Resumo

Após conhecermos a realidade escolar de Juiz de Fora, surgiu o desejo de
investigarmos através da análise dos desenhos das crianças de 4ª série do
ensino fundamental das escolas municipais de Juiz de Fora, a seguinte
questão: Como os jogos recreativos competitivos vêm interferindo na
socialização de alunos que se auto-excluem das aulas de Educação Física?
Objetivamos identificar as formas de participação e as concepções de
oportunidades de participação dos alunos; a didática utilizada pelos
professores de Educação Física nas suas aulas; e o comprometimento da
escola com a participação de todos no âmbito escolar. Tal comportamento
identificaria as relações entre as formas de participação adotadas pelos
alunos com as formas didáticas utilizadas pelos professores e com a filosofia
da escola. Para tanto, constatamos que os desenhos que representam as
aulas de Educação Física ora valorizam invisibilidades dos alunos, fato que
pode ser interpretado como falta de metodologias participativas; ora
valorizam os esportes institucionalizados, separando meninas de meninas
em disputas competitivas, fato que pode ser interpretado como uma falta
de avaliação dos objetivos das atividades; ora valorizam a prática isolada
dos alunos, fato que pode ser interpretado como estímulo à exclusão; porém
em alguns desenhos que representam as atividades que os alunos gostariam
que acontecessem nas aulas de Educação Física, aparecem atividades da
cultura corporal com o envolvimento de todos. Com o trabalho concluído
percebemos que os alunos ainda se auto-excluem por não se adaptarem
aos conteúdos, aos objetivos, às metodologias e às avaliações excessivamente
competitivas e sexistas, porém esta realidade preconceituosa e limitada,
em alguns momentos, vem sendo superada através de oportunidades iguais
de ser diferente nos jogos cooperativos, tradicionais, dramatizados e
intelectuais.

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