Em que período você estudou na Escola Técnica?

J – Ah, eu estudei na Escola Técnica de 60 a 62.

L –Alô !!!

J – Como a Escola Técnica participava dos jogos estudantis então o prof. Rubão, o Rubens Goulart.

L – Nos jogos do prof. Carlos Vasconcelos?

J - É do Carlos Vasconcelos, o prof. Rubens Goulart era como se fosse assim um auxiliar do Dr. Carlos Vasconcelos porque ele era medico da Escola Técnica. Então o quê que acontecia o prof. Rubens Goulart tomava conta do basquete que por sinal ele foi um excelente atleta e do voleibol, o prof. Braga tomava conta do futebol, do futebol de salão, e atletismo. Agora houve um episódio que muito pouca gente não registra, a 1º exibição de handebol no Maranhão foi realizada na quadra da Escola Técnica em 1960 por dois grupos de atletas que o prof. Braga treinou, no dia 23 de setembro. Prof. Braga foi participar de um treinamento de prof. das Escolas Técnicas fora do estado quando veio trouxe uma bola de handebol, selecionou dois grupos de atletas alunos dele de educação física né. Marcou na quadra interna aqui onde hoje é o prédio grande, com fita esparadrapo no chão as áreas de gol do handebol e fez no dia 23 de setembro uma exibição que até então era desconhecida no Maranhão, mais só ficou nisso ele trouxe a idéia treinou dois grupos de educação física no dia 23 de setembro.

L – Você estava nesse grupo?

J – Estava! Eu

L – Você se lembra quem eram os outros?

J – Me lembro, Edil.

L – Geraldo, Edir Muniz?

J – Edir Muniz, que por sinal é sobrinho do Prof. Braga.

L – Ah é?

J – É, Edir estava, é de Codó, Braga é de Codó está entendendo, Edir estava nesse grupo, deixa eu me lembrar quem estava nesse grupo Eldir eu acho que estava nesse grupo que Eldir foi meu contemporâneo de Escola Técnica.

L – Eldir Carvalho!

J – Eldir Carvalho, deixa eu me lembrar mais aqui não sei se Abdoram participou, mais Abdoram era do grupo, Abdoram, Frazão deixa eu me lembrar quem mais era do nosso grupo aqui, parece que Walmir também estava, Walmir.

L – Walmir da mecânica?

J – Walmir da mecânica, não Valderez não era metido a esportista, Valderez não gostava metido a esportista aqui nessa época era eu e Eldir nós éramos quem vibrávamos com esse tipo de coisa...

(fim do lado A)