Jogos Recreativos Melhoram os Fatores de Risco Cardiovascular em Crianças e Adolescentes com Dislipidemia e Obesidade Abdominal: Um Estudo Piloto
Por Edson da Silva (Autor), Marcos Machado (Autor), Grasiele Camillo (Autor), Elisa Bruns (Autor), Rodrigo Rosini (Autor), Nilton Rosini (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 19, n 1, 2014.
Resumo
O objetivo do presente estudo piloto foi verificar se a prática de jogos recreativos e cooperativos promove modificação dos fatores de risco cardiometabólicos em crianças e adolescentes. Vinte e seis estudantes (15 meninos), com idade entre oito e 12 anos, portadores de dislipidemias e/ou obesidade abdominal participaram desse estudo. As atividades recreativas e de lazer foram realizadas 2 h/dia, três vezes por semana, durante 3,5 meses, e foram supervisionadas por profissional de Educação Física. No início e no final do estudo, amostras de sangue foram coletadas (jejum 12-14 h) para as análises bioquímicas. Além disto, foram realizadas medidas antropométricas por métodos padronizados. De acordo com os resultados, houve melhoras significativas na concentração de HDL-colesterol (+3,7%), triglicérides (-25,4%), índice de Castelli I (-7,1%), ácido úrico (-15,4%), circunferência da cintura (-5,4%) e relação circunferência da cintura/altura (-4,3%). Pode-se concluir que a prática de jogos recreativos e cooperativos promoveu melhoras cardiometabólicas, particularmente nos parâmetros lipídicos e na obesidade central, nas crianças e adolescentes com dislipidemias e/ou obesidade abdominal que participaram desse estudo. Sugere-se, assim, que a atividade física na criança e no adolescente, visando à prevenção dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, não requer a adoção de treinamento intensivo de exercícios físicos que exijam a capacidade máxima do praticante.